Mais de 50 personalidades da área socioambiental e de outros setores de diferentes países divulgaram uma carta onde deixam clara sua completa insatisfação com o texto final da Rio+20. A carta foi encaminhada nesta sexta-feira aos chefes de Estado reunidos no Rio de Janeiro, como uma declaração da sociedade civil.
Entre os signatários do documento estão Ashok Khosla, Ignacy Sachs, Thomas Lovejoy, Vandana Shiva, Yolanda Kakabadse, Ricardo Abramovay, Marina Silva, Jim Leape, Megaron Txucarramãe, José Goldemberg, entre outros. Várias outras personalidades continuam aderindo à iniciativa, como Fabien Cousteau, neto do oceanógrafo Jacques Cousteau.
O texto explicita uma “profunda decepção com os chefes de Estado” e afirma que a “sociedade civil não compactua nem subescreve esse documento”. “A Rio+20 passará para a história como uma conferência da ONU que ofereceu à sociedade mundial um texto marcado por graves omissões que comprometem a preservação e a capacidade de recuperação socioambiental do planeta”, diz a carta. Confira na íntegra.
A ativista canadense Severn Suzuki, que comoveu o mundo com seu depoimento na Rio92 (assista), também assinou o manifesto. “Passei os últimos vinte anos imaginando que as minhas palavras tinham sido ouvidas”, reclamou. Segundo ela, os últimos dias foram muito tristes, mas contou ter esperanças na juventude para construir um novo futuro, “diferente daquele imaginado pelos chefes de Estado no Rio de Janeiro nos últimos dias”.
A insatisfação da população foi demonstrada em ato na quarta-feira, dia 20, em que 80 mil pessoas foram às ruas do Rio de Janeiro, cidade-sede do evento. Inúmeros grupos sociais participaram da manifestação socioambiental em “defesa dos bens comuns e contra a mercantilização da vida”.
Movimentos socioambientais presentes na Cúpula dos Povos da Rio+20 levaram à assembléia realizada na quinta-feira, dia 21, a seguinte proposta, no intuito de contribuir para as soluções apontadas pela sociedade civil à crise planetária:
“Rechaçamos o retrocesso promovido por governos e corporações nas políticas e no arcabouço legal socioambientais, se apropriando dos bens comuns e flexibilizando os direitos dos povos. Chamamos todos os movimentos a colocarem a defesa dos recursos naturais e dos bens comuns como aspecto central de suas agendas, por sua importância para a sobrevivência dos povos”.
Os documentos produzidos nas plenárias da Cúpula podem ser conferidos em neste link.
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