A perda de audição é uma condição consequente do envelhecimento, variações genéticas, doenças ou fatores externos, como a exposição constante a ruídos altos. Embora possa afetar indivíduos de todas as idades, ela é mais comum em idosos, afetando uma a cada três pessoas acima dos 65 anos.
Dados da Organização Mundial de Saúde indicam que 5% da população mundial (aproximadamente 430 milhões de pessoas) sofrem com algum tipo de perda de audição e requerem reabilitação para lidar com o problema. Existem diversos tipos e graus de severidade da condição, porém, de acordo com a organização, a perda de audição incapacitante é definida como uma perda superior a 35 decibéis (dB) no ouvido com melhor audição.
Grande parte dos casos de perda auditiva não podem ser revertidos. Porém, planos criados por médicos e especialistas da audição podem melhorar a qualidade de vida do paciente.
A diferença entre a perda de audição e a surdez ocorre a partir do quadro auditivo entre ambas as condições. Uma pessoa que apresenta perda de audição consegue ouvir alguns sons e participar de conversas, dependendo da severidade de seu caso, que pode variar entre de leve a grave. Considerados deficientes auditivos, essas pessoas são beneficiadas pelo uso de aparelhos auditivos, implantes cocleares e outros dispositivos auxiliares.
De acordo com o Artigo 4º do Decreto Federal 3298/1999, uma pessoa portadora de deficiência auditiva possui “perda bilateral, parcial ou total, de quarenta e um decibéis (dB) ou mais, aferida por audiograma nas freqüências de 500HZ, 1.000HZ, 2.000Hz e 3.000Hz”.
Já a surdez é caracterizada por pessoas com perda auditiva profunda ou total, uni ou bilateral. Pessoas surdas não se comunicam através da linguagem falada e, por isso, utilizam as Libras — Língua Brasileira de Sinais.
Existem quatro tipos diferentes de perda auditiva. São eles:
Esse tipo de perda de audição ocorre no ouvido externo ou no ouvido médio, em que as ondas sonoras não são capazes de atingir a orelha interna. Isso, por sua vez, é resultado de um bloqueio, como a infecção no ouvido, ou a presença de cera ou líquido na orelha. Por outro lado, ela também pode ser uma consequência de algum acidente que resultou na deformidade dos ossos da orelha ou no tímpano.
Em alguns casos, a perda de audição condutiva pode ser revertida através de cirurgias ou medicamentos.
Ocorre quando o ouvido interno (cóclea) ou nervo auditivo sofrem algum tipo de dano. Porém, também podem ser o resultado do processo natural de envelhecimento, exposição à barulhos ou algumas doenças.
A perda neurossensorial é o tipo mais comum de perda auditiva, com crianças sendo mais propensas a desenvolvê-la através de condições congênitas ou algum tipo de trauma. Na maioria dos casos, o tratamento da condição não pode ser feito medicamente, mas dispositivos auditivos podem ajudar.
É a combinação de ambos tipos de perda auditiva condutiva e neurossensorial. Pacientes com essa condição podem ter uma perda auditiva neurossensorial e, em seguida, desenvolver um componente condutivo separadamente.
Também conhecida como transtorno do espectro da neuropatia, essa condição é resultante de algum acometimento do nervo auditivo. Dessa forma, o som entra no ouvido normalmente, mas a transmissão dos sinais sonoros do ouvido interno para o cérebro é prejudicado de alguma forma.
A neuropatia auditiva pode ser tratada através do transplante coclear, mas, em alguns casos essa perda auditiva é permanente.
Existem diversas causas para a perda de audição, algumas que já foram mencionadas, como o envelhecimento, traumas consequentes de acidentes e exposição à ruídos, principalmente aqueles relacionados à ocupação de um indivíduo. No entanto, outros fatores também podem contribuir para o desenvolvimento da condição, como:
Doenças e condições de saúde também podem causar perda auditiva, são elas:
A perda de audição ocorre, em grande parte dos casos, gradativamente. Portanto, muitas pessoas não percebem que estão perdendo a audição durante o processo. Em vez disso, percebem alguns sintomas, como:
Em crianças, os sintomas da perda auditiva podem ser diferentes, como:
A exposição ao barulho é uma das causas mais comuns à perda de audição. Por isso, grande parte da prevenção à condição envolve a proteção do ouvido e dos tímpanos.
Para prevenir a perda auditiva, siga os seguintes conselhos:
Uma análise conduzida por Lauren Dillard, pós-doutoranda na Medical University of South Carolina e consultora da Organização Mundial da Saúde, estimou que 0,67 a 1,35 bilhões de adolescentes e jovens adultos em todo o mundo sejam regularmente expostos a práticas auditivas inseguras.
O estudo monitorou comportamentos de risco para perda de audição, como uso de fones de ouvido e participação em clubes, bares e shows. Além disso, ele analisou resultados de 33 estudos publicados entre 2000 e 2021.
De acordo com a análise, pessoas jovens são propensas a engajar-se em atividades de risco para a perda auditiva, principalmente a que pode ocorrer devido à exposição a ruídos altos. Assim, a especialista reforça que a maior prevenção contra a condição é a prática de hábitos saudáveis de escuta, como a limitação da exposição a barulhos e músicas altas.
“Os danos causados pela audição insegura podem aumentar ao longo da vida e a exposição ao ruído no início da vida pode tornar os indivíduos mais vulneráveis à perda auditiva relacionada à idade”, disseram os pesquisadores em seu estudo.
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