Você já deve ter ouvido falar dele e, muito provavelmente, teve uma boa impressão. Se o plástico é verde, presume-se que ele tem características benéficas ou menos nocivas ao meio ambiente. No entanto, será que é isso mesmo que acontece na prática?
O plástico verde foi criado para tentar diminuir os impactos causados pela indústria petroquímica na produção e comercialização do plástico. Apesar de reciclável, o plástico comum é oriundo de uma fração do petróleo chamado nafta, e é um recurso não renovável.
A brasileira Braskem, do grupo Odebrecht, foi a primeira empresa a desenvolver a tecnologia de produção de plástico com matéria-prima renovável. O álcool etílico, obtido a partir da cana-de-açúcar, possui as características necessárias para a produção do polietileno (PE). Esse é o plástico verde.
A principal vantagem do produto não está em suas características físicas (que são bem semelhantes às do plástico comum), mas no fato de ter origem vegetal. Como o plástico verde é oriundo da cana-de-açúcar, há a captura e fixação de CO2 na matéria-prima e, consequentemente, no produto final. Para cada tonelada de polietileno verde produzido, cerca de 2,5 toneladas de CO2 são capturadas da atmosfera. E por não ser biodegradável, o CO2 capturado permanece fixado por todo o período de vida do plástico.
Sem contar que não há necessidade de grandes mudanças tecnológicas para processar o material, pois o plástico verde possui as mesmas propriedades técnicas e de processabilidade das resinas fósseis, além de ser 100% reciclável.
Há, pelo menos, três questões que o consumidor precisa inteirar-se sobre o o assunto para uma compreensão mais extensiva sobre o plástico verde.
O primeiro é que a produção de cana-de-açúcar para esse fim implica em aumento da área de plantio e tem como consequências o aumento no consumo de água, uso de fertilizantes, combustível e outros insumos, alguns deles nada favoráveis ao meio ambiente.
Outra questão é a competição direta com a produção do etanol combustível à base de cana-de-açúcar e a produção de alimentos. Enquanto os automóveis ao redor de todo o mundo forem movidos a combustíveis fósseis, a demanda por petróleo para seu fim menos nobre continuará e em seu refinamento sempre sobrará a fração nafta, destinada em grande medida à produção de plásticos. Assim, paradoxalmente, o efeito do plástico verde não evita, necessariamente, a redução da extração de petróleo e de seu uso na produção de plástico baseado em matérias primas não renováveis.
E por fim, cabe a reflexão quanto à utilização de áreas de cultivo para a produção de matérias-primas em detrimento de seu uso na produção de alimentos. Trata-se de questão polêmica, que apresenta contra-argumentação relacionada à alta eficiência produtiva da cana-de-açúcar e à baixa participação das terras cultiváveis para a produção do etanol em relação às outras culturas, podendo seu cultivo se expandir ainda sobre extensa área de pastagens degradadas, sem necessária concorrência com o plantio de alimentos.
O plástico verde, pelas vantagens listadas acima, trata-se de evolução bem vinda. Boa alternativa ao longo do processo de desenvolvimento rumo a uma economia mais limpa. Parte da solução. Apostamos no desenvolvimento tecnológico como agente importante nas transformações que nossa sociedade necessita para um estilo de vida mais sustentável. Antes da técnica, no entanto, parece fundamental o resgate pelos indivíduos de sua capacidade de pensar a vida em grupo, em conjunto, na cidade. O exercício do pensar desinteressadamente sua relação com o outro em benefício de uma sobrevivência de maior qualidade. Quando a técnica volte a ser dominada e não dominante.
Para mais informações sobre o plástico verde, entre no site da Braskem. E se você quer reciclar algum tipo de plástico, procure destinos próximos a você na seção Postos de Reciclagem.
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