Patologista encontra mais de 2 milhões de reais em âmbar cinza em intestino de cachalote

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Uma baleia cachalote foi encontrada morta com 9,5 quilos de âmbar cinza em seu intestino na praia de La Palma, nas Ilhas Canárias, no último mês. De acordo com o time responsável pela descoberta, o dinheiro da venda do material será usado para ajudar as vítimas do vulcão La Palma de 2021.

Antonio Fernández Rodríguez, chefe do instituto de saúde animal e segurança alimentar da Universidade de Las Palmas, encontrou o conteúdo no intestino do animal. Tentando entender a causa da morte da baleia, Fernández inspecionou o colón do mamífero e sentiu algo duro preso em parte do intestino do animal.

“O que tirei foi uma pedra com cerca de 50-60 cm de diâmetro e pesando 9,5 kg. As ondas estavam batendo na baleia. Todo mundo estava olhando quando voltei para a praia, mas eles não sabiam que o que eu tinha em minhas mãos era âmbar cinza”, disse ele. 

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O âmbar cinza, também conhecido como âmbar-gris, é uma substância sólida e gordurosa produzida por cachalotes. 

As baleias consomem uma grande quantidade de cefalópodes, e, enquanto a maioria das substâncias não digestíveis presentes nesses animais é expelida através do vômito, em raras circunstâncias, ela se move para os intestinos das baleias e se une. Em algum tempo, essas partes formam uma massa sólida de âmbar cinza, que continua crescendo dentro das cachalotes.

Acredita-se que o âmbar funciona protegendo os órgãos internos da baleia dos bicos afiados das lulas.

Em algumas circunstâncias, o âmbar cinza é expelido e é encontrado na superfície do oceano. No entanto, quando cresce demais, acaba rompendo o intestino e matando a baleia.

Em primeira instância, o âmbar cinza possui um forte odor fecal. Porém, em contato com o ar, começa a liberar um cheiro similar ao sândalo, o que fez com que a substância fosse comumente utilizada na perfumaria. Além disso, também contém ambrein, um álcool inodoro que ajuda na fixação e prolongação de aromas.

Apenas uma a cada 100 cachalotes produzem o âmbar-cinza. Portanto, devido à sua raridade, o material é vendido por preços exorbitantes. 

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O material encontrado na praia de La Palma vale aproximadamente 500 mil euros, ou aproximadamente 2,7 milhões de reais. O instituto está procurando um comprador, e Fernández espera que os fundos arrecadados sejam destinados a ajudar as vítimas do vulcão que entrou em erupção em La Palma em 2021.

“A lei é diferente em cada país. No nosso caso, espero que o dinheiro vá para a ilha de La Palma, onde a baleia encalhou e morreu”, disse o patologista. 

Júlia Assef

Jornalista formada pela PUC-SP, vegetariana e fã do Elton John. Curiosa do mundo da moda e do meio ambiente.

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