Apesar do nome, o peixe-boi não é um peixe de verdade, e sim um mamífero. O animal faz parte da família Trichechidae, e da ordem Sirenia. Ao todo, existem três espécies vivas do peixe-boi no mundo, e ele é considerado um dos animais em risco de extinção devido à caça, pesca predatória e a maior incidência de barcos turísticos.
Os habitats naturais de um peixe-boi são as águas rasas da costa oceânica, lagos e rios de regiões da América e da África. Esses mamíferos costumam viver cerca de 60 anos, mas devido ao seu longo tempo gestacional, possuem baixa reprodutividade. Um peixe-boi fêmea demora cerca de 12 a 14 meses para gerar um filhote, e depois disso pode levar dois anos para reproduzir novamente.
Apesar dos filhotes serem amamentados por suas mães, o peixe-boi é o único mamífero aquático que, em vida adulta, tem uma dieta completamente herbívora. Eles se alimentam de algas, gramíneas aquáticas e ervas daninhas, podendo ingerir até um décimo a mais do que seu próprio peso em menos de 24 horas.
Os seus hábitos aquáticos costumam ser solitários. Peixes-boi andam sozinhos ou em bandos pequenos, com meia dúzia de animais para menos. Eles não deixam a água em momento nenhum, porém, como todo mamífero marinho, ele precisa ir à superfície para respirar — o que costuma ser feito a cada 15 minutos ou a cada três minutos se ele estiver nadando.
Apesar de serem grandes e pesados, os peixes-boi são excelentes nadadores e podem nadar 5 quilômetros por hora, e até 15 quilômetros em curtos períodos.
Ao redor do mundo existem três espécies de peixe-boi diferentes, sendo elas o peixe-boi– marinho, o peixe-boi-africano e o peixe-boi-amazônico:
Encontrado em regiões costeiras da América, eles costumam se alojar em porções de rios que desembocam no mar. Essa espécie chega até quatro metros de comprimento e pode pesar pelo menos 600 quilos. Sua pele é grossa e enrugada, enquanto sua cor é cinza claro, e alguns pêlos podem ser encontrados pela sua extensão.
O peixe-boi-marinho é conhecido por suas nadadeiras exóticas, que contam com unhas. Sua expectativa de vida é de 60 anos.
Achado na costa da África e em rios e lagos do continente, esse peixe-boi não é muito estudado e se tem poucas informações a respeito. Porém, ele é o que mais sofre com a caça predatória.
O peixe-boi encontrado na Amazônia é menor do que as outras espécies conhecidas, tendo no máximo 3 metros de comprimento e podendo alcançar até 480 quilos. A sua pele é cinza escura, quase preta, com algumas manchas brancas ou rosadas na parte do abdômen e do peito.
Ele não tem unhas em suas nadadeiras e conta com cerdas curtas e grossas, um pouco abaixo do queixo e dos lábios, de função sensitiva. A reprodução desse animal acontece nos períodos de chuva, e o nascimento dos filhotes ocorre quando a água dos rios voltam a subir e a vegetação está abundante.
Estudos, realizados por zoologistas, apontam que o peixe-boi tem um descendente em comum com o elefante, a milhares de anos atrás. O fóssil mais antigo desse mamífero é de 47 milhões de anos atrás, quando a espécie era predominante no norte da África e do Mar Mediterrâneo.
De acordo com especialistas, o animal surgiu há cerca de 11 milhões de anos depois que sua linhagem divergiu do seu parente vivo mais próximo — o elefante. Naquele período, o peixe-boi tinha quatro patas e conseguia se locomover em terra firme.
Apesar de ser uma espécie que existe há milhares de anos na Terra, o peixe-boi tem enfrentado diversas dificuldades para continuar existindo. Isso porque ele é um animal de baixa reprodutividade, o que significa que além de demorarem muito para conceber um filhote, geralmente a gestação resulta em apenas uma cria.
O fato de serem calmos e lentos faz com que eles sejam uma caça fácil, e por isso sofrem constantemente com essa ameaça. Mas além da caça, o peixe-boi também é ameaçado pela pesca predatória; pela colisão de barcos turísticos ou de pesca (pois são animais muito curiosos); pela perda de habitat (decorrente das mudanças climáticas); e pela poluição nutricional (já que se alimentam de gramíneas aquáticas, principais vítimas da eutrofização).
No Brasil, e em outras regiões em que esse animal vive, já existem organizações dedicadas à preservação dessa espécie. Porém, ainda é preciso garantir que o habitat natural do peixe-boi não seja afetado pelos impactos ambientais humanos.
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