As pérolas são um material orgânico formado dentro de moluscos como ostras, amêijoas e mexilhões. Moluscos são animais aquáticos que possuem concha. A parte interior dessa concha é forrada com uma substância chamada madrepérola, ou nácar. As pérolas são consideradas muito valiosas. Sua principal finalidade é a confecção de joias, como colares, brincos e broches.
O processo de formação das pérolas começa quando uma partícula estranha — um parasita ou um grão de areia — entra no molusco. Como mecanismo de defesa, o molusco libera várias camadas de nácar para envolver o invasor. As pérolas são resultado do acúmulo de nácar.
Apesar de o branco ser a cor mais conhecida, as pérolas também podem se apresentar nas cores preta, marrom, cinza, rosa, vermelha, azul, verde, roxa e amarela.
Grande parte dos moluscos é capaz de produzir pérolas, mas as fontes mais comuns de pérolas artificiais são as ostras e os mexilhões. Embora seja possível encontrar pérolas naturais no mundo todo, os maiores fornecedores são o golfo Pérsico, o mar Vermelho, o Sri Lanka e as Filipinas. Na área das pérolas cultivadas, o Japão é o maior produtor.
O mexilhão é um molusco bivalve, protegido por duas conchas de coloração preto-azulada, que vive próximo às costas marinhas e superfícies rochosas de oceanos e superfícies de água doce. São animais filtradores e que se alimentam de algas microscópicas e materiais em suspensão. Por isso, podem concentrar contaminantes que estiverem presentes em seu habitat. Assim como as ostras, os mexilhões também possuem a capacidade de produzir pérolas.
A entrada de parasitas, grãos de areia, pedaços de rocha ou corais, provoca uma espécie de incômodo – um processo que os moluscos utilizam para se defender desse novo organismo. Essa reação busca proteger o manto, um tecido muito fino, com várias linhas musculares, presente em ostras e mariscos.
O manto cobre o invasor com diversas camadas de uma substância chamada madrepérola, ou nácar, composta de carbonato de cálcio, água, proteína e partículas que conferem cor às pérolas. O processo leva de três a cinco anos para acontecer.
As pérolas também podem ser produzidas artificialmente. Nesse processo, uma bolinha de plástico ou um pedaço de molusco são inseridos em ostras e mexilhões para provocar a reação.
Vale ressaltar que a indústria de produção de pérolas vem sendo uma das mais afetadas pelas mudanças climáticas. Isso porque o aumento da temperatura e a acidificação dos oceanos causam tanto a diminuição do alimento das ostras quanto a sua morte.
Um estudo desenvolvido por pesquisadores da Australian National University, do Lawrence Berkeley National Laboratory, da Western Norway University e da Cornell University descobriu que os moluscos mantêm a simetria de suas pérolas ajustando a espessura de cada camada de nácar. Se uma camada for mais espessa, a próxima tende a ser mais fina e vice-versa. A pérola retratada no estudo contém 2.615 camadas de nácar perfeitamente combinadas, depositadas ao longo de 548 dias.
A equipe também descobriu detalhes sobre como funciona a interação entre as camadas. Uma análise matemática das camadas da pérola mostrou que elas seguem um fenômeno conhecido como “ruído 1 / f”, onde uma série de eventos que parecem aleatórios são conectados, com cada novo evento sendo influenciado pelo anterior. Foi demonstrado que o ruído 1 / f governa uma ampla variedade de processos naturais e feitos pelo ser humano, incluindo atividade sísmica, mercados econômicos, eletricidade, física e até música clássica.
A discussão sobre os impactos ambientais gerados pelo cultivo de moluscos ainda não está consolidada na literatura brasileira e internacional, carecendo de mais trabalhos que discutam essa temática. Entretanto, entre os principais impactos citados estão o assoreamento e a eutrofização do ambiente.
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