Piratas existem na vida real? Quem são?

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Você já se perguntou se piratas existem na vida real ou se eles são apenas personagens da ficção? Por definição, um pirata é uma pessoa que ataca e rouba navios em alto mar e, embora essa imagem esteja comumente associada a personagens fictícios, piratas já existiram na história e ainda existem no mundo moderno. 

De acordo com o Royal Museums Greenwich, os piratas existem desde os tempos antigos – quando ameaçavam as rotas comerciais da Grécia antiga e apreendiam cargas de navios romanos. De fato, acredita-se que os primeiros piratas de maior alcance no início da Europa medieval foram os vikings. 

No entanto, a pirataria moderna ainda é um problema enfrentado em águas internacionais. Segundo o International Maritime Bureau, por exemplo, os ataques de pirataria chegam a centenas anualmente. 

Alto consumo de pirataria é favorecido pela desigualdade econômica no País

Como funciona a pirataria?

Por leis internacionais, a pirataria ocorre fora da jurisdição normal de um estado, sem autoridade estatal, e é privada, não política. No entanto, atos de guerra ilegal, atos de insurgentes e revolucionários, motins e comércio de escravos tenham sido definidos como pirataria pelas leis nacionais de vários países ou por tratados especiais.

Na antiguidade, os piratas roubavam, em maior parte, itens práticos como alimentos, roupas, ferramentas e remédios, usados para sobrevivência. Entretanto, hoje em dia, os ataques de pirataria são voltados a grandes navios de carga e navios petroleiros. 

Os navios atacados são, às vezes, afundados ou reformados para que não possam ser identificados. Então, são utilizados para realizar ataques piratas adicionais e transportar mercadorias ilegais. 

Devido ao tamanho desses navios, eles se movem lentamente pelas águas ao redor do mundo, deixando-os suscetíveis a ataques. Além disso, como grande parte dos navios de carga são totalmente automatizados, eles possuem uma equipe limitada para se defender contra piratas.

Causas

Os piratas são especialmente comuns no Sudeste Asiático e ao largo da costa de África, além de outros países com o governo enfraquecido. A pirataria é causada por inúmeros fatores, incluindo a pobreza, instabilidade política e a atração pelo dinheiro “fácil”. Com o enfraquecimento na economia, muitas dessas pessoas não possuem oportunidades de emprego e acabam voltando à pirataria para sustentar suas famílias. 

“A maior parte da pirataria hoje está enraizada na pobreza e na falta de oportunidades. Abordar estas questões subjacentes é fundamental para combater a pirataria a longo prazo”, diz Pottengal Mukundan, diretor do International Maritime Bureau

Porém, em outros casos, a sua ocorrência também é alimentada por conflitos políticos e disputas territoriais, à medida que grupos rivais utilizam a pirataria como meio de afirmar a sua autoridade.

Teve piratas no Brasil? 

A “era de ouro” da pirataria ocorreu desde a década de 1650 até à década de 1730 e foi caracterizada pela ocorrência de inúmeros piratas ao redor do mundo, incluindo no Brasil. 

Entre os piratas mais bem-sucedidos da América do Sul estava Jean-François Duclerc, um francês que atacava navios na área ao redor da Baía de Guanabara (sudeste do Brasil entre Niterói e Rio de Janeiro). 

Foto de Zoltan Tasi na Unsplash

Pontos de ataques de piratas frequentes 

Uma pesquisa publicada na revista Nature indicou que as frequências dos ataques piratas vêm diminuindo ao longo dos anos. Isso se deu, principalmente, através da identificação de padrões usados por grupos de piratas, que auxiliam na prevenção contra os atos. 

O rastreio frequente de ataques piratas começou entre 1980 e 1990, por instituições como a Organização Marítima Internacional (IMO). Naquela época, a maioria dos ataques piratas acontecia em navios que se deslocavam pelo sudeste da Ásia.

Os registros mostram que a pirataria “renasceu” em meados da década de 2000, quando muitos navios ao largo da costa do nordeste da África foram atacados por pessoas que viajavam em pequenos barcos. 

Para obter mais informações, investigadores da Universidade Marítima de Xangai, na China, e os seus colegas usaram dados da base de dados da IMO e analisaram mais de 4 mil ataques que ocorreram entre 2006 e 2021.

Foi notado que os locais com mais ataques piratas incluem o Estreito de Malaca, o Golfo de Adem e o Golfo da Guiné. Os ataques do Golfo de Adem ganharam uma popularidade específica através do reconhecimento internacional dos piratas somalis.

No entanto, desde então, os números caíram consideravelmente. 

Prevenção contra ataques piratas 

Com o entendimento de que piratas existem e de que esses grupos podem oferecer prejuízos de 25 mil milhões de dólares anualmente à economia global, muitas instituições trabalham na prevenção de ataques. E, segundo especialistas, a identificação de como os piratas trabalham e navegam pode ser um dos principais meios para interromper a ação pirata em águas internacionais. 

Por exemplo, o estudo da Nature concluiu que 87% dos ataques são realizados por tripulações de menos de dez pessoas, com 55,3% das tripulações piratas transportando apenas facas ou facões.

Isto está de acordo com relatos de que muitos ataques são oportunistas, com os piratas procurando rapidamente pegar mercadorias e ir embora, diz Andrew Clarke, oficial técnico de segurança marítima da IMO. Contramedidas como a vigília e a proteção de navios com arame farpado e armas de água são opções para se defender desses pequenos ataques.

Por outro lado, abordar as causas profundas da pirataria, como a pobreza e a instabilidade política, também é importante para reduzir a incidência da pirataria. 

“O combate à pirataria requer uma abordagem abrangente que aborde os fatores subjacentes que impulsionam a pirataria. Isto significa não só aumentar as medidas de segurança, mas também combater a pobreza, promover o desenvolvimento económico e apoiar a boa governação” diz Pottengal Mukundan. 

Equipe eCycle

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