Pesquisa da Universidade de Gothenburg concluiu que jovens entre 18 a 29 anos se sentem ameaçados pelos avanços dos direitos das mulheres
Uma pesquisa divulgada pela Universidade de Gothenburg indica que homens jovens se sentem mais ameaçados pelos avanços dos direitos das mulheres do que gerações mais velhas. O estudo reuniu mais de 30 mil participantes de 27 países da União Europeia, que foram instruídos a responder se acreditam ou não que o progresso dos direitos das mulheres é uma ameaça às oportunidades dos homens.
Ao analisar os resultados do questionário, foi concluído que homens entre 18 a 29 anos são mais propensos a concordar com a declaração. Além disso, os dados apontam que quanto mais velhos, menos homens reconhecem esse tipo de progresso como ameaça.
De acordo com os representantes do estudo, os resultados não refletem a crença popular de que gerações mais velhas são mais conservadoras em relação aos direitos das mulheres e à igualdade de gênero.
“Algumas mulheres concordam com a afirmação, mas em um grau muito menor do que os homens de todas as idades.” afirma um dos líderes da pesquisa.
Em uma procura pela justificativa dos resultados, os pesquisadores identificaram que fatores específicos poderiam influenciar as respostas dos participantes, como o desemprego. Na Eslováquia, local onde mais homens concordaram com a declaração, o desemprego subiu em até 1,1% nos últimos dois anos.
A influência do desemprego nas respostas da pesquisa também foi evidente na Suécia. No país, participantes que vivem em áreas onde a taxa de desemprego aumentou nos últimos dois anos eram mais suscetíveis a manter a crença de que o progresso dos direitos das mulheres era uma ameaça às suas oportunidades.
Em contrapartida, os participantes da Itália, onde os níveis de desemprego caíram nos últimos anos, são menos resistentes a esses avanços.
Após a análise, Gefjon Off, doutorando em ciências políticas e um dos líderes da pesquisa, concluiu que os homens que concordam com a declaração acreditam estar sendo superados pelas mulheres no mercado de trabalho. Desse modo, essa competição foi responsável pela criação da insegurança em relação ao progresso do movimento de igualdade de gênero, que é visto como responsável pelo crescimento das mulheres no âmbito profissional.
O doutorando também explica a necessidade de uma melhora na comunicação sobre a importância e os benefícios derivados da igualdade de gênero, onde pais e filhos podem conversar abertamente sobre essas questões:
“Precisamos melhorar a comunicação dos benefícios da igualdade de gênero. Os pais passam mais tempo com seus filhos e o fardo de ser o provedor da família é aliviado quando as mães nas famílias também avançam em suas carreiras.”, diz o especialista.