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Até 2030, o pequeno país asiático pretende eliminar totalmente os agrotóxicos de seus alimentos

O reino himalaio de Butão, localizado entre a China e Índia, não é muito conhecido mundialmente. Mas esse pequeno país, que tem a maioria da sua população budista, protagonizou um grande feito na proteção ao meio ambiente.

Muito elogiado pela Organização das Nações Unidas (ONU), Butão desenvolveu um modelo econômico que pretende suprimir completamente todos os tipos de agrotóxicos e químicos presentes em seus produtos agrícolas, com o objetivo de todos seus alimentos serem feitos 100% “bio”, implementando a agricultura orgânica em 2030.

Com 700 mil habitantes, dois terços da população depende da agricultura para sobreviver pelas planícies e montanhas isoladas no sul do país, que possui apenas 3% de suas terras cultivadas, devido à grande quantidade de árvores e matas intocadas.

Grande parte dos camponeses e agricultores já utiliza folhas apodrecidas e adubos como fertilizantes naturais para as plantações, promovendo assim uma melhor relação com a natureza, sem deixar de seguir os princípios budistas.

Apenas os agricultores que têm acesso às estradas podem recorrer a produtos químicos para cultivar seus alimentos, mas, como prevê o plano, mesmo tais agricultores terão de diminuir progressivamente o uso de insumos.

Qualidade em vez de quantidade

A pequena ilha de Niue, localizada no Pacifico Sul, também é forte candidata a ser tornar “100% bio” e é a maior concorrente de Butão no setor. Com 1,3 mil habitantes, a ilha pretende alcançar seu objetivo entre 2015 e 2020.

Segundo o setor de Alimentação e Agricultura da ONU, o mercado de alimentos bio atrai principalmente pequenos países por seu preço elevado, pois essas nações não são competitivas em quantidade, mas pretendem ser em qualidade.

Em 2010, o mercado de alimentos bio foi estimado em € 44,5 bilhões, segundo o Instituto de Pesquisa sobre Agricultura Biológica da Federação Internacional de Movimentos de Agricultura Biológica (IFOM).

A política de produção orgânica deixará Butão com reputação de um país com uma alimentação de grande qualidade biológica, o que lhe dará grande prestigio no mercado e possibilidade de cobrar altos preços por seus produtos no futuro.


Imagem: Rita Willaert


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