O pólen é descrito cientificamente como um “microgametófito” de plantas com sementes. Isso significa que ele é responsável pela reprodução dos gametas masculinos, ou células de esperma, da planta. De maneira simples, esses grânulos fazem parte do processo natural da polinização.
O órgão masculino da planta é o estame, que consiste em uma antera suportada por um único filamento. A antera tem quatro sacos de pólen, que ficam responsáveis pela produção do microgametófito.
Cada pólen contém dois gametas masculinos, que quando maduros, são liberados pela antera, para que possam fertilizar a parte feminina da planta. Os gametas, quando fertilizados, formam o zigoto e o endosperma.
Algumas espécies angiospermas fazem a fertilização dupla — por terem as partes reprodutivas femininas e masculinas. Porém, os gimnospermas contam exclusivamente com insetos e o vento para que seu pólen seja levado para as plantas femininas.
O transporte do pólen para o estame, ou estigma, da planta, é conhecido como polinização. A autopolinização ocorre em angiospermas através da fecundação da mesma flor que produziu os gametas, ou uma flor adjacente a outra.
Já o processo de polinização cruzada acontece quando o pólen é levado da antera para o estigma de outra planta, seja da mesma espécie ou não. Ambas as polinizações ocorrem por meio de um fator externo que ajuda a dispersar os microgametófitos.
Os vetores da polinização podem ser: animais, o vento e a água. As gimnospermas tem como principal vetor da polinização o vento, que carrega os grãos de pólen de uma planta para a outra. Já os angiospermas, que são formados por espécies mais complexas, têm como vetor os animais, geralmente insetos, como as abelhas, mas podendo incluir também mamíferos e aves.
Quando visto a olho nu, o grão do pólen parece apenas uma poeirinha amarela. No entanto, esse microgametófito tem uma variedade de formatos e cores, que só podem ser observados através de microscópios.
A parte externa do pólen é chamada exina, e sua composição é formada por uma substância conhecida como esporopolenina. Por ser um químico extremamente estável, a esporopolenina faz com que o grão seja bastante resistente a danos externos. Por exemplo: quando em contato com tempestades de vento e chuva, o pólen não é totalmente destruído, e sim dividido em mais partículas que se misturam ao ar.
A exina, que é a parte externa do grão do pólen, tem pequenas aberturas, por onde os gametas passam. Do lado de dentro, essa partícula é formada por celulose, e tem uma estrutura semelhante a células de plantas.
Para determinar qual a espécie de planta de um pólen, é necessário avaliar o tamanho, formato, número de aberturas e a textura da superfície. A maioria dos grãos tem um formato triangular, esférico ou ovoide, que podem ser alongados ou arredondados dependendo da origem.
O tamanho comum de um grão varia entre 6 a 100 mícrons. As menores partículas de pólen costumam ser carregadas pelo vento, enquanto aquelas que têm um tamanho consideravelmente maior são levadas por seres vivos ou pela água.
Por ser uma pequena partícula, o pólen pode causar alergia em algumas pessoas.Quando ele entra em contato com as vias nasais, o corpo identifica os pequenos grãos como invasores, e rapidamente envia sinais de combate para o sistema imune.
Os principais sintomas da alergia ao pólen são os espirros constantes, corrimento e congestionamento nasal. Isso porque o sistema imunológico libera a histamina, que causa inflamações e faz com que o nariz fique irritado com a presença das pequenas partículas, forçando o organismo a espirrar até que ela seja eliminada.
Plantas gimnospermas são as principais culpadas pela reação alérgica do pólen. Isso porque os angiospermas produzem uma pequena quantidade do microgametófito, que são carregados pelas abelhas ou outros insetos, e raramente entram em contato com o organismo humano.
No caso das gimnospermas, elas produzem uma quantidade muito grande de pólen, que são visíveis a olho nu, por se juntarem e formarem aglomerados. Como está na natureza em maior quantidade, este tipo de pólen é o maior causador de alergias
O pólen é o alimento da abelha, junto da água, mel e do néctar. Quando esse inseto sai para buscar néctar nas flores, ele encontra o pólen, que é uma das fontes de nutriente sólido da espécie.
Além de usar essas partículas como alimento, a abelha é responsável por carregá-la para outras flores, e facilitar a sua polinização. Outro fator importante é que o pólen tem todos os nutrientes essenciais para a geleia real produzida pelas abelhas, que é usada para alimentar as larvas da rainha e das operárias.
Essas partículas são chamadas de pólen apícola, que é composto pelos microgametófitos de várias plantas. Ele tem grande potencial energético e nutricional para seres humanos e animais, pois é rico em carboidratos, proteínas, vitaminas C e do complexo b, aminoácidos, lipídeos, carotenoides, materiais, fibras, compostos fenólicos, flavonoides.
As abelhas têm sofrido com as ações humanas na natureza. Estudiosos defendem que as monoculturas, o uso de pesticidas, a criação inadequada e a mudança climática tem afetado severamente a sobrevivência desses insetos, que são tão importantes para o funcionamento do meio ambiente.
Um estudo, da Universidade Estadual da Carolina do Norte, mostrou que o pólen carregado pela abelha no dia a dia aumenta a temperatura do corpo do inseto. Esse fator preocupa os pesquisadores, pois com as mudanças climáticas, a temperatura comum de uma abelha — que depende do clima da região — pode ser elevada. Sendo assim, ao carregar essas partículas, elas podem sobrecarregar seu organismo e morrer.
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