O plástico ABS, também conhecido quimicamente como acrilonitrila butadieno estireno, é a base de quase todos materiais plásticos que utilizamos. Se nesse momento você está tocando num mouse, notebook ou celular, por exemplo, muito provavelmente está em contato com algo feito de plástico ABS. Esse material é um termoplástico muito utilizado na indústria por ser um material viável economicamente (relativamente barato), muito resistente e ao mesmo tempo leve e flexível, que pode receber qualquer tipo de cor e apresentar aspecto que vai do opaco ao transparente. Apesar de ser inflamável em altas temperaturas, em comparação a outros materiais, o plástico ABS apresenta certa resistência ao calor e às baixas temperaturas. E não para por aí, o plástico ABS também funciona como um isolante elétrico.
Ele também é muito encontrado nos filamentos de impressoras 3D, tubulações, embalagens cosméticas, tacos de golfe, brinquedos de montar, flautas, impressoras, telefones, calculadoras, aspiradores, televisores, peças automotivas, aparelhos de ar-condicionado, armas, capacetes, móveis e a lista continua!
Assim como os plásticos do tipo EVA, SAN e PA, o plástico ABS é identificado com o número “7” no triângulo de identificação das três setas circulares.
Como o próprio nome já diz, o plástico ABS é formado por uma composição entre acrilonitrila, butadieno e estireno. Estas substâncias são obtidas a partir de transformações de substâncias derivadas do craqueamento do petróleo, portanto, é um material de origem não renovável.
Na produção de cerca de um quilo de ABS são utilizados dois quilos de petróleo.
E a produção de plástico ABS é de cerca de três milhões de toneladas por ano.
Apesar de ser um material relativamente resistente ao calor, para alguns usos do ABS em que são necessárias propriedades anti-inflamáveis são utilizados compostos de bromo. A desvantagem é que esses compostos dão origem a produtos de decomposição tóxicos, e a dificuldade de encontrar retardantes de chama alternativos para o plástico ABS levou o mercado a misturar ABS com PVC. O problema é que essas misturas diminuem a qualidade de processamento, o que também prejudica a reciclagem.
Em temperatura ambiente, considera-se que o plástico ABS praticamente não traz riscos à saúde, pois nessa condição não ocorrem rupturas na cadeia polimérica (estrutura do plástico). Entretanto, não se pode negligenciar a presença de monômeros residuais, produtos auxiliares e resinas que podem ser perigosas se inaladas ou em contato com a pele, inclusive o próprio butadieno, que é um dos componentes do plástico ABS tem potencial de causar câncer.
O problema é maior para os trabalhadores e trabalhadoras da indústria do plástico.
Durante a produção, com as mudanças de temperatura e na estrutura física do material, são liberados hidrocarbonetos alifáticos, hidrocarbonetos aromáticos e gases tóxicos, todos cancerígenos.
Nas etapas de melhoramento das peças de plástico ABS são empregadas soluções sulfocrômicas, o que resulta na geração de efluentes altamente tóxicos e ambientalmente poluentes.
Por quilo de ABS produzido são emitidos cerca 1,5 a 27 toneladas de compostos orgânicos voláteis (COVs).
Na camada mais baixa da atmosfera, os COV sofrem reações fotoquímicas e formam o ozônio. Esse gás, apesar de ser benéfico na atmosfera mais alta, onde forma a camada protetora contra os raios ultravioletas, nas camadas mais baixas apresenta efeito tóxico para plantas e animais e dá origem às chuvas ácidas. O poder oxidativo do ozônio é prejudicial para todos organismos, principalmente para as plantas, causando prejuízos aos cultivos agrícolas.
A exposição humana aos COVs pode causar dor de cabeça, alergia cutânea, irritação dos olhos, nariz e garganta, falta de ar, fadiga, tontura e falta de memória. Durante longos períodos de exposição, os COVs podem causar danos ao fígado e ao sistema nervoso central.
Além disso, alguns tipos, como o benzeno, causam câncer.
Embora as fases de melhoramento sejam tecnicamente eficientes, é nessa etapa que os poluentes devem ser limitados o máximo possível.
No caso dos efluentes líquidos gerados no melhoramento de peças automotivas, um estudo mostrou que é possível utilizar substitutos menos poluentes.
Embora o plástico ABS seja feito a partir de fonte não-renovável, a vantagem desse tipo de material é que, por ser um termoplástico, é facilmente amolecido quando aquecido a alta temperatura e pode ser moldado. Essa característica permite que os objetos feitos de plástico ABS possam ser reciclados várias vezes, o que evita descarte incorreto, caso haja responsabilidade com o resíduo.
No caso dos filamentos de impressoras 3D, tem sido utilizado o plástico PLA como substituto ao ABS. A vantagem dessa substituição é que o plástico PLA é biodegradável, compostável, feito a partir de fonte renovável e de produção menos poluente. Entretanto, além de ser mais caro, ele não apresenta a mesma resistência ao impacto e à alta temperatura que o ABS, características que diminuem a preferência pelo PLA.
Além disso, a vantagem dos materiais de plástico feitos a partir de petróleo como é o caso do ABS, é que eles consomem 57% menos energia do que a produção de plásticos alternativos.
A melhor forma de destino do plástico ABS após a utilização é a reciclagem. Se você possui objetos de plástico ABS ou de outros tipos e precisa descartar, consulte quais são os postos de coleta mais próximos de sua residência no Portal eCycle.
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