A Pangeia foi um dos supercontinentes que existiu no planeta há milhões de anos atrás
Pangeia é o nome dado ao continente que existiu na Terra há aproximadamente 200 milhões de anos, durante o final do período Paleozóico e Triássico. O supercontinente era formado pela maioria dos pedaços de terra encontrados no planeta e era rodeado por um único oceano, conhecido como Panthalassa.
De acordo com o Serviço Geológico dos EUA, durante o curso de 4.5 bilhões de anos em que a Terra existe, diversos continentes e supercontinentes surgiram e desapareceram. Esses acontecimentos foram resultado dos movimentos das placas tectônicas durante a história do planeta, alterando a sua geologia.
A teoria das placas tectônicas
A teoria da deriva continental foi desenvolvida pelo cientista Alfred Wegener, que defendia que todos os continentes se encaixam um no outro, como se já tivessem estado juntos anteriormente. Com o tempo, a ciência apontou mais sinais de que isso era uma realidade, afinal foram encontradas reservas de carvão, do mesmo período, no solo da Pensilvânia e de países como a Polônia, Inglaterra e Alemanha.
Esse fator indica que a América do Norte e a Europa podem ter pertencido ao mesmo pedaço de terra em algum momento da existência do planeta. Além disso, as diversas cadeias montanhosas que são encontradas ao redor do mundo um dia já fizeram parte da principal cadeia montanhosa que existiu na Pangeia.
A teoria da deriva continental é explicada pela teoria das placas tectônicas, solidificada por volta da década de 60, segundo o National Geographic. De acordo com o conceito, a camada mais externa do planeta, a litosfera, é composta por placas de rocha que encontram-se no topo de uma camada de rocha parcialmente derretida, a astenosfera.
A convecção dessas duas camadas faz com que essas placas se movimentem uma em relação a outra, gerando diversas formações geológicas, como montanhas e vulcões. Apesar de ainda precisar de maior embasamento, a teoria das placas tectônicas aponta que já houveram outros 4 supercontinentes na superfície terrestre — que se uniram por meio de subducção, quando as placas convergem entre si, e formaram a Pangeia.
Como surgiu a Pangeia?
O nome “Pangeia” vem do grego “pan”, que significa “tudo”, e “gaia” que é traduzido como “Terra”. O supercontinente surgiu em decorrência do processo gradual de movimento tectônico que ocorreu por centenas de milhões de anos e uniu os continentes Gondwana e Laurásia.
A colisão que gerou a Pangeia ocorreu da seguinte forma:
Por volta de 541 milhões de anos atrás, na Era Fanerozóica, a maioria dos continentes estavam localizados no hemisfério sul do planeta, sendo que Gondwana era o maior deles. O hemisfério norte era coberto, principalmente, pelo oceano Pantalássico e por outro chamado Jápeto, em homenagem ao titã grego, que separava o continente de Laurentia e Báltica da Gondwana.
Cerca de 485 milhões de anos atrás o Jápeto começou a ficar estreito e desaparecer, o que aconteceu definitivamente no período Siluriano (419 milhões de anos atrás). Esse fator fez com que os continentes Báltica e Aloviana colidissem com a Laurentia, formando a Laurásia.
Foi então, que 320 milhões de anos atrás, houve uma gigantesca colisão entre a Laurásia e Gondwana, que formou a Pangeia. No entanto, é preciso pontuar que o supercontinente não era a única massa de terra existente, existiam alguns territórios pequenos separados que hoje seriam equivalentes ao Norte e Sul da China.
Como a Pangeia se separou?
A Pangeia começou a se separar há pelo menos 195 milhões de anos, ainda no período Jurássico, quando o Oceano Atlântico Central abriu. A primeira separação ocorreu entre a Gondwana (África, América do Sul, Antárctida, Índia e Austrália) e a Laurásia (Eurásia e América do Norte). Pelo menos 150 milhões de anos depois disso, a Índia se separou da Antártica, e a África da América do Sul. Por fim, há cerca de 60 milhões de anos atrás, a América do Norte se separou da Eurásia.
Como era a Pangeia?
Por ter um território extenso, a Pangeia tinha diferentes tipos de climas em diferentes partes. Na região central do supercontinente, acredita-se que as temperaturas eram altas e o ar era seco, devido às cadeias de montanhas que bloqueavam o ar.
Além disso, os depósitos de carvão dos Estados Unidos e da Europa apontam que partes da Pangeia que ficavam no equador tinham climas tropicais, semelhantes ao da Amazônia. Isso porque o carvão é formado pela decomposição de plantas e animais que afundam em águas pantanosas.
Alguns estudos, que analisaram fósseis de solo no norte da Nigéria, ajudaram a reconstruir o ecossistema e o clima durante o período de existência da Pangeia. De acordo com os resultados da pesquisa, a temperatura era, em grande parte, árida e com períodos recorrentes de umidade que ocasionalmente incluíam inundações catastróficas.
Os animais que viviam no território eram diversos, geralmente insetos e répteis gigantes, e os sinapsídeos (precedentes dos mamíferos). No entanto, foi durante a existência da Pangeia que ocorreu a maior extinção em massa terrestres, que foi responsável por dizimar 96% das espécies marinhas e 70% das espécies terrestres, de acordo com a Geological Society of America. Um pouco depois disso, os dinossauros começaram a surgir na Pangeia.
O que vai ser da Terra no futuro?
Como mencionado anteriormente, a Terra já foi formada pelos mais diversos continentes e supercontinentes. Isso significa que até que o planeta deixe de existir, ele continuará mudando e criando novos territórios.
Cientistas acreditam que em alguns milhões de anos os continentes se juntarão novamente, formando a Pangeia Ultima. Esse supercontinente pode ser inabitável por mamíferos, devido a atividade vulcânica e os níveis de dióxido de carbono que podem consumir o território. A movimentação da Austrália em direção a Ásia é um dos primeiros sinais do surgimento da nova Pangeia.
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