É bem fácil de encontrar, em qualquer mercado ou bomboniere, chicletes fabricados sem adição de açúcar, que é o principal ingrediente provocador das temíveis cáries. Mas por que nunca fabricam gomas de mascar que combatem micro-organismos causadores das cáries? Esse “ovo de Colombo” finalmente saiu do papel: foi criado o chiclete que auxilia no tratamento das cáries.
Uma pesquisa de três anos da Faculdade de Ciências Farmacêuticas (FCFAR) da Universidade Estadual Paulista (UNESP) de Araraquara, feita pela farmacêutica Nadiége Dourado Pauly Silveira, sob a orientação de Elizeu Antonio Rossi, produziu uma goma de mascar com probióticos microencapsulados que, ao serem mastigados, inibem a ação de micro-organismos cariogênicos, como os Streptococcus mutans.
Os probióticos já são bem utilizados nos setores de saúde e de alimentos. O mais famoso é o Lactobacillus, que colabora com a digestão – outros também fortalecem o sistema imunológico e até ajudam a emagrecer.
No chiclete, foram utilizados os probióticos Lactobacillus acidophilus, revestidos adequadamente para que se mantivessem vivos dentro da goma em temperatura ambiente (permaneceram por 154 dias), e sem que houvesse prejuízos em termos de gosto, textura, cor, odor.
Em 65 voluntários, o chiclete aumentou em até mil vezes a presença do Lactobacillus acidophilus na saliva, que é indicado para o tratamento de cáries.
A goma ainda passará por testes clínicos sobre avaliação do produto. Os efeitos do item, caso seja consumido diariamente por crianças, e a possibilidade de ser usado apenas para tratamento estão sendo estudados.
Contudo, após o fim do efeito dos probióticos na goma de mascar, o que sobra é um chiclete comum. É esperar para ver se essa iniciativa vai dar certo.
Quem nunca ouviu que a melhor maneira de descartar o chiclete é jogá-lo no asfalto, pois ambos são derivados de petróleo? O argumento até tem fundamento, mas jogar um chiclete no chão continua a ser uma prática nada sustentável. O melhor é reaproveitá-lo.
Além de causar incômodos aos pedestres, o custo da retirada das gomas de mascar chega a milhões de libras por ano, no Reino Unido.
Para evitar que os chicleteiros de plantão jogassem a goma no chão, foram colocados, em 12 cidades inglesas, coletores de chicletes da empresa Gumdrop. Após a coleta, os chicletes serão reciclados e transformados em pneus, brinquedos infantis e capinhas para celulares.
Outra forma de reciclagem (que ocorre no Brasil pela empresa Ecological Plásticos) é a transformação de chiclete em resina plástica.
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