As piores doenças do mundo formam uma lista, criada pela Organização Mundial de Saúde (OMS), que tem o intuito de conscientizar a sociedade sobre os patógenos com maior chance de causarem grandes epidemias. Apesar de não serem as principais causas de morte no mundo, essas doenças não possuem contra-medidas suficientes, o que pode apresentar riscos em escala global.
O objetivo é alertar a população sobre os perigos de doenças desconhecidas, e que não possuem tratamentos imediatos. Afinal, a falta de conhecimento sobre esses patógenos pode causar o avanço rápido da doença, o que, em consequência, pode resultar em epidemias e até mesmo pandemias.
As piores doenças do mundo não são elencadas pelo número de mortes que elas causam, e sim pela falta de informação que existe para criar medidas preventivas e de tratamento. Além disso, a OMS traz atenção para essas condições com o intuito de fomentar o interesse da população, e como resposta, abrir o debate científico em busca de conhecimento.
Confira a seguir as piores doenças do mundo, de acordo com a lista da Organização Mundial da Saúde (OMS):
A febre da Crimeia-Congo é uma condição causada pela picada ou pelo contato com carrapatos. Ela é transmitida a partir da contaminação do inseto com uma bactéria animal, que consequentemente entra em contato com o organismo humano.
Além disso, pessoas que tiverem contato com sangue, secreção e outros fluídos corporais de indivíduos infectados também correm o risco de se contaminar. Os sintomas da febre da Crimeia-Congo são:
A fatalidade dessa condição é de pelo menos 40%, sendo endêmica em regiões da África, Oriente Médio e Ásia. Não existem vacinas para a prevenção da doença, porém ela pode ser tratada com cuidados intensivos e o uso de medicamentos antivirais orais ou intravenosos.
A ebola é uma zoonose que causa febre hemorrágica e pode ser contraída pelo contato com o ebolavírus. A porcentagem de fatalidade desta condição é de pelo menos 50% dos casos e não existem medicamentos adequados que possam ser usados para tratar a infecção.
A transmissão do vírus da ebola é feito pelo contato direto com o animal infectado. Pesquisadores ainda não sabem qual o principal reservatório natural deste vírus. A contaminação acontece pela ingestão de carne animal infectada, ou contato com fluídos corporais de pessoas com a doença.
Os principais sintomas da ebola são:
O tratamento é feito a partir de cuidados intensivos dos sintomas, conforme eles aparecem. Apesar da falta de medicamentos para a ebola, já existem vacinas autorizadas que ajudam na prevenção da doença. Para saber mais a respeito confira a matéria: “Ebola: sintomas, transmissão e cuidados”.
A doença de Marburg é uma das mais fatais: o infectado tem 88% de chance de morrer. O nome é dado em decorrência do surto da doença que ocorreu em 1967, na cidade de Marburgo, na Alemanha — devido a infecção de macacos de laboratório.
A transmissão do vírus acontece comumente através da exposição de seres humanos a colônias de morcegos que habitam cavernas de minas. A contaminação entre pessoas pode ocorrer devido ao contato direto com feridas, membranas mucosas e fluídos corporais, como sangue, sêmen e secreções.
Os sintomas do vírus Marburg são:
Não existem medicamentos aprovados para o tratamento do vírus Marburg, porém são aplicados cuidados intensivos para amenizar os sintomas e garantir a maior chance de sobrevivência do paciente. Terapias imunológicas e medicamentos terapêuticos têm sido testados para o tratamento da condição.
A febre de Lassa é uma infecção por arenavírus que resulta em uma doença hemorrágica de pelo menos dois a 21 dias, comumente encontrada em regiões do oeste africano. A transmissão da doença é feita através do contato com alimentos e itens infectados com urina e fezes de roedores.
A transmissão de humano para humano acontece geralmente em hospitais que não têm a prevenção de infecções adequada, assim como as medidas de controle e higiene. Alguns casos de transmissão sexual da febre de Lassa também já foram identificados.
No caso da febre de Lassa, a maioria dos quadros tem uma fatalidade de pelo menos 1%. No entanto, em casos que o indivíduo precisa ser hospitalizado, essa porcentagem pode subir para 15%. O tratamento é feito com cuidados intensivos, reidratação e eliminação dos sintomas por meio de medicamentos.
A síndrome respiratória do Oriente Médio (MERS-CoV) é uma condição causada por um tipo de coronavírus presente em camelos. A transmissão é feita através do contato direto com animais infectados, sendo considerada uma zoonose. Ao total, cerca de 859 mortes foram notificadas desde 2012 até 2022, devido a complicações da condição.
A origem do vírus não tem um reservatório natural de conhecimento científico, mas alguns estudiosos apontam que ele pode ter se originado em morcegos no passado e, depois, passado aos camelos. Os sintomas são:
Não se tem dados exatos sobre a mortalidade do vírus, afinal os estudos contam apenas os casos confirmados por laboratórios. Levando em conta que apenas 20% dos pacientes apresentam sintomas, podem existir casos assintomáticos ao redor do mundo que não são contabilizados. Entretanto, cerca de 35% dos pacientes graves foram a óbito.
Pessoas com sistema imunológico enfraquecido e condições crônicas como doença renal, câncer e diabetes devem evitar o contato com camelos. O tratamento também é realizado por meio de cuidados intensivos dos sintomas.
Outra doença causada pelo coronavírus é a Síndrome Respiratória Grave (SARS), identificada pela primeira vez em 2003, durante um surto na China. A transmissão é feita por meio de gotículas de saliva, assim como a gripe comum e a influenza. Além disso, a contaminação pode ocorrer por meio de superfícies que foram tocadas por pessoas infectadas.
De acordo com a OMS, a fatalidade do vírus da SARS é de 3%. Os sintomas são:
O tratamento da SARS é feito por meio de eliminação dos sintomas. A prevenção pode ser feita com medidas de higiene, isolamento social e identificação de possíveis casos.
Essa condição é causada pela transmissão do vírus Nipah entre animais (porcos e morcegos) e humanos, ou pelo contato direto com alimentos contaminados. O reservatório natural deste vírus é o morcego frutífero, da família Pteropodidae.
A fatalidade dos casos varia entre 40% e 75%, dependendo das capacidades locais de lidar com surtos ou com a doença. Não existem medicamentos ou vacinas para humanos ou animais infectados com o vírus Nipah, o tratamento é realizado através de cuidados intensivos com os sintomas.
Os principais sinais da infecção são:
Uma das piores doenças do mundo é a febre do Vale do Rift, causada por um Phlebovirus, identificado pela primeira vez em 1931 no Quênia, na fazenda Vale do Rift. Grande parte das infecções são causadas pelo contato humano com órgãos e sangue de animais contaminados.
Porém, existem casos em que o ser humano foi infectado por mosquitos com o vírus. Não existem documentações que apontem a transmissão da doença entre humanos. O período de incubação da condição é de pelo menos dois a seis dias, e os surtos são prevenidos por meio da vacinação de animais.
A maioria dos casos não são severos, por isso não precisam de tratamento específico. Porém, quadros severos são tratados com cuidados paliativos. Existem vacinas humanas sendo desenvolvidas, porém ainda sem autorização de instituições reguladoras.
Os principais sintomas são:
A maioria dos casos de morte são de pacientes com quadros hemorrágicos, e a porcentagem de fatalidade é de menos de 1%.
O zika vírus é transmitido primariamente por meio de mosquitos da família Aedes. Boa parte dos pacientes infectados são assintomáticos, mas aqueles que têm sintomas apresentam coceira, febre, conjuntivite, dores nas juntas e músculos, mal-estar e dor de cabeça por um período de dois a sete dias.
Quando contraído durante a gestação, o zika vírus podem causar microcefalia ao recém-nascido, além de outras malformações e aborto espontâneo. A região das Américas são regiões endêmicas do vírus.
O seu tratamento é realizado por meio de cuidados como hidratação e analgésicos. Gestantes que moram em regiões endêmicas devem fazer acompanhamento constante de sua situação, para evitar a infecção.
O termo “doença x” é usado em referência à possibilidade de uma epidemia global ser causada por um patógeno desconhecido para a humanidade. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS) é essencial que as nações ao redor do mundo estejam preparadas para qualquer possível condição que seja uma ameaça, mesmo antes delas serem identificadas.
De tempos em tempos a OMS altera a sua lista de prioridades quando se fala nas piores doenças do mundo. Anteriormente, condições como a peste bubônica e a varíola faziam parte desse alerta, porém, com o controle atual das doenças, elas se encontram fora dos centros de atenção.
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