Planejamento urbano pode ter impacto na nossa saúde, fazendo-nos mais ativos ou mais propensos à obesidade, dizem pesquisadores da Universidade da Califórnia em Berkeley, nos Estados Unidos (EUA). Os estudiosos investigaram se crianças que moravam em bairros que seguem princípios de crescimento inteligente, com espaços para caminhadas, moradias compactas e espaços verdes, apresentavam maior índice de atividade física do que as habitantes de subúrbios convencionais.
Esse tipo de estudo pretende explorar possibilidades ainda não muito estudadas nos trabalhos sobre o sobrepeso. A tendência à obesidade no mundo está bem documentada e o Brasil está com mais da metade da população acima do peso, até os animais estão engordando. Os fatores mais citados e pesquisados sobre a questão da obesidade são a genética e os hábitos de consumo dos indivíduos analisados, mas pesquisadores vêm apontando que fatores não identificados ou mal compreendidos também podem estar influenciando o aumento de peso.
A pesquisa mediu as atividades físicas, usando GPS e acelerômetros, de um grupo de crianças de uma comunidade de crescimento inteligente chamada Preserve, e comparou os índices com jovens de bairros convencionais, na cidade de Chino, nos EUA.
Os jovens que moravam em bairros com arquitetura diferente apresentaram um nível de atividade física 46% superior ao dos jovens que viviam no subúrbio. Porém, os resultados para atividade física geral foram os mesmos, o que significa que crianças de bairros convencionais estavam se exercitando longe de casa, em clubes ou em outros espaços.
Para os autores do estudo, essa é uma diferença importante, porque nem todos os pais podem pagar escolinhas de futebol ou escolas de dança para seus filhos, por isso, a arquitetura dos bairros pode garantir que as crianças de famílias de baixa renda também se exercitem e tenham lazer com menor custo financeiro. Outro ponto importante é a perspectiva ambiental. Pais de jovens que residem nos bairros convencionais precisavam levar as crianças até os lugares de lazer, que eram distantes de suas moradias, queimando combustível para dar a carona. Já as crianças que brincavam nas cercanias de suas casas não causavam emissões de gases poluentes para serem transportadas.
Mas os trabalhos do grupo de cientistas de Berkeley devem ser prematuramente encerrados. Os pesquisadores estão passando por dificuldades para aumentar a amostra populacional e os métodos para fazer as medidas estatísticas nos estudos por causa de cortes de financiamento do governo federal dos EUA, e devem terminar a pesquisa e apresentar as hipóteses refutadas e confirmadas até o fim de 2013.
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