Ter um pet pode oferecer diversos benefícios para saúde mental e física, mas vem com responsabilidades
Pet é a palavra do inglês usada para se referir aos animais de estimação, mas que foi introduzida ao vocabulário brasileiro. No entanto, muitas pessoas gostam de diferenciar o termo, usando “pet” apenas para os animais já cuidados, castrados e que são considerados parte da família. Já os animais de estimação são uma classe de animais domesticados que possuem as qualidades de um possível pet.
Entretanto, em geral, ambos os termos possuem o mesmo significado no sentido literal, um sendo apenas a palavra inglês que foi adotada pelos brasileiros como um apelido carinhoso aos bichinhos.
Os pets podem ser qualquer animal domesticado, contando que aceito pela lei. Os mais comuns desta categoria envolvem cachorros, gatos, pássaros, peixes e alguns répteis.
De acordo com dados de 2023, cerca de 33% da população mundial possui algum tipo de pet em suas casas, o que exemplifica a popularidade desses animais em fazer parte de um lar.
Diversas pesquisas já comprovaram que ter um bichinho de estimação pode ser benéfico para os tutores, apoiando tanto a saúde mental como a saúde física dos humanos. Porém, antes de adotar um pet, é necessário entender não só o papel do animal dentro do lar, mas também as responsabilidades que vêm com eles.
Responsabilidades e possíveis desvantagens de ter um pet
Os animais domésticos possuem diversas necessidades que devem ser supridas pelos tutores, uma vez que não possuem a capacidade de atendê-las sozinhas. Como animais domesticados, os pets não sabem procurar pela própria comida e água e precisam de ajuda para consegui-las de forma que consigam nutrir suas necessidades básicas diárias.
Além disso, a vacinação e outras questões de saúde também ficam de responsabilidade dos tutores, que devem procurar o atendimento veterinário específico requerido pelo tipo de pet que possuem.
Os pets também precisam de carinho, atenção e cuidados extras, principalmente envolvidos com a sua saúde mental. Portanto, requerem tempo, recursos e amor de seus tutores para que consigam viver em boas condições.
De fato, uma pesquisa da UFMG comprovou que tutores de animais precisam saber mais sobre o conforto de seus pets, algo que influencia diretamente o bem-estar animal.
Vistos como um objeto, muitos animais são abandonados e maltratados por diversos “motivos”, como falta de tempo, dinheiro, algum momento de mau comportamento ou até mesmo por terem crescido e não serem mais “fofos”. No Brasil, essa situação se aplica a mais de 20 milhões de cães abandonados, sem contar os diversos outros animais que acabam tendo o mesmo destino. Portanto, é importante pensar bem antes de adotar um pet.
Vantagens de ter um pet
Além de proporcionarem uma companhia aos tutores, os pets são mais que animais fofinhos. De acordo com a ciência, os pets, especialmente o cachorro e o gato, podem reduzir o estresse, a ansiedade e a depressão. Além disso, eles aliviam os efeitos da solidão e estimulam atividades físicas, proporcionando benefícios tanto à saúde mental como à saúde física. Para as crianças, as vantagens são ainda maiores: os cães podem ajudar os pequenos a desenvolver mais segurança, empatia, interesse por atividades físicas e consciência dos sentimentos de outras pessoas e dos animais.
Conheça alguns benefícios de ter um pet:
Gerenciamento de estresse
De acordo com um estudo publicado em 2019, o ato de apenas acariciar um animal pode reduzir os níveis de estresse de uma pessoa. Ao passar pelo menos 15 minutos com um pet, o ser humano pode liberar hormônios da felicidade e do amor, como ocitocina, prolactina e serotonina.
Além disso, a companhia de um pet pode diminuir os níveis de cortisol (hormônio do estresse) do tutor e auxiliar na redução da pressão arterial em até 10%.
Apoio emocional
Uma pesquisa de 2015 comprovou que crianças diagnosticadas com TDAH que leram para animais reais mostraram melhoras em quadros de cooperação e problemas comportamentais.
Os pets também podem beneficiar crianças com autismo. De acordo com uma pesquisa, crianças com autismo ficaram mais calmas e interagiram mais na presença de porquinhos-da-índia do que de brinquedos.
Saúde cardiovascular
Uma análise de quase 4 milhões de pessoas comprovou que ter um cachorro como pet está associado com uma redução de 24% nas mortes por qualquer causa. Em relação às doenças cardiovasculares, o número é ainda melhor: tutores de cães que já apresentaram ataques cardíacos ou derrames possuem 31% menos riscos de morrer dessas condições.
Saúde cognitiva
Um estudo de adultos com mais de 50 anos provou que idosos que possuem algum pet por cinco ou mais anos pontuaram melhor em testes de memória cognitiva do que pessoas sem animais de estimação. Embora seja apenas uma associação, especialistas acreditam que esse efeito pode estar relacionado ao fato de que pessoas com pets são geralmente mais ativas, uma vez que a mobilidade diária está associada à saúde do cérebro e longevidade funcional.
Compra e adoção de pets
A adoção é a maneira mais ética de obter um pet. Ela é feita, na maioria das vezes, através de ONGs e outras instituições que resgatam animais de rua, ou que não receberam os cuidados necessários em lares anteriores.
Essas instituições proporcionam os cuidados necessários para que esses animais cheguem em seus novos lares em boa forma. Porém, com muitos animais sendo constantemente abandonados por seus tutores, esses locais podem sofrer com a lotação e falta de dinheiro para suprir as necessidades dos pets.
Assim, a adoção é encorajada e faz com que as instituições consigam ajudar mais animais.
Em contrapartida, a venda de animais de estimação pode ser uma prática antiética. Em todo o país, há criadores comerciais de animais de estimação e criadores de quintal que produzem milhares de raças de cachorro para venda em pet shops e outros meios, como a internet. Frequentemente conhecidas como fábricas de animais, essas instalações fecundam repetidas vezes as cadelas reprodutoras, que passam a vida inteira enjauladas, em condições degradantes, machucadas e sem a companhia humana.
Esses animais costumam viver em ambientes com terríveis condições de higiene e são forçados a reproduzir o tempo todo, o que causa doenças sérias como câncer e depressão canina. As cadelas, quando deixam de se tornar ativas, são mortas ou deixadas para morrer. Se você não apoia essas práticas cruéis, escolha e incentive a adoção de cachorro.
O que saber antes de ter um pet?
Antes de adotar um pet, é importante lembrar que esses animais podem ser uma responsabilidade para a vida inteira. Portanto, pergunte-se:
- Eu tenho condições financeiras para adotar e cuidar de um pet?
- Estou preparado para cuidar de um pet por toda a vida?
- Tenho tempo para cuidar de um animal?
- Minha casa é adequada para um animal de estimação? Possui o espaço necessário?
- Terei paciência para educar e lidar com um pet?