A partir de testes feitos com voluntários, chegou-se à conclusão pouco surpreendente
Uma pesquisa realizada por membros da Universidade da Califórnia e da Universidade de Toronto, publicada na Proceedings of the National Academy of Sciences of the United States of America (PNAS), estudou o engajamento de indivíduos em atitudes antiéticas e revelou que as pessoas de camadas sociais mais elevadas possuem maiores tendências para tal tipo de comportamento. Convenhamos que o resultado não parece ser tão surpreendente.
Os dois primeiros estudos se focaram em analisar a frequência e a tendência em cometer infrações de trânsito. Nos outros cinco estudos de laboratório foram avaliadas as tendências em situações gerais de se tomar decisões antiéticas, tirar vantagens em benefício próprio, mentir ou trapacear a seu favor, por exemplo, e a tendência a tomar atitudes antiéticas no ambiente de trabalho.
Foram apresentadas aos participantes situações como: pegar papel da empresa onde trabalha para uso pessoal, obter dados de uma prova com seus colegas que conseguiram uma cópia antes do exame, ficar com o troco errado que foi dado a mais, não falar nada ao professor que tomou como corretas respostas em sua prova que estavam erradas, ou também usar trabalhos prontos para fazer seu trabalho. Diante delas, eles deveriam se imaginar realmente na situação e classificar entre 1 e 7 de acordo com a probabilidade de tomarem essas atitudes.
Em outro momento do estudo, eles deviam falar o que fariam numa situação de trabalho na qual, se mentissem, ganhariam benefícios na empresa e cumpririam eficazmente a tarefa que lhes foi dada, mas prejudicariam outra pessoa. Eles ainda deram suas opiniões em afirmações como a de que para ser bem sucedido é necessário aproveitar as oportunidades, e não é moralmente ruim pensar em seu próprio benefício acima dos outros.
Dentre todos os estudos, os resultados mostraram que pessoas de classes mais altas têm maiores tendências a serem antiéticas do que pessoas de rendas mais baixas. Os pesquisadores afirmam que a razão desses resultados está no valor de maximização do interesse próprio e individual nas camadas mais altas. A possessão de altos recursos e a independência criam um maior foco em si mesmo e incorpora-se um sentimento positivo em relação à ganância.
Pessoas de classes mais baixas estão na marginalidade e, quando tomam atitudes antiéticas, afirmam mais ainda sua classificação marginal. Para serem reconhecidas socialmente, essas pessoas precisam ter um esforço maior em serem moralmente corretas. As pessoas da classe mais alta, no entanto, por já estarem no status de poder, não têm a necessidade de grande esforço e muitas vezes tomam atitudes antiéticas, pois não correm grandes riscos e sempre podem recorrer ao poder econômico.
Para ter atitudes menos antiéticas com o meio ambiente, confira nossa seção Consuma Consciência.
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