A Seafood Watch, organização que monitora como peixes e outros frutos do mar são capturados nos oceanos, listou a pesca de lagosta como uma ameaça às baleias. De acordo com o grupo, as redes de pesca utilizadas na atividade são responsáveis pela captura de espécies de baleias ameaçadas à extinção nos Estados Unidos.
Nos últimos seis anos, colisões com barcos, emaranhamentos em redes de pesca e causas desconhecidas mataram ou machucaram pelo menos 92 baleias. Após a análise desses dados, especialistas declararam o fenômeno como um “evento de mortalidade incomum”.
No entanto, acredita-se que a baleia-franca-do-atlântico-norte é a espécie que mais sofreu diante da pesca de lagostas.
Os dados da Seafood Watch foram divulgados em setembro deste ano, quando a instituição colocou diversas pescarias que usam linhas de pesca verticais em sua lista vermelha, devido ao risco que representam para a espécie.
Atualmente, estatísticas apontam que existam apenas cerca de 350 baleias-francas-do-atlântico-norte vivendo na natureza. E, de acordo com uma pesquisa realizada pelo Aquário da Baía de Monterey, responsável pela Seafood Watch, 80% das baleias-francas-do-atlântico-norte já foram emaranhadas em linhas de pesca pelo menos uma vez.
Frente à lista da Seafood Watch, diversos fornecedores de alimentos pararam de comercializar lagostas em suas instalações. Isso, por sua vez, resultou em um possível corte de financiamento federal da instituição impulsionado por toda a delegação do Congresso do Maine.
O estado do Maine é responsável pela distribuição de cerca de 80% de toda lagosta pescada nos Estados Unidos. Só no ano passado, a atividade arrecadou 725 milhões de dólares em vendas, o que representa 82% do valor de todos os frutos do mar do Maine naquele ano.
Em uma carta aberta, todos os principais legisladores do Maine defenderam a pesca de lagostas, alegando que as informações da Seafood Watch não possuem provas concretas de que a atividade é prejudicial às baleias.
“Desde 2004, não houve um emaranhamento conhecido de baleia-franca com equipamentos de pesca de lagosta do Maine, e mortes de baleias-francas ou ferimentos graves nunca foram atribuídas aos equipamentos de pesca.”, dizia o documento.
Até então, não existem provas de que as mortes de baleias foram resultantes desses equipamentos. Porém, de acordo com a Administração Nacional Oceânica e Atmosférica dos Estados Unidos (NOAA, na sigla em inglês), apenas cerca de um terço das mortes de baleias-francas são documentadas.
Em geral, muitos especialistas apoiam a decisão da Seafood Watch na divulgação da lista, além de afirmarem que a indústria pesqueira e os governos dos Estados Unidos e do Canadá precisam desenvolver soluções que preservem as oportunidades de pesca e protejam as baleias simultaneamente.
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