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Estudo indica que uma espécie de pica-pau nativa da América do Norte pode viver em paz nas cidades

O pica-pau é um animal da ordem Piciformes, da família Picidae, que possui cerca de 180 espécies diferentes. Esse pássaro ocorre naturalmente no mundo inteiro, mas é mais comum em regiões da América do Sul e do Sudeste da Ásia. 

Segundo a Unesp, o Brasil possui o maior número de espécies de pica-paus, abrigando 51 espécies diferentes que habitam diversas regiões do país. 

São caracterizados por seus bicos, que possuem inúmeras utilidades na sobrevivência do animal. O nome “pica-pau” vem do hábito de perfurar árvores com o bico. As aves fazem isso para buscar comida, fazer ninhos e se comunicar com outros pássaros da mesma espécie.

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Espécies de pica-pau nativas do Brasil

Algumas espécies de pica-pau nativas do Brasil são: 

  • Campephilus melanoleucos, pica-pau-do-topete-vermelho;
  • Celeus flavescens, pica-pau-da-cabeça-amarela;
  • Celeus obrieni, pica-pau-da-taboca;
  • Colaptes campestris, pica-pau-do-campo;
  • Dryocopus lineatus, pica-pau-de-banda-branca.

Origem

O primeiro fóssil conhecido de um animal similar ao pica-pau é de mais de 35 milhões de anos atrás, do final do período Eoceno. O fóssil chamado Eopicius, encontrado em Wyoming, EUA, pode ser ancestral dos pica-paus atuais.

Ao longo do tempo, esses pássaros desenvolveram adaptações que lhes permitiram escavar madeira e se alimentar de insetos nela encontrados. Similarmente, essas espécies também desenvolveram uma maneira única de se empoleirar nas árvores, que envolve o uso das duras penas da cauda para se sustentarem. 

Essas penas são conhecidas como retrizes e estão localizadas na base da cauda. Elas são usadas ​​para fornecer suporte e estabilidade quando o pássaro está perfurando madeira.

Características

Com algumas exceções, as aves da família Piciformes possuem características distintas, como: 

  • Bicos pontudos para a perfuração de árvores; 
  • Pés zigodáctilos com dedos opostos;
  • Pernas curtas e fortes;
  • Línguas longas;
  • Crista ou tufo de penas na cabeça;
  • “Caudas” rígidas que auxiliam no equilíbrio dos pássaros. 

A maioria dos pica-paus vivem suas vidas inteiras em árvores, se alimentando de insetos. Contudo, algumas espécies, como a espécie Melanerpes, se alimentam de frutas ou da seiva de certas árvores em algumas estações.

pica-pau
Foto de Patrice Bouchard na Unsplash

Habitat

A maioria dos pica-paus vive em árvores, principalmente em florestas tropicais. Porém, também habitam outros locais, incluindo savanas, cerrados, bosques, pastagens, desertos e florestas de bambu.

Em consequência da desertificação de áreas verdes, muitos desses animais sofrem com a perda de habitat. Pesquisadores da Universidade de Cincinnati estão usando mapeamento para proteger habitats importantes para uma grande espécie da ave nativa da América do Norte.

O pássaro de nome científico Dryocopus pileatus é caracterizado por cristas vermelhas coloridas e listras faciais brancas. Ele é comumente encontrado de Miami até a Colúmbia Britânica, no Canadá. 

Modelo de inspiração do desenho animado Woody Woodpecker, de Walter Lantz, essa espécie é conhecida mundialmente — com algumas indicações ao Oscar por sua aparição na televisão e como curta animado. Em 1979, Walter Lantz até ganhou um Oscar honorário por sua importância no cenário televisivo. 

Embora a sua popularidade, a espécie pica-pau-de-banda-branca sofre com ações antrópicas. Perdendo local para construções, esses animais tentam sobreviver em áreas suburbanas dos Estados Unidos. 

Ruijia Hu, uma estudante de doutorado na universidade, descobriu que corredores ao longo de corpos d’água com árvores maduras e madeira morta ajudam as aves a se adaptarem ao ambiente urbano. De fato, uma densa população dessas aves habita uma parte de Little Miami River

Esta informação pode ajudar os gestores de parques e planejadores governamentais a tomarem melhores decisões sobre a preservação ou restauração desses locais. 

arara-azul
Perda de habitat e mudanças climáticas devolvem arara-azul à lista de espécies ameaçadas

A importância da conservação dos habitats do pica-pau 

A restauração dos locais de habitação do pica-pau é extremamente importante. Contudo, esses projetos podem demorar muito, o que pode prejudicar a população já existente. 

“Você não pode consertar isso durante a noite. Não se trata apenas de plantar mais árvores. As aves precisam de florestas maduras, por isso pode levar de 30 a 50 anos para substituir o seu habitat. Pelo menos podemos proteger estes corredores florestais ciliares e fazer com que as árvores existentes atinjam a maturidade”, disse Hu.

Os pica-paus possuem um importante papel para a biodiversidade mundial, sendo grandes contribuintes para o equilíbrio ecológico de seus ecossistemas. Alguns dos benefícios proporcionados por esses pássaros incluem: 

  • Controle de pragas; 
  • Saúde da floresta: além de proporcionarem um ambiente livre de insetos prejudiciais, as aves também ajudam na decomposição de árvores mortas;
  • Criação de abrigos: por seu hábito de perfurar árvores, o pica-pau ajuda a criar abrigos para outras aves e mamíferos; 
  • Dispersão de sementes; 
  • Espécie indicadora: a sua presença em um ecossistema ajuda a apontar o estado de conservação e diversidade de uma região; 
  • Valor científico e cultural.

Desse modo, conservar áreas já habitadas por esses animais pode ser imprescindível para a sua população. Mesmo que o pica-pau tenha um melhor estado de conservação que outras espécies de pássaros, muitas de suas espécies já foram extintas em consequência da perda de habitat. 


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