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O plastitar é uma mistura de microplásticos e alcatrão com grande potencial de poluir o ambiente aquático

Encontrado pela primeira vez nas Ilhas Canárias, o plastitar, também conhecido como plastialcatrão ou plástico de alcatrão, é uma mistura de microplásticos com alcatrão, um líquido obtido pela destilação de alguns compostos orgânicos, principalmente o carvão e o petróleo.

Ele é considerado uma ameaça para a vida marinha e entra na lista dos poluentes marinhos oriundos do plástico, junto aos piroplásticos (plásticos derretidos que se assemelham a pedras) e aos plastiglomerados (acúmulo de plásticos derretidos, sedimentos e fragmentos de basalto). 

O plastitar, porém, tem um diferencial: ele é a combinação de dois poluentes prejudiciais ao ambiente em um só.

Como o plastitar é formado?

Plastialcatrão na praia de Playa Grande, Espanha. Imagem de Science of Total Environment
Plastitar encontrado na praia de Playa Grande, Espanha. Imagem de Science of Total Environment.

Uma vez que o petróleo derramado está no oceano e é exposto ao ar, ele se torna viscoso, transformando-se no alcatrão. Depois, ele é levado às costas rochosas, onde fica grudado. Os microplásticos e outros resíduos plásticos, por sua vez, são carregados pelas ondas do oceano e se aderem ao alcatrão, formando o plastitar.

Com o tempo, o plastitar vai endurecendo e, com ele, outros resíduos são encontrados, como restos de poliéster e nylon, acessórios de pesca e matéria-prima para outros produtos.

Consequências ambientais

O polietileno, usado para fazer o PET, embalagens, brinquedos e inúmeras outras coisas, é o plástico mais usado mundialmente. Como consequência, ele também é o plástico mais encontrado na composição de plastitar e pode causar a bioacumulação, liberar substâncias nocivas em ambientes marinhos e ocasionar bloqueios intestinais em animais quando ingerido.

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Outros compostos presentes no plastitar são os Hidrocarbonetos Policíclicos Aromáticos (HPAs), encontrados no alcatrão. Os HPAs são Poluentes Orgânicos Persistentes (POPs), que também podem causar bioacumulação e possuem toxicidade moderada a alta entre organismos marinhos. Além disso, ele também pode agir como um disruptor endócrino e ser carcinogênico.

No geral, o plastitar apresenta uma ameaça dupla para o planeta, já que é composto por dois poluentes. Por isso, seus efeitos negativos no oceano não são totalmente conhecidos e essa combinação pode ter o potencial de liberar produtos químicos letais para algas e outras espécies marinhas.


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