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No mundo das embalagens, é natural ficar em dúvida, mas quando se trata de proteger o meio ambiente, o papel sai na frente do plástico

Você já se perguntou qual é a melhor opção: papel ou plástico? No mundo das embalagens, é natural ficar em dúvida. Ambos têm suas vantagens, mas quando se trata de proteger o meio ambiente, o papel sai na frente.

Imagine a vida moderna sem plástico. Parece impossível, não é mesmo? Ele é leve e prático, facilitando o nosso dia a dia. Mas temos que encarar a realidade: o plástico traz uma pegada ambiental pesada. Ele não se decompõe facilmente, deixando um rastro de poluição por centenas de anos.

É por isso que marcas engajadas com a questão ambiental estão reduzindo cada vez mais esse material de suas embalagens. A embalagem de Toddynho é um exemplo nesse sentido. Composta por 75% de papel, 20% de plástico e 5% de alumínio, a embalagem cartonada é 100% reciclável. Após o uso, ela pode ser recolhida, separada e encaminhada para a reciclagem, reduzindo assim o volume de resíduos enviados para aterros sanitários.

Todos os canudinhos anexos do Toddynho são feitos de papel. Em um país que recicla apenas 4% dos seus resíduos sólidos recicláveis, a escolha por produtos biodegradáveis como o papel é importante, uma vez que há um risco significativo de que eles escapem para o meio ambiente. 

Os impactos que não podemos ignorar

Apesar de ser difícil imaginar uma vida contemporânea sem o uso do plástico, em razão de suas vantagens, como maleabilidade e leveza, que facilitam o dia a dia, fato é que o plástico apresenta diversas características específicas que determinam um impacto ambiental significativo. Primeiramente, o plástico, em grande medida, não é biodegradável, levando centenas de anos para se decompor no ambiente. 

Imagem de Naja Bertolt Jensen no Unsplash

O seu descarte inadequado contribui para a poluição do solo, água e ar, e agrava as mudanças climáticas. Isso resulta em um acúmulo de resíduos plásticos de tamanho macro, micro e nano que podem causar danos à saúde humana e aos ecossistemas terrestres e aquáticos.

Um estudo publicado na revista Nature revelou que os microplásticos (fragmentos com menos de 5 milímetros de comprimento) e nanoplásticos (menores que aproximadamente 1.000 nanômetros) presentes na atmosfera podem viajar milhares de quilômetros e contaminar as nuvens. De acordo com os pesquisadores, isso significa que eles também têm o potencial de formar aerossóis e interferir na temperatura, precipitação e mudanças climáticas

A persistência do plástico no meio ambiente por centenas de anos é responsável por sua contribuição para a poluição dos oceanos e do solo, sendo um problema global. Além disso, alguns tipos de plástico podem liberar substâncias tóxicas durante a produção, uso ou descarte inadequado, representando riscos para a saúde humana e ambiental.

Estes microplásticos têm sido encontrados nos animais, no meio ambiente e até no organismo humano, com possíveis consequências negativas. Apesar de ter sido abordado por algumas instituições acadêmicas, o tema plásticos e saúde ainda é pouco explorado, já que os polímeros sintéticos foram materiais criados, relativamente, há pouco tempo — o primeiro plástico foi criado no século XX.

Entretanto, um dos problemas já estudados dos riscos à saúde causados pelos plásticos, mencionado em um relatório publicado pela The Endocrine Society, é a sua composição feita a partir de produtos químicos que contêm disruptores endócrinos.

Essas substâncias perturbam os sistemas hormonais do corpo e podem causar câncer, diabetes, distúrbios reprodutivos e deficiências neurológicas no desenvolvimento de fetos e crianças, além de morte prematura. Uma vez no ambiente, o plástico — principalmente no formato de microplásticos — continua liberando disruptores endócrinos nos mais diversos tipos de ecossistema, causando problemas semelhantes na fauna. Esses problemas incluem dimorfismo sexual, feminização, câncer e outros problemas que resultam em queda populacional.

Entre as principais substâncias tóxicas para a saúde encontradas nos plásticos produzidos estão os bisfenóis, retardantes de chama, ftalatos, dioxinas, estabilizadores de UV, chumbo e cádmio.

Um estudo publicado na revista Environmental Science and Technology aponta que os seres humanos consomem de 39 mil a 52 mil partículas de microplástico por ano. Esse cenário é motivo de preocupação, uma vez que já existem evidências de que os microplásticos podem piorar a asma, afetar o sistema imunológico, danificar os órgãos internos e chegar até às placentas de mulheres grávidas.

Imagem de Robina Weermeijer no Unsplash

A produção depende principalmente da exploração e consumo de derivados de petróleo e gás natural, o que contribui para as emissões de gases de efeito estufa. A extração e o processamento de petróleo ou gás natural consomem grandes quantidades de energia, intensificando ainda mais o impacto ambiental. 

Além das preocupações ambientais, o plástico também apresenta desafios em relação à sua reciclagem. Embora o material seja, em grande medida, reciclável, sua taxa efetiva de reciclagem é baixa devido à complexidade da separação dos diferentes tipos de plástico, à falta de infraestrutura adequada e ao baixo incentivo econômico para reciclá-lo. 

Isso leva a altas taxas de descarte em lixões, aterros controlados e aterros sanitários. Apesar de o aterro sanitário ser mais seguro que o aterro controlado e os lixões, destinar o plástico para esse local é um desperdício de matéria-prima reciclável. 

No entanto, o papel também determina impactos ambientais. A produção de papel requer grandes quantidades de água, energia e produtos químicos, o que pode ter um efeito negativo nos ecossistemas e no consumo de recursos. O uso intensivo de papel impulsiona o plantio de monoculturas como as de eucalipto, o que pode levar à degradação de ecossistemas florestais, desmatamento, perda de habitats naturais e pressão adicional sobre os recursos florestais.

Imagem de LoboStudio Hamburg no Unsplash

As árvores de eucalipto possuem uma alta demanda por água, o que pode afetar o ciclo hidrológico de rios e lagos, comprometendo recursos hídricos para a vegetação e animais nativos. 

A fabricação de papel consome grandes quantidades de água durante o processo de branqueamento da celulose. Esse alto consumo também pode determinar impactos significativos nos recursos hídricos locais de comunidades ribeirinhas.

A produção e decomposição de papel gera emissões significativas de gases de efeito estufa, contribuindo para as mudanças climáticas. Essas emissões são resultado do consumo de energia, uso de combustíveis fósseis e produtos químicos, como o cloro, e ocorrem durante o processo de fabricação, transporte e decomposição.

Por que preferir o papel?

Apesar dos impactos do uso do papel, em comparação com o uso de plásticos, ele é mais favorável ao meio ambiente. Entre as principais vantagens do uso de papel está o fato de que ele é biodegradável, isso significa que ele se decompõe facilmente ao longo do tempo. Sua biodegradabilidade reduz o impacto ambiental quando descartado inadequadamente, o que minimiza a poluição do meio ambiente.

Imagem de Meghan Rodgers no Unsplash

Dentre outros aspectos que favorecem o uso do papel, destacam-se a incorporação de práticas sustentáveis no ciclo produtivo, tais como o uso de energia renovável, a implementação de práticas de eficiência energética e a gestão responsável dos recursos hídricos. A certificação FSC, por exemplo, garante que o manejo florestal é adequado e que o produto não está associado a desmatamento ilegal.

Outra vantagem é que o papel é amplamente reciclável e pode ser transformado em novos produtos, reduzindo a necessidade de colheita de árvores adicionais. A reciclagem do papel contribui para a conservação dos recursos naturais, a redução do consumo de energia e a minimização dos resíduos sólidos.

Mesmo quando não é reciclado, o papel possui a vantagem de se degradar naturalmente no ambiente. Diferente do plástico, o papel não se decompõe em partículas de microplástico, evitando o risco de poluição associada a essas partículas.

Isso implica que ele não contamina a cadeia alimentar com microplásticos, evitando a geração de poluição e reduzindo o impacto na vida marinha, contribuindo assim para a preservação dos ecossistemas oceânicos. Por outro lado, o plástico não é biodegradável, podendo levar até 200 anos para se decompor no meio ambiente!

Oportunidades a serem exploradas 

Diante dos desafios e utilidades apresentados pelo uso do papel e do plástico, é preciso promover a economia circular, a inovação, o aprimoramento da infraestrutura de reciclagem e a conscientização sobre a importância da redução, reutilização e reciclagem de plásticos. Nesse sentido, alguns esforços estão sendo direcionados para a redução dos impactos ambientais do uso de materiais descartáveis.

Imagem de Volodymyr Hryshchenko no Unsplash

Contudo, o consumidor tem função essencial na destinação correta dos materiais recicláveis. O descarte correto ajuda a gerar empregos verdes e a preservar o meio ambiente economizando recursos, reduzindo a poluição, estimulando a cadeia de reciclagem e ajudando a promover uma cultura mais sustentável. Cada ação individual faz a diferença e contribui para um futuro mais equilibrado e responsável com o meio ambiente!

Por isso, além de ser fundamental buscar alternativas mais sustentáveis, como materiais biodegradáveis e compostáveis, é preciso que você se engaje na reciclagem, garantindo que o destino dos resíduos gerados por seu consumo tenham um final que não determine contaminações.


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