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Estudo global revela que a redução da diversidade de polinizadores impacta plantas selvagens e cultivadas, com efeitos graves para a reprodução vegetal

A diversidade de polinizadores está em declínio, e as consequências desse fenômeno são profundas para a reprodução das plantas e a manutenção dos ecossistemas. Pesquisas recentes evidenciam que a perda de espécies polinizadoras, como abelhas, borboletas e morcegos, afeta diretamente o sucesso reprodutivo de plantas selvagens e cultivadas, comprometendo a biodiversidade e a produção de alimentos. A situação exige ações imediatas para mitigar os fatores que ameaçam esses agentes naturais, como mudanças climáticas, perda de habitat e práticas agrícolas intensivas.

Um estudo publicado na revista Nature Ecology & Evolution, liderado por Maddi Artamendi, pesquisador da Universidade do País Basco (UPV/EHU), e Ainhoa Magrach, professora do BC3, revela que a redução da diversidade de polinizadores impacta negativamente a produção de frutos, sementes e o peso dos frutos. A pesquisa, que analisou 207 estudos realizados em 46 países, destaca que plantas selvagens são mais afetadas do que as cultivadas, e que até mesmo espécies capazes de autopolinização sofrem com a diminuição da variedade de polinizadores.

A meta-análise conduzida pelos pesquisadores mostrou que polinizadores selvagens, como insetos e morcegos, têm um papel mais significativo na reprodução vegetal do que os polinizadores domésticos, como as abelhas. Além disso, a perda de polinizadores invertebrados e noturnos é mais acentuada do que a de vertebrados e diurnos. Esses dados reforçam a necessidade de proteger a diversidade de polinizadores, não apenas para garantir a produção agrícola, mas também para preservar a integridade dos ecossistemas naturais.

A pesquisa também aponta para a importância de uma abordagem ampla na conservação dos polinizadores. Enquanto a maioria dos esforços se concentra em espécies domesticadas, como as abelhas, o estudo ressalta que todos os polinizadores, incluindo os selvagens, são essenciais para a reprodução das plantas e a manutenção da diversidade vegetal. A perda desses agentes naturais pode levar a um desequilíbrio ecológico, com impactos em cadeia para outras espécies e para o próprio ser humano.

Os resultados do estudo servem como um alerta para a urgência de políticas públicas e práticas agrícolas que promovam a proteção dos habitats naturais e a redução do uso de pesticidas. A preservação da diversidade de polinizadores não é apenas uma questão ambiental, mas também uma necessidade para a segurança alimentar e a sustentabilidade do planeta.

A pesquisa faz parte da tese de Maddi Artamendi, desenvolvida na UPV/EHU sob a orientação de Ainhoa Magrach e Arantza Aldezabal. O estudo, que utilizou métodos estatísticos avançados para sintetizar dados de diversas regiões e climas, oferece uma visão global sobre o tema, destacando lacunas e vieses nas pesquisas existentes. Com isso, os autores esperam contribuir para uma compreensão mais ampla e realista do papel dos polinizadores na natureza.

A proteção dos polinizadores é, portanto, um desafio que exige a colaboração de cientistas, governos, agricultores e sociedade civil. Ações como a criação de corredores ecológicos, a promoção de práticas agrícolas sustentáveis e a conscientização sobre a importância desses animais são passos fundamentais para garantir um futuro equilibrado e produtivo para os ecossistemas.


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