Polinização é o processo pelo qual as plantas com flores se reproduzem. Ela pode ser realizada por meio do vento ou de agentes polinizadores, como as abelhas e pássaros. Sem a polinização, os ecossistemas ficam em risco. Cientistas já alertaram a respeito do declínio de algumas espécies. Mas optar pelo consumo consciente pode ajudar nisso! Entenda melhor a seguir:
Antes de entender o processo de polinização, é preciso conhecer a estrutura das plantas e das flores. Uma planta pode ter flores unissexudas, ou seja, que possuem os sexos separados em flores diferentes, umas femininas e outras masculinas. Outras plantas podem ser hermafroditas, tendo os dois sexos na mesma flor.
O órgão genital masculino da flor é chamado de estame e é onde ficam os grãos de pólen, um pó fino que a planta produz. O órgão feminino, por sua vez, é chamado de pistilo. A polinização é o processo de transferência do pólen, passando do órgão masculino para o órgão feminino.
Quando o pólen é movido dentro de uma flor ou entra em contato com o pólen de outra flor da mesma espécie, há fertilização. Se for uma fertilização bem-sucedida, a flor começará a produção de frutos e sementes.
De flor em flor, o pólen pode ser movido pelo vento ou por animais, como abelhas, borboletas, besouros, pássaros e beija-flores. Nesse caso, o processo é chamado de polinização cruzada. Quando a planta recebe o pólen dela própria, chamamos de autopolinização.
Os polinizadores são os agentes de polinização, isto é, eles levam o pólen até às outras flores. Como forma de atraí-los, algumas flores têm cheiros e cores atrativas. Além disso, elas produzem néctar, um líquido açucarado com alto teor de energia.
Quando os insetos pousam nas flores para se alimentar com o néctar, ficam com o corpo repleto de pólen. Ao passarem para outra flor, esse pólen pode ser transportado.
Estima-se que há mais de 200 mil espécies de animais diferentes que ajudam as flores com a polinização. Entre os principais agentes polinizadores, há abelhas, beija-flores, borboletas, mariposas, vespas e formigas. Caracóis e lesmas também podem espalhar o pólen, bem como mosquitos e morcegos.
A polinização é fundamental para que as flores continuem produzindo sementes e frutos. Por todo o mundo, centenas de plantas são cultivadas para servir de alimento, bebida e medicamentos para os seres humanos.
Em um estudo publicado na revista Nature, pesquisadores verificaram que cerca de 20 mil espécies de abelhas conhecidas polinizam mais de 90% das 107 principais culturas do mundo. Além disso, 75% da alimentação humana depende direta ou indiretamente da ação de animais polinizadores.
Mais que a alimentação humana, os agentes polinizadores colaboram com ecossistemas saudáveis que limpam o ar, estabilizam os solos, protegem contra o clima severo e sustentam outros animais selvagens. Sem o processo de polinização, muitas vidas – não só as das plantas – ficariam em risco.
Apesar de terem grande importância, muitas populações de polinizadores estão em declínio devido, principalmente, à perda de alimentação e habitat ideais. O uso indevido de produtos químicos, como agrotóxicos e pesticidas, a poluição e as mudanças climáticas também estão contribuindo para o declínio.
Nos Estados Unidos, por exemplo, segundo um estudo publicado na revista Proceedings of the Royal Society B: Biological Sciences, a produção de maçãs, cerejas e mirtilos está sendo reduzida por causa do declínio das populações de abelhas manejadas e selvagens, o que agrava a preocupação em relação à segurança alimentar.
Segundo uma revisão de estudos, em algumas regiões da Europa, 9% das espécies de abelhas podem desaparecer nas próximas décadas. É preciso repensar, então, as ações que afetam esses agentes de polinização.
A revisão de estudos sugere medidas como estímulo a sistemas agrícolas mais diversos, regulamentação melhor do comércio de polinizadores manejados e maior investimento na educação dos agricultores sobre o controle de pragas para reduzir a dependência de pesticidas.
Iniciativas que visam proteger os polinizadores apontam que, se proprietários de casas, governos locais, nacionais e indústrias fizessem um esforço, poderíamos mudar o futuro dos polinizadores e, consequentemente, dos ecossistemas por toda Terra.
No âmbito individual, hortas caseiras podem atrair polinizadores que, muitas vezes, são mais diversificados que áreas selvagens próximas. Para isso, também é importante selecionar a planta certa para o local certo, priorizando as que são nativas. Outra opção é instalar casas para morcegos e abelhas.
Além dessas ações, é preciso reduzir nosso impacto. Nesse caso, comprar alimentos orgânicos e favorecer a agricultura orgânica e local são boas opções. Adotar o consumo consciente, indo em busca de soluções mais sustentáveis também impacta positivamente.
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