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Entenda quais são as características, os usos e o processo de produção do poliuretano, um plástico de difícil reciclagem

O poliuretano (PU) é um polímero que forma um material sólido com textura muito similar à espuma. Ele é usado em muitos produtos do dia a dia, pois o material possui excelentes características para a indústria. Elas incluem flexibilidade, leveza, resistência ao corte e ao rasgo e possibilidade de formatos diferenciados. Entenda onde ele é encontrado, e quais são suas restrições quando o tema é reciclagem.

Para que serve o poliuretano?

poliuretano
Foto de Divazus Fabric Store na Unsplash

É quase impossível que o poliuretano não faça parte da sua vida. Ao se deitar para dormir, o PU está presente na espuma de poliuretano do colchão. Se o seu trabalho é realizado em um escritório, a cadeira do estofamento também é feita com o material, assim como os assentos de veículos automotivos. O polímero oferece, também, alto desempenho em isolação térmica e acústica, ampliando ainda mais seus usos na indústria.

Esponja para lavar louças, geladeiras, pranchas de surf e até no solado do seu calçado o poliuretano está presente, de acordo com a Associação Brasileira da Indústria Química. Em encenações famosas de filmes hollywoodianos, o poliuretano foi essencial: a pele da orca do filme Free Willy 3, a pele da serpente gigante do filme Anaconda e os diversos dinossauros dos filmes Jurassic Park tiveram a mesma origem.

Até a indústria têxtil faz o uso do material. De fato, acredita-se que o tecido conhecido popularmente como spandex ou lycra seja composto, em média, de 85% de poliuretano por peso. O seu uso nessa indústria é justificado através das propriedades elásticas do PU. 

Outro fato interessante é que este polímero é usado na fabricação de preservativos. Eles chegam a ser duas vezes mais resistentes que o tradicional (feito de látex), podendo ser mais fino, transparente e levemente maior.

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Bio-poliuretano

O Grupo de Química Analítica de Polímeros (da Universidade de São Paulo, campus de São Carlos) desenvolve, desde 1984, uma pesquisa com biopolímeros de poliuretano derivados do óleo de mamona para a aplicação na área médica. O material do estudo se mostrou totalmente compatível com os tecidos de organismos vivos (ou seja, é biocompatível), não apresentando rejeição.

Um exemplo de aplicação deste material é seu uso como cimento ósseo em implantes de próteses e reparador de perdas ósseas. Observou-se que o osso se regenera. Isso significa que o organismo consegue substituir o biopolímero de poliuretano por células ósseas, regenerando o tecido ósseo.

Pesquisas recentes evidenciam que este biopolímero (de poliuretano derivado do óleo de mamona) pode ser empregado sob a forma de fios extremamente finos para amenizar rugas de expressão e combater a flacidez da pele.

Por ser de origem natural (óleo de mamona), os fios feitos com biopolímeros de poliuretano possuem maior biocompatibilidade com o organismo humano. No entanto, os biopolímeros possuem uma desvantagem econômica: são aproximadamente três vezes mais caros que os polímeros derivados de petróleo. Veja mais na matéria Poliuretano: de travesseiros a preservativos.

Espuma
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Como ocorre a produção de poliuretano?

Como todo plástico, o poliuretano é um polímero feito a partir da reação de duas substâncias principais: um poliol e um diisocianato. As matérias-primas do processo podem variar de acordo com a necessidade da aplicação.

Na parte dos poliois, os mais utilizados são o óleo de mamona e o polibutadieno. Entre os diisocianatos, são destaques os “famosos” difenilmetano diisocianato (MDI) e hexametileno diisocianato (HDI), entre outros nomes complicados.

Assim, o poliuretano pode apresentar diferentes tipos, como poliuretano fundido, flexível, termoplástico, adesivo e resinado. Isso de acordo com suas propriedades e funções.

Reciclagem de poliuretano

Uma das maiores preocupações ambientais é o que fazer com o que sobra de produtos que contêm poliuretano. Por serem plásticos termorrígidos, os seus fragmentos não podem ser derretidos e fundidos novamente para serem aproveitados em um material plástico do mesmo tipo.

No entanto, devido a pressões sociais, a indústria começou a estudar que fim dar para tais resíduos. Uma das alternativas encontradas foi a reciclagem mecânica de resíduos industriais de poliuretano. Eles acabam incorporados em diferentes proporções a resinas de poliuretano, resultando em material com propriedades adequadas para aplicação em pisos e pistas de atletismo, por exemplo. Também há empresas que usam refugos de produção ou produtos desgastados feitos com PU para produzirem solados de calçados.

Outro estudo fez a mistura de poliuretano rígido (PUR) moído com cimento, resultando em blocos de cimento com menor peso e melhor condutividade térmica. Porém, eles apresentaram problemas com relação à compressão, pois poderiam se romper mais facilmente. Mas houve uma outra pesquisa na mesma linha que adicionou PUR com granulometria específica e obteve alta resistência. Isso permitiu a aprovação de blocos para fins estruturais.

Entretanto, essas opções de reciclagem ainda não são uma realidade para o poliuretano que, muitas vezes, não é reciclado. Assim, vem a causar danos ao meio ambiente e para as pessoas quando descartado incorretamente. Entenda melhor esse tema na matéria:

microplastico
Há microplásticos no sal, nos alimentos, no ar e na água

Por isso, descarte materiais de poliuretano da melhor maneira possível. Você encontra o local mais próximo para descartar seus itens antigos na seção Postos de Reciclagem.

Entenda a importância da reciclagem no vídeo abaixo:


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