Riscos invisíveis em piscinas infantis reforçam a necessidade de prevenção e higiene
Nos dias quentes de verão, a diversão nas piscinas infantis e parques aquáticos é um alívio para as famílias. No entanto, o lazer aquático pode esconder riscos à saúde, como revelam estudos e relatos de surtos infecciosos associados a esses espaços. A vulnerabilidade das crianças, aliada à possibilidade de contaminação das águas, reforça a necessidade de medidas de prevenção e cuidados redobrados.
Instalações recreativas, como parques aquáticos e piscinas de respingos, podem se tornar um terreno fértil para agentes patogênicos, especialmente quando a água não é tratada adequadamente. Entre os principais vilões identificados estão o cryptosporidium, um parasita intestinal resistente ao cloro, e bactérias como a shigella, ambas conhecidas por causar infecções graves, incluindo diarreias e cólicas estomacais intensas. Nos Estados Unidos, entre 1997 e 2022, foram registrados mais de 10 mil casos de infecções transmitidas pela água nesses locais, resultando em hospitalizações e trazendo à tona um problema de saúde pública global.
Apesar de sistemas de higienização com cloro e filtros serem amplamente utilizados, a eficácia pode ser comprometida por fatores como resíduos corporais trazidos pelos usuários, incluindo suor, urina e fezes, além da própria exposição à luz solar, que reduz os níveis de cloro ativo. A combinação de grande número de banhistas e água reciclada em tanques eleva a complexidade da manutenção da qualidade sanitária.
A ingestão acidental de água contaminada é um risco constante, especialmente para crianças, que são mais suscetíveis a infecções intestinais, respiratórias e de pele. Adicionalmente, doenças como a causada pelo norovírus também podem surgir, amplificando o alerta para gestores e responsáveis por esses espaços.
Reduzir esses riscos exige ações integradas. Para os provedores de atividades aquáticas, o monitoramento rigoroso da qualidade da água, com testes frequentes para identificar patógenos, é essencial. Já para as famílias, incentivar hábitos como o banho prévio, evitar a entrada em piscinas lotadas e respeitar o intervalo de 48 horas após indisposições gastrointestinais são atitudes que podem fazer a diferença na prevenção de surtos.
Promover ambientes seguros em piscinas e parques aquáticos depende de um esforço coletivo, tanto das empresas responsáveis pela gestão dos espaços quanto dos banhistas. Com práticas responsáveis e atenção constante, é possível minimizar os perigos ocultos, garantindo que a diversão das crianças não seja comprometida por ameaças invisíveis.