Panspermia é a teoria de que seres microscópicos, como bactérias, podem ser transportados pelo espaço resultando na criação de vida em outros locais. Ela é uma das teorias que tenta explicar a origem da vida.
Sua primeira menção registrada foi feita por volta do Século X a.C., pelo filósofo grego Anaxágoras. As hipóteses científicas, entretanto, só foram detalhadas em 1903 pelo químico suéco Svante Arrhenius.
Para que a teoria possa ter embasamento, é necessário provas de que essas formas de vida consigam sobreviver na jornada fora da Terra. Condições extremas da viagem pelo vácuo, variações de temperatura e radiação UV são grandes obstáculos para que isso aconteça.
Pesquisadores da Universidade de Tóquio em conjunto com a Agência Espacial Nacional do Japão (JAXA), fundaram o estudo científico “Tanpopo”. O estudo queria provar que um tipo específico de bactéria — Deinococcus — conseguiria sobreviver no espaço. Por isso, painéis de exposição com esse organismo foram implantados do lado de fora da Estação Espacial Internacional entre 2015 e 2018. Foi possível declarar que algumas células dessa bactéria sobreviveram por três anos e fizeram reparos em seu DNA durante a cultivação.
Desde o projeto Tanpopo, outras pesquisas já anunciaram a presença de bactérias super resistentes em Clean Rooms da NASA.
Outra pesquisa realizada na Universidade de Edimburgo sugere que as bactérias tenham sido os primeiros seres da Terra a visitar o espaço, vencendo até de Neil Armstrong.
Isso ocorre pela capacidade e eficácia dos ventos de levarem esses organismos pelo vento. A pesquisa conseguiu provar que as bactérias podem ser levadas por ventos poderosos até 120 quilômetros acima da Terra.
A teoria também abrange a possibilidade de alguma dessas bactérias, que podem ter vindo de Marte, possam ter originado a vida no planeta. Porém, novamente, nada foi comprovado.
Embora isso comprove a presença de organismos terrestres no espaço, a teoria da panspermia ainda não foi ratificada. A panspermia, afinal, não cobre apenas a existência desses organismos, e sim sua eficiência de criar vida em outros planetas.
Com esses fatos existe outro tipo de preocupação — a brecha da biossegurança espacial. A existência de bactérias capazes de sobreviver em viagens espaciais é um alarme à saúde, e não só algo capaz de provar uma teoria.
A viagem espacial está longe de ser banalizada, mas os riscos de biossegurança não diminuem. Isso se dá, principalmente, pela chegada de empresas internacionais terceirizadas.
Essa preocupação envolve dois tipos de contaminação: a do espaço com organismos da Terra, e a da Terra com organismos do espaço. Embora as chances desses organismos sobreviverem a viagem sejam pequenas, não é uma possibilidade a ser descartada. Pesquisas apontam que é quase impossível explorar novos planetas sem qualquer tipo de contaminação.
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