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Maior fabricante da indústria tabagista, empresa anunciou sua meta de parar de vender cigarro no Reino Unido em 2018

A Philip Morris fez um anúncio curioso para 2018, com cara de promessa de ano novo. A maior fabricante de cigarros do mundo, dona de marcas como Marlboro e L&M, tomou uma iniciativa inédita na indústria do tabaco e divulgou sua intenção de parar de vender cigarros no Reino Unido até o final do ano, substituindo-os por opções como o cigarro eletrônico.

A empresa pretende sobreviver a um possível fim do vício em cigarros, apostando em “um futuro sem fumaça”, segundo notas divulgadas. Eles estão investindo em pesquisas e no lançamento de opções que sejam menos nocivas à saúde, como cigarros eletrônicos e produtos à base de tabaco aquecido.

No Reino Unido, país alvo da promessa, a empresa já comercializa os cigarros eletrônicos, que são recomendados pela Health UK, órgão de saúde ligado ao governo britânico, como alternativa menos danosa que o cigarro comum, embora as pesquisas existentes na área ainda não sejam conclusivas. O país conta com 7,6 milhões de fumantes e a ideia da Philip Morris é investir em alternativas para esse público.

Philip Morris vai largar o cigarro
Imagem: Comunicado oficial divulgado pela Philip Morris no começo do ano/Reprodução.

A empresa assumiu uma série de compromissos que se destinam a cumprir a meta de gradativamente deixar de produzir cigarros. O primeiro passo foi lançar um site e uma campanha com informações para fumantes que queiram desistir do cigarro. Eles também planejam apoiar iniciativas governamentais em locais onde o número de fumantes é muito alto e buscar aprovação dos governos para inserir nas embalagens de cigarro informações sobre alternativas para desistir do produto. Especificamente no caso do Reino Unido, há ainda o compromisso de expandir a oferta de produtos alternativos.

No Brasil, onde há 20 milhões de fumantes, os cigarros eletrônicos são proibidos pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) desde 2009. A Philip Morris está em negociação com a agência para conseguir a regulamentação do produto e de opções como o tabaco aquecido, mas a decisão está parada desde o final de 2017, com a alegação de que faltam estudos independentes sobre os impactos de longo prazo do consumo desses produtos. Na América Latina, os cigarros eletrônicos já são comercializados na Colômbia, Curaçao e Guatemala. O presidente da empresa no Brasil disse em entrevista à Folha que uma previsão otimista seria obter a permissão para comercializar as alternativas nos próximos dois anos.

A comprovação científica quanto ao consumo de tabaco em versões eletrônicas pode demorar, pois depende de amostragens e do aumento de consumidores. Uma coisa parece certa: é difícil que sejam mais danosos do que os cigarros tradicionais. Pensando em sua sobrevivência e se antecipando a um futuro livre de fumaça, a Philip Morris foi a primeira empresa da indústria tabagista a anunciar a intenção de vender apenas cigarros eletrônicos.



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