Por Sharon Guynup e traduzido por Débora Santos em Mongabay | Cruzamos as águas rasas do Corixo Negro em um barco aberto, examinando as águas sufocadas por aguapés e os galhos baixos das árvores em busca de vida selvagem. Dezenas de jacarés-do-pantanal (Caiman yacare) tomavam sol na praia ou espreitavam na água, parcialmente submersos. Um martim-pescador-grande (Megaceryle torquata), de penas azuis e vermelhas, mergulhava no rio em busca de uma refeição, enquanto capivaras (Hydrochoerus hydrochaeris) mastigavam a vegetação da margem. Inúmeros pássaros pousavam ou voavam: águias, colhereiros de penas rosadas, papagaios barulhentos e aves aquáticas apoiadas em uma perna só. Tuiuiús (Jabiru mycteria) planavam no céu com suas envergaduras de 2,7 metros. Uma família de ariranhas (Pteronura brasiliensis) pescava a jusante.
Na sequência, vislumbramos aquilo que nos trouxe para o Pantanal: uma onça-pintada (Panthera onca), bem camuflada, quase imperceptível, olhando-nos dos arbustos banhados pela luz do sol. Enquanto silenciávamos o motor e lançávamos âncora, um pequeno filhote saiu das sombras e se aconchegou ao lado de sua mãe. Ela cuidava de seu rebento com ternura e minúcia, ignorando-nos. Logo depois, os dois se levantaram e desapareceram na mata.
O fotógrafo Steve Winter e eu avistamos um número extraordinário de onças-pintadas durante nossa expedição em setembro passado pelo norte do Pantanal. Este é um bioma que conhecemos bem: há muito tempo venho realizando reportagens aqui, e Winter começou a documentar as onças-pintadas pantaneiras em 1998, retornando diversas vezes.
Mas as mudanças que ocorreram nos cinco anos desde nossa última expedição agora colocam as onças-pintadas e todo este ecossistema em perigo.
O Pantanal é a maior planície alagada do mundo. A maior parte está no Brasil (78%), mas a região também se espalha pela Bolívia (18%) e Paraguai (4%). É um mosaico de 185 mil quilômetros quadrados alimentados por rios, córregos e inundações sazonais que cobrem savanas e florestas. Grandes fazendas de gado pontilham a paisagem, mas os fazendeiros e a vida selvagem coexistem relativamente bem há mais de dois séculos.
Nesta viagem, chegamos no final da estação seca. Em breve, meses de chuva encheriam o Rio Paraguai e seus afluentes em até 4,5 metros, inundando 80% da planície. O Pantanal age como uma esponja gigante, retendo as enchentes de novembro/dezembro a abril/maio. Depois disso, a água escoa lentamente durante a estação seca. A água é o motivo pelo qual a vida fervilha nessa maravilha biológica.
“É uma savana moldada por fogo, gado e água”, diz Fernando Tortato, cientista de conservação da Panthera, ONG de conservação de felinos selvagens. As inundações sazonais esculpem uma paisagem também varrida por incêndios anuais na estação seca e ocupada por pelo menos 3,8 milhões de bovinos.
Conversas com a população local e pesquisadores revelaram por que vimos tantas onças-pintadas este ano. O número de onças-pintadas tem aumentado no Pantanal, principalmente porque são as superestrelas do ecoturismo na região. Pessoas vêm de todo o mundo para vê-las, injetando quase US$ 7 milhões por ano na economia desta região remota. Isso tornou alguns fazendeiros locais mais amigáveis com as onças-pintadas, mesmo que os felinos às vezes ataquem o gado.
Mas muito do que avistamos também teve um lado sombrio. Uma confluência obscura de atividades humanas no Brasil e em todo o mundo está secando e superaquecendo o ecossistema, diz Alan Eduardo de Barros, pesquisador da Universidade de São Paulo, que estuda a ecologia da onça-pintada.
A lista do que ele chama de “uma combinação perversa de ameaças” é assustadora e inclui agricultura em escala industrial, represas e calor e seca extremos causados pelas mudanças climáticas. Nos últimos anos, incêndios sem precedentes carbonizaram áreas florestais. Tudo isso forçou as onças-pintadas no norte do Pantanal a frequentarem as áreas verdes remanescentes ao longo dos cursos d’água — onde vimos tantas delas.
Mas há outro risco potencialmente devastador para a região. Foram dados os primeiros passos para transformar a força vital do Pantanal, o Rio Paraguai, em um canal de navegação industrial para grandes barcaças. O projeto da Hidrovia Paraguai-Paraná deve dragar e retificar o rio para transportar soja e outras commodities para o sul, rumo à Argentina, com vistas à exportação, principalmente para a China. Este ano, autoridades de Mato Grosso emitiram uma aprovação preliminar para dois grandes portos no Rio Paraguai.
“É uma loucura que tem sido contestada por muitos pesquisadores”, diz Rafael Hoogesteijn, gerente geral da Panthera no Brasil.
Esta savana úmida fica no coração da América do Sul e possui uma das maiores concentrações de plantas e animais do continente. Alguns estão em perigo. Apesar das 3 mil fazendas que existem no Pantanal brasileiro e de que 93% das terras estão em mãos privadas, esta imensa área continua sendo um modelo de uso sustentável. Quatro quintos da vegetação nativa permanecem de pé.
Pantaneiros epecuaristas convivem com tamanduás-bandeira, cervos-do-pantanal, antas e outros animais desde o século 17. A tolerância às onças-pintadas – antes vistas como inimigas, pelos ataqus ao gado – vem crescendo, alimentada pela renda obtida com o ecoturismo e iniciativas de proteção ao gado pela Panthera.
O Pantanal é o lugar onde se encontram as onças de maior tamanho e é também o segundo maior reduto desses felinos, depois da Amazônia. Porém, nos últimos anos, incêndios que geralmente ocorrem de modo natural aumentaram de forma dramática, ameaçando as onças-pintadas e as mais de 47 mil espécies de animais e plantas que habitam essa rica região, cujo complexo de reservas ambientais foi consagrada como Patrimônio da Humanidade pela Unesco.
Em 2020, o calor e a seca agravados pelas mudanças climáticas provocaram incêndios de grandes proporções no sul do Pantanal. No ano seguinte, as chuvas foram as mais baixas em quatro décadas e os incêndios que assolaram o norte do Pantanal foram os piores da história. O Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais) detectou 22.099 incêndios, que incineraram quase um terço do Pantanal em 2020 – 270% acima da média histórica registrada entre 2000 e 2019. Cerca de 40 mil km2 foram queimadas, uma área do tamanho da Suíça.
“A intensidade desses incêndios era algo que nunca tínhamos visto”, diz Fernando. “Eles se espalharam tão rápido que não havia nada que pudéssemos fazer para detê-los”. Muitos animais não conseguiram fugir. Mais de 17 milhões de vertebrados morreram instantaneamente em 2020, segundo estimou um estudo assinado por 30 pesquisadores.
No entanto, “não sabemos quantos indivíduos foram realmente afetados”, diz Ronaldo Gonçalves Morato, coordenador do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) e coautor do estudo. Os pesquisadores não conseguiram contabilizar os animais que pereceram no subsolo, ou os sobreviventes que mais tarde morreram por falta de abrigo e ferimentos ou aqueles que morreram de fome em uma terra queimada.
As onças-pintadas foram intensamente impactadas nesses incêndios. Elas perderam mais de 2.700 km2 de habitat natural, de acordo com um estudo publicado em outubro. “Em algumas áreas, você vê apenas árvores pretas”, comenta Fabricio Dorileo, um naturalista cujos ancestrais se estabeleceram no Pantanal há cerca de 200 anos.
Os felinos precisam de alguma cobertura, explica o pesquisador. Com grande parte das florestas queimadas, eles tiveram que buscar novos territórios para encontrar sombra, proteger seus filhotes e emboscar suas presas. “Por isso, as onças-pintadas vieram para os rios”, conta Dorileo. Como grande parte de suas presas são aquáticas, há muito o que comer por lá: capivaras, jacarés e sucuris.
Mas as onças-pintadas são solitárias, exceto quando acasalam ou criam filhotes. Cada felino precisa de seu próprio território, cerca de 90 km2, e vai brigar por ele, então o deslocamento é um problema. Incêndios repetidos podem criar competição e conflitos mortais, diz Barros, da Universidade de São Paulo.
Cientistas recentemente soaram um alarme com uma carta publicada na Bioscience, citando uma “tragédia dos comuns” em curso ocorrendo no Pantanal. Essa frase muito citada foi cunhada nos anos 1960 em um artigo alertando que “decisões aparentemente triviais [cumulativas] podem levar a profundas consequências geográficas, ecológicas e sociais”.
Essa previsão foi um presságio para o Pantanal. “Aqueles que se beneficiam do desenvolvimento descartam maiores desdobramentos”, diz Tortato, um dos autores da carta. “É só mais uma barragem, é só mais uma lei”. O desenvolvimento e as regras legais que o permitem, juntamente com o desmatamento e o aumento dos incêndios causados pelas mudanças climáticas, estão criando “uma convergência de ameaças que podem levar ao desaparecimento do Pantanal como o conhecemos hoje”.
Rafael Morais Chiaravalloti, outro dos autores da carta e cientista do IPÊ (Instituto de Pesquisas Ecológicas), chama esse fenômeno de “cupinização” do Pantanal, comparando a devastação a um ataque maciço de cupins em um único pedaço de madeira.
Como os ecossistemas estão inextricavelmente ligados, alguns desses ataques vêm de atividades em outras partes do Brasil, interrompendo o pulso aquático do Pantanal, que sustenta a vida. As cabeceiras do Rio Paraguai ficam nas terras altas do Cerrado, bioma que abastece de água a planície abaixo. Durante a estação chuvosa anual, de outubro a abril, as enchentes do Paraguai e seus afluentes submergem grandes extensões da planície por quatro a oito meses.
Mas a agricultura industrial desenfreada devorou mais da metade do Cerrado, convertendo campos nativos em pastagens para gado e megaplantações de soja, algodão, milho e outras commodities para exportação. Como esses cultivos têm alto consumo de água, estão secando o Cerrado. Isso significa menos água para o Pantanal. Além disso, 47 hidrelétricas em seus afluentes também limitam o fluxo – e há outras 138 propostas, planejadas ou em construção.
O desmatamento, que aumentou exponencialmente durante o governo Bolsonaro, também está secando a Floresta Amazônica. Pesquisadores descobriram que as árvores amazônicas absorvem a umidade e a liberam de volta para a atmosfera, criando um rio de nuvens no céu que esbarra nos Andes e se volta novamente para o Brasil. Mas uma Amazônia cada vez mais devastada agora produz menos chuva, trazendo maior seca para os vizinhos Cerrado e Pantanal.
A mudança climática global também está alterando os padrões climáticos. De acordo com os modelos do Painel Intergovernamental das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas, as chuvas na Bacia do Rio Paraguai podem diminuir em um terço até 2100, com temperaturas subindo de 5 a 7° Celsius. São esperadas flutuações extremas em enchentes e secas, causadas por estações de chuvas curtas e intensas e estações de seca longas e esturricantes. Outra consequência podem ser incêndios mais frequentes e devastadores, diz Tortato, da Panthera.
No passado, os incêndios anuais se apagavam sozinhos, bloqueados por canais de água que atuavam como aceiros naturais. Em 2020, as temperaturas dispararam, choveu pouco e a paisagem ressequida virou um barril de pólvora.
As pessoas agravam o problema. Cerca de 80% dos incêndios começaram a 10 km de assentamentos humanos ou estradas, observa Barros, muitos provavelmente iniciados por criadores de gado que desejam expandir suas fazendas. Uma política de governo que bloqueava pequenas queimadas preventivas controladas também prejudicou. Em 2020, o calor residual ainda assolava o subsolo, queimando raízes. Árvores, arbustos e gramíneas morreram.
Os efeitos em cascata, diz o naturalista Dorileo, incluem “menos árvores frutíferas, menos insetos e menos alimento para peixes e pequenos animais. É um desequilíbrio que começa de baixo para cima”.
Com esses ataques combinados, ninguém sabe por quanto tempo essa zona úmida permanecerá um habitat fundamental para onças-pintadas e outros animais selvagens que se conectam a populações de animais no Cerrado, Amazônia, Chaco e outros biomas, diz Tortato.
E há o projeto da hidrovia. Em janeiro de 2022, o Conselho Estadual de Meio Ambiente de Mato Grosso emitiu uma licença preliminar para construir o grande porto de Barranco Vermelho no Alto Rio Paraguai, no município de Cáceres. Em junho, sancionou um segundo, o porto de Paratudal. Um terceiro está planejado.
A Hidrovia Paraguai-Paraná proposta requer a dragagem e retificação de um trecho sinuoso do rio para acomodar comboios de barcaças e grandes. Isso transformaria o trecho mais preservado do Rio Paraguai e duas das mais importantes Unidades de Conservação do Pantanal, a Estação Ecológica de Taiamã e o Parque Nacional do Pantanal Mato-Grossense.
Gustavo Figueroa, biólogo da ONG SOS Pantanal, deu um exemplo de possíveis impactos na vida selvagem. Na Estação Ecológica de Taiamã, foi descoberta uma população de onças pescadoras, contando com baías formadas por enchentes anuais que desapareceriam se o projeto avançasse.
A hidrovia, fortemente apoiada pelos ruralistas, aceleraria as exportações de soja, fertilizantes e outras commodities para o exterior, reduzindo custos.
Os pesquisadores consideram as aprovações fragmentadas desses “pequenos” projetos portuários uma manobra final para explorar comercialmente o Rio Paraguai. As recentes aprovações de portos foram comparadas à construção de estações de ônibus para que os legisladores possam justificar a construção de uma superestrada que atenda ao que precisam.
Uma forte oposição de especialistas e moradores locais está lutando contra um processo governamental que eles dizem estar repleto de estudos inadequados e danos ambientais não resolvidos. Técnicos da Secretaria de Meio Ambiente do Mato Grosso apontaram 111 problemas no relatório de impacto ambiental.
“A aprovação preliminar ignora os impactos cumulativos”, argumenta Barros. “A necessidade de uma abordagem integrada” — examinando as consequências combinadas da dragagem e retificação de rios, da construção de portos e da liberação do tráfego de barcaças/navios — “tem sido exigida por cientistas e conservacionistas por décadas”.
A hidrovia não é uma ideia nova. Há mais de um século, políticos e empresários sonham com uma hidrovia comercial no coração da América do Sul. Então, no final da década de 1980, os países da Bacia do Rio Paraguai-Paraná (Argentina, Bolívia, Brasil, Paraguai e Uruguai) iniciaram o processo criando o Comitê Intergovernamental da Hidrovia Paraguai-Paraná (CIH). O objetivo: transportar minerais e produtos agrícolas de forma barata, principalmente soja, para a costa atlântica.
Um relatório do CIH de 1997 sobre a hidrovia proposta não conseguiu obter contribuições do público e ignorou as consequências ambientais e as necessidades das comunidades residentes. Um estudo independente de Victor Miguel Ponce, pesquisador da Faculdade de Engenharia da Universidade Estadual de San Diego, enumerou impactos terríveis. Explosões, aprofundamentos e retificações alterariam a dinâmica das cheias do rio, drenando-o mais rapidamente. Isso aumentaria as inundações e esvaziaria rapidamente lagos temporários e pastagens encharcadas, prejudicando o ecossistema.
Isidoro Salomão, coordenador da ONG Comitê Popular do Rio Paraguai, teme danos irreparáveis. “Eu costumo dizer que a água é o sangue do Pantanal”, mas este projeto vai sangrar o Pantanal até a morte, comentou ele em entrevista ao ((o))eco.
A alteração desse grande rio agravaria as mudanças climáticas locais, tornando a região mais árida e com menos chuvas, observou Ponce. A savana se espalhará às custas de uma vegetação mais exuberante. Cervos e outros herbívoros se tornariam mais raros. Animais e vegetação adaptados a condições secas podem ter melhores condições, mas essas mudanças afetariam toda a cadeia alimentar.
A homologação da hidrovia é de responsabilidade federal, ao contrário dos portos que exigem apenas homologação estadual. A comunidade científica e a população local esperam que seus argumentos convençam o agora presidente Luiz Inácio Lula da Silva a reavaliar e cancelar a hidrovia planejada. “Embora a demanda por commodities internacionais seja alta, precisamos regulá-la ou controlá-la de forma que você ainda tenha áreas selvagens suficientes para manter os ciclos ecológicos”, diz Hoogesteijn, da Panthera.
Também há esperança de que as leis brasileiras e os acordos internacionais sejam honrados, incluindo a proteção de áreas úmidas sob a Convenção de Ramsar. A designação do Pantanal como Reserva da Biosfera da Unesco exige que o uso sustentável seja equilibrado com a conservação da biodiversidade. O Brasil ratificou a Convenção da ONU sobre Biodiversidade Biológica em 1998, prometendo proteger 10% do Pantanal até 2010, com as Metas de Aichi 2011–2020 defendendo 17%. Isso não aconteceu: atualmente apenas 5% está protegido por Unidades de Conservação, diz Tortato, lembrando que a áreas sob proteção precisam pelo menos dobrar.
A proteção ambiental também está inserida na Constituição Brasileira de 1988. Ela garante o direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, confere o direito de “defender e preservar para as presentes e futuras gerações”, e exige que o governo “preserve e restaure ecossistemas, processos ecológicos e proteja espécies”.
Em contraste, o estado de Mato Grosso aprovou um projeto de lei em agosto de 2022 que permitia a pecuária e o turismo dentro das áreas protegidas do Pantanal. O governador Mauro Mendes também vetou uma lei que proibia pequenas centrais hidrelétricas ao longo do Rio Cuiabá, importante afluente do Rio Paraguai. Mas houve oposição, já que muitas pessoas locais agora valorizam a biodiversidade por causa dos dólares do turismo.
Os desastrosos incêndios de 2019–2020 também forjaram colaborações de conservação. Os incêndios foram “um evento histórico que ninguém quer ver repetido”, diz Tortato. “Sindicatos de pecuaristas, organizações sem fins lucrativos e universidades agora estão trabalhando juntos para controlar o fogo”. Alguns pecuaristas estão voltando à prática secular de queimar o mato no início da estação chuvosa, quando o fogo não se espalha facilmente, o que significa menos isca na estação seca.
Mais de 25 novas brigadas de incêndio foram formadas. Câmeras recém-instaladas em áreas remotas alertam as autoridades para que atuem antes que se espalhem. “É fundamental combater os incêndios nas primeiras horas”, explica Tortato. “Mesmo um ou dois dias [perdidos] podem ser tarde demais.” Em 2020, alguns incêndios inicialmente não detectados duraram dois meses. Em contraste, a resposta rápida de bombeiros e aviões controlou um incêndio em um parque estadual em dois dias.
“Apenas uma estratégia em todo o ecossistema protegerá essa zona úmida megadiversa da destruição a longo prazo. Precisamos de uma lei específica protegendo o Pantanal — agora”, diz Tortato.
Em setembro, em nosso último dia no Pantanal, observamos uma filhote de onça-pintada quase crescida cochilando nos arbustos, sua mãe esparramada em cima de um galho de árvore. Essa jovem fêmea aponta para o futuro: ela pode gerar uma dúzia de filhotes durante a vida. Esperamos que as ações humanas dessem a ela e a seus filhotes a oportunidade de prosperar.
Este texto foi originalmente publicado por Mongabay de acordo com a licença Creative Commons CC-BY-NC-ND. Leia o original. Este artigo não necessariamente representa a opinião do Portal eCycle.
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