A pasta de dente sem flúor se tornou um produto procurado após pesquisadores questionarem a segurança do fluoreto para a saúde. Esse elemento químico é muito reativo, e age nos dentes tornando-os mais resistentes à ação de bactérias causadoras de cáries. Porém, essa defesa é limitada e sua eficiência varia em função de quanto açúcar se ingere na alimentação. Além disso, o flúor pode trazer problemas para a saúde.
Por isso, aprender como fazer pasta de dente sem flúor com ingredientes acessíveis e com benefícios comprovados para saúde oral pode ser uma alternativa viável. Além disso, a prática pode ajudar a evitar a exposição desnecessária a substâncias nocivas presentes em cremes dentais convencionais, como o triclosan. De qualquer forma, procure aconselhamento profissional de dentistas para maior segurança em suas decisões.
Descobertas de uma pesquisa da British Dental Association e da instituição de caridade Beauty Banks revelaram que é o ato abrasivo da escovação que faz a diferença na escovação, não a pasta. Entretanto, se você tem uma dieta rica açúcar e alimentos ácidos, como o limão e não está disposto a fazer sua pasta de dentes, não é o ideal abandonar o flúor, isso porque ele pode adicionar ao benefício da escovação, sua ação química, que combate a desmineralização dos dentes.
Mas confira o rótulo: a quantidade recomendada de flúor no creme dental para adultos é de 1.350 a 1.500 ppm; para crianças, é de cerca de 1.000 ppm. Entretanto, saiba que o uso envolve riscos à saúde (explicados no tópico a seguir).
A presença de flúor na água potável pode causar fluorose dentária em crianças. Esse quadro se caracteriza pela má formação do esmalte, devido ao excesso de flúor ingerido durante o desenvolvimento dos dentes. A fluorose dentaria pode formar manchas esbranquiçadas opacas e, nos casos mais graves, manchas amarronzadas, com perda da resistência do dente, podendo ocorrer fratura.
Outro problema que estudiosos apontaram no uso de flúor é que ele pode alterar as funções endócrinas, especialmente na tireoide (glândula responsável por produzir importantes hormônios ligados ao crescimento e metabolismo) – esse fato mostrou que novas pesquisas são necessárias na área para que haja mais conhecimento sobre os riscos do flúor.
A Harvard School of Public Health e a China Medical University reuniram 27 estudos demonstrando os efeitos negativos do fluoreto para o desenvolvimento cognitivo de crianças. Publicado na Environmental Health Perspectives, o estudo ressalta que a neurotoxidade do flúor em animais e adultos já era conhecida, mas pouco se sabia sobre as consequências deste para as crianças.
A análise de dados sugeriu que crianças expostas ao flúor têm uma pontuação média de QI significantemente mais baixa do que aquelas não expostas, com uma diferença média de sete pontos de QI.
Mas além do flúor, a pasta de dente comum pode conter outras substâncias nocivas, como o triclosan. Saiba mais sobre ele na matéria:
De todo modo, muitas pessoas têm buscado creme dental sem flúor para adultos ou infantil para diminuir a exposição ao fluoreto. Abaixo, confira uma receita de pasta de dente sem flúor com ingredientes com ação comprovada na saúde oral.
Aqueça o óleo de coco para que fique em seu estado líquido. Em seguida, despeje-o em um pote de vidro que tenha tampa, pois ele será usado para guardar sua pasta de dente sem flúor. Antes que ele comece a endurecer, dissolva o xilitol no óleo de coco e adicione o açafrão-da-terra mexendo bem.
Coloque todas as gotas de óleo essencial mencionadas na receita, misture e deixe no congelador durante um minuto. Sua pasta de dente sem flúor está pronta! Na hora de usar, dê preferência às escovas de dente da mesma tonalidade da pasta e use toalhas escuras para secar a boca, pois o açafrão-da-terra pode deixar manchas amarelas nos objetos.
Um estudo concluiu que o óleo de coco é um ótimo adjuvante na diminuição da formação de placa e gengivite induzida por placa – o que o torna um aliado na higienização bucal diária.
Outro estudo, publicado no Journal of Natural Science, Biology, and Medicine relaciona diversas aplicações do açafrão-da-terra na saúde oral. Por seu efeito anti-inflamatório, sua utilização é indicada em casos de processos inflamatórios. Dentre elas, a pesquisa indica que massagear com cúrcuma em pó auxilia a eliminar dores de dente e inchaços.
O estudo ainda cita que o uso da receita de uma colher de chá de açafrão com meia colher de chá de sal e meia colher de chá de óleo de mostarda duas vezes ao dia pode gerar o alívio de gengivite e periodontite.
O óleo essencial de canela, outro ingrediente da receita, concentra propriedades que combatem micro-organismos que causam infecções orais e cáries, como Streptococcus mutans e Candida ssp, é o que aponta um estudo, publicado na National Library of Medicine.
De modo semelhante, o óleo essencial de cravo pode proporcionar benefícios à saúde oral. Em um estudo de tubo de ensaio, descobriu-se que os compostos extraídos do cravo impediam o crescimento de dois tipos de bactérias que causam gengivite. Outro estudo concluiu que, após 21 dias de uso de um enxaguante bucal à base de cravo, houve melhorias na saúde da gengiva, bem como redução de placa bacteriana e de bactérias na boca.
A hortelã-pimenta também não fica para trás. De acordo com estudos, seu óleo essencial apresentou um desempenho melhor do que o dos produtos químicos usados em enxaguantes bucais com clorexidina no quesito redução das cáries.
Por fim, o xilitol, classificado como um álcool de açúcar e facilmente encontrado em lojas a granel, tem duas funções na receita. Uma é proporcionar um sabor adocicado e a outra é combater bactérias nocivas.
Estudos concluíram que o xilitol faz bem para a saúde bucal e ajuda a prevenir a cárie dentária. Um dos principais fatores de risco para a cárie dentária é uma bactéria oral chamada Streptococcus mutans. Embora alguma placa nos dentes seja normal, o excesso estimula o sistema imunológico a atacar as bactérias. Isso pode levar a doenças inflamatórias como gengivite.
Essas bactérias orais se alimentam de glicose dos alimentos, mas não podem usar o xilitol. Por isso, substituir o açúcar por xilitol reduz o alimento disponível para as bactérias nocivas (confira estudo a respeito: 1). Elas não podem usá-lo como alimento, mas ainda assim o ingerem.
Depois de absorver o xilitol, as bactérias são incapazes de metabolizar a glicose – o que faz com que suas vias produtoras de energia entupam e elas acabam morrendo. Em outras palavras, ao mastigar chiclete com xilitol ou usá-lo como ingrediente do creme dental, as bactérias nocivas presente na boca morrem de fome (confira estudo a respeito: 2).
Em um estudo, a goma de mascar adoçada com xilitol reduziu os níveis de bactérias ruins em 27% a 75%, enquanto os níveis de bactérias amigáveis permaneceram constantes. Outros três estudos (3, 4, 5) demonstraram que o xilitol pode reduzir a placa e a cárie dentária em 30% a 85%.
Embora não existam estudos comprovando a efetividade da pasta de dente sem flúor mencionada acima, é possível que os ingredientes utilizados ajudem a combater infecções e caries dentárias por suas propriedades já testadas e comprovadas em separado.
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