Os PFAS incluem milhares de diferentes produtos químicos sintéticos, usados principalmente em produtos industriais e de consumo. Eles são encontrados em embalagens de fast food, utensílios de cozinha antiaderentes, maquiagem à prova d’água, roupas, adesivos, espumas de combate a incêndio e muito mais.
Conhecidos como “produtos químicos persistentes”, os PFAS são problemáticos porque se acumulam com o tempo na água, no ar, no solo — e até no sangue humano. Entenda:
Os PFAS são compostos químicos organohalogenados, geralmente hidrofóbicos e lipofóbicos e amplamente utilizados em aplicações domésticas e industriais.
Eles podem ser encontrados em protetores de carpetes, utensílios antiaderentes, produtos resistentes à água, fios dentais, roupas cirúrgicas, cortinas, alimentos pré-aquecidos, aeronaves comerciais, veículos de baixa emissão e telefones celulares e semicondutores.
Segundo o Instituto Nacional de Ciências da Saúde Ambiental, os dois PFAS mais conhecidos e estudados são o ácido perfluorooctanóico (PFOA) e o perfluorooctanossulfonato (PFOS).
De modo geral, os PFAS podem ser classificados como poluentes orgânicos persistentes. Isso significa que eles são altamente tóxicos, permanecem no meio ambiente e no organismo de animais e seres humanos por muito tempo e bioacumulam e biomagnificam.
Por isso, os PFAS são conhecidos por afetar a reprodução e o desenvolvimento, o funcionamento do sistema imunológico, interferir na eficácia das vacinas e causar danos ao fígado e aos rins.
A exposição aos PFAS vai além do contato direto com bens de consumo. Estudos mostram que essas substâncias já são encontradas na água potável e em suprimentos alimentares.
Uma vez que entram no corpo, os PFAS vão parar nos tecidos do fígado, pâncreas, rim, pulmão, cérebro, bem como no sangue do cordão umbilical, tecido fetal e leite materno.
Além do problema da exposição, os PFAS levam muito tempo para sair do corpo. Segundo especialistas, a meia-vida do PFOA e do PFOS em humanos varia de 2,7 a 5,3 anos.
Os PFAS são conhecidos por afetar a reprodução e o desenvolvimento, o funcionamento do sistema imunológico, interferir na eficácia das vacinas e causar danos ao fígado e aos rins.
Além disso, pesquisas encontraram fortes evidências de que eles induzem o estresse oxidativo e modulam os efeitos mediados por receptores. Isso significa que eles têm alto potencial cancerígeno.
Um estudo mostrou que mulheres de meia-idade podem estar em maior risco de diabetes devido aos PFAS presentes em cosméticos e panelas antiaderentes.
Os EUA retiraram gradualmente a produção de dois PFAS especialmente prejudiciais — PFOS e PFOA — depois que eles foram associados a efeitos adversos à saúde.
Além disso, a Agência de Proteção Ambiental dos Estados Unidos (EPA, na sigla em inglês) estabeleceu um nível de recomendação de saúde para água da torneira de 70 partes por trilhão (ppt) para esses dois PFAS específicos combinados.
No entanto, a professora assistente de química do Institute of Environment dos EUA e especialista no tema Natalia Soares Quinete, aponta que o limite de recomendação de saúde da EPA não leva em consideração os muitos outros PFAS mais novos que ainda estão sendo usados hoje.
Muitos podem ser tóxicos em pequenas quantidades — tão baixas quanto 1 parte por trilhão.
Para estabelecer medidas regulatórias mais eficientes em outros países, como o Brasil, são necessárias mais pesquisas.
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