A poeira cósmica é formada por diversas partículas de material sólido, como silicato e fragmentos de carbono, que flutuam no espaço ao redor das estrelas e planetas. Ao contrário da poeira que você encontra na sua casa, a poeira cósmica só pode ser observada através de microscópio, pois seu tamanho não passa um mícron (milésima parte do milímetro) de diâmetro. Além disso, ela é composta por restos de explosão solar, formação de estrelas, ou de cometas e asteroides.
A poeira cósmica é essencial na vida de estrelas jovens, isso porque elas ajudam esse tipo de corpo celeste a tomar forma. Outro corpo espacial que também é beneficiado pela poeira são os planetas. Afinal, o material cru da poeira cósmica é usado para que esses planetas ganhem formato no espaço.
O ciclo da poeira cósmica começa nas estrelas, onde ela é formada, e depois soprada por algum tipo de explosão estelar. Os grãos de poeira se misturam com gás espacial, e acabam formando grandes ou pequenas nuvens de gás chamadas de nebulosas. Quando uma nova geração de estrelas começar a nascer na região da poeira, elas irão consumir toda, ou boa parte, da nuvem.
Assim que os cientistas começaram a estudar as partículas de poeira cósmica, eles a consideravam um incômodo para suas pesquisas. Isso porque essas nuvens conseguem absorver a luz visível de objetos espaciais, os mantendo escondidos de telescópios ópticos. Essa característica das nebulosas faz com que o Universo pareça um lugar bem mais escuro do que ele já é.
Para os pesquisadores, a poeira cósmica escondia tudo de interessante que podia ser estudado pela ciência humana. Porém, com avanço das análises, os astrônomos começaram a usar câmeras infravermelhas e notaram algo de diferente nas grandes nuvens poeirentas.
A poeira cósmica consegue absorver a luz de estrelas e a transformar em uma luminosidade com ondas de comprimento mais longas que o normal. Desta forma, tornando possível que os astrônomos conseguissem enxergar estrelas a muitos anos luz ou que já morreram há um tempo – afinal, a luz de uma estrela morta continua vagando pelo Universo mesmo depois de sua explosão.
Com a ajuda de instrumentos que permitem a visualização das luzes infravermelhas, estudiosos descobriram uma característica da poeira cósmica que tem grande importância para entender os processos que ocorrem no Universo.
A atmosfera terrestre é opaca à radiação das ondas da poeira cósmica, ou seja, não é possível visualizar as luzes infravermelhas dessas nuvens de dentro do planeta. Para poder enxergar melhor essas nebulosas, é preciso estar fora do planeta Terra, observando tudo através de um telescópio que se posiciona do lado de fora da atmosfera.
Apesar de algumas nebulosas apresentarem certa emissão de luz infravermelha, algumas são tão densas que a quantidade de luz estelar refletida é bem pouca. O nome dado a essas nuvens é “nebulosas escuras”.
No entanto, existem outros casos, onde a poeira cósmica se encontra muito próxima de uma estrela, ou um conjunto delas. Nesse caso, a nuvem de poeira é chamada de nebulosa refletora, ou de reflexão, onde a poeira interestelar é tão pequena que ela absorve e reflete a luz com mais facilidade que nebulosas densas.
Segundo uma pesquisa, publicada no periódico Earth & Planetary Science Letters, cerca de 5,2 mil toneladas de poeira cósmica caem na Terra todos os anos. Os pesquisadores chegaram a essa conclusão depois de passarem algum tempo analisando a poeira cósmica que chegava ao solo terrestre em lugares isolados, como a Antártica.
Existe um sistema solar binário, onde duas estrelas se conectam entre si e são chamadas de Eta Carinae. Por muitos anos, cientistas acreditaram que essas estrelas estavam prestes a morrer, devido ao brilho reduzido. Porém, em estudo recente, foi descoberto que existe uma nuvem de poeira cósmica que cobre os dois corpos celeste, e ela está se dissipando lentamente.
Ao observar a atmosfera do planeta Vênus, cientistas da University of Leeds, conseguiram replicar poeira cósmica de uma forma que ajudasse na conversão de dióxido de carbono (CO2) em monóxido de carbono (CO) e no tratamento da poluição do ar em diversas cidades do mundo.
Segundo os pesquisadores, esse processo acontece na atmosfera dos planetas, principalmente Vênus, um planeta que se encontra mais próximo ao Sol. A poeira criada pelos cientistas foi capaz de limpar moléculas tóxicas de CO e dióxido de nitrogênio (NO2), o transformando em uma molécula inofensiva de nitrogênio (N2). O processo é um avanço para pesquisas que buscam alternativas para limpeza da poluição atmosférica.
Utilizamos cookies para oferecer uma melhor experiência de navegação. Ao navegar pelo site você concorda com o uso dos mesmos.
Saiba mais