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O peixe-remo tem fama de ser o peixe do fim do mundo devido sua aparição anterior a grandes desastres naturais

O peixe-remo, também conhecido como peixe do fim do mundo, rei dos arenques, peixe-terremoto e regaleco, é uma espécie encontrada nas profundezas do oceano, famosa pelos mitos relacionados a sua existência. Apesar de ser associado a grandes monstros marinhos míticos, o regaleco não passa de um peixe grande que se alimenta de pequenos organismos.

As profundezas do oceano são regiões que despertam a curiosidade do ser humano. Isso porque, depois de 200 metros abaixo da superfície, a humanidade só desbravou 10% da biodiversidade local. Sendo assim, as informações que se tem sobre as espécies que vivem ali são escassas. 

Por isso, quando as pessoas se deparam com animais como o peixe-remo, elas podem ficar chocadas e impressionadas com a existência deste tipo de vida. Isso explicaria o porquê de tantos mitos relacionados ao animal, já que ele é diferente de todos os tipos de peixes que são encontrados na superfície.

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Caranguejo-ferradura e sua relação com as vacinas

Mas quais as características de um peixe-remo?

O regaleco, ou peixe do fim do mundo, é uma espécie gigante encontrada nas profundezas do oceano. Esse animal é da família Regalecidae, e atende pelo nome científico de Regalecus glesne. 

O peixe-remo é considerado o único peixe ósseo — que possui endoesqueleto e opérculo formados, predominantemente, por ossos — sem escamas. Em vez disso, ele tem uma pele gelatinosa, formada por tubérculos e um revestimento prateado, feito de um material chamado guanina.

Essas criaturas são adaptadas para aguentar a pressão da água na região em que habitam, de 200 a 3.200 metros abaixo do nível do mar. Porém, sua pele é macia e facilmente danificada. Isso pode fazer com que o peixe-remo seja jogado longe caso encontre tempestades marinhas e correntes muito fortes.

A alimentação do peixe-remo consiste em plâncton e outros organismos, como camarões e peixes pequenos. Isso porque a alimentação nas profundezas do mar é pouca, fazendo com que os animais que vivem ali tenham que se adaptar à falta de comida. A abertura estomacal de um regaleco é pequena e eles não possuem  dentes, usando apenas as brânquias para apanhar organismos minúsculos.

O Guinness Book determina o peixe-remo como a espécie de peixe mais longa de todas. Seu corpo se assemelha a uma fita prateada, com barbatanas rosadas e pequenos espinhos que protegem seu corpo. O seu nome foi dado devido a sua semelhança com um remo.

O maior regaleco encontrado no mundo tem aproximadamente 17 metros de comprimento, porém a média do animal é de 8 metros. É possível encontrar essa espécie em diversas regiões do globo, afinal ele se adapta tanto a climas temperados como tropicais. Os locais que eles são comumente encontrados são as costas marinhas.

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A disputa entre pescadores e leões-marinhos por peixes

Por que o peixe-remo é o peixe do fim do mundo?

A fama de peixe do fim do mundo está atrelada aos mitos japoneses e as ocasiões em que eles foram encontrados por humanos. No Japão o peixe-remo faz parte do folclore local, em que ele é denominado o “Mensageiro do Palácio do Deus do Mar”.

Segundo as crenças locais, quando muitos regalecos sobem para a superfície isso é um sinal de desastres naturais. Essa ideia foi ganhando força quando no Japão, antes do terremoto e tsunami de Fukushima, uma série de peixes-remo foram observados na costa da cidade.

Houveram outras situações semelhantes, como em 2017, quando seis peixes-remo foram encontrados na costa das Filipinas, apenas seis dias antes do terremoto que matou seis pessoas. Apesar dessas coincidências, especialistas acreditam que essa ligação não tem evidências científicas. 

Por outro lado, pesquisadores ponderam a possibilidade de abalos sísmicos, causados pelas placas tectônicas, impactarem o dia a dia desses animais. Afinal, se um peixe-remo vive muito próximo ao fundo do mar, por ser sensível a grandes movimentos, pode ser jogado para a superfície. Entretanto, esse fenômeno não é usado para prever terremotos ou tsunamis. 

A explicação mais plausível do porque esses animais aparecem na superfície do mar é sua sensibilidade a correntes e tempestades marítimas. Por ter um corpo sensível, eles são abalados por grandes movimentos, que danificam sua estrutura, fazendo com que eles flutuem até as regiões mais visíveis do oceano. Isso explica porque a maioria dos peixes-remo encontrados na região costeira estão mortos ou quase morrendo.

É possível comer peixe-remo?

A pesca de peixe-remo não é uma prática comum, já que essas criaturas vivem em águas profundas. Mas, além disso, a carne do animal não é saborosa e adequada para o consumo humano. De acordo com pessoas que encontraram o animal e prepararam sua carne para o consumo, o peixe-terremoto “tem o mesmo sabor que uma gelatina gosmenta”. 


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