Saiba quais são os principais poluentes atmosféricos responsáveis pela morte de milhões de pessoas anualmente
Os poluentes atmosféricos são substâncias presentes no ar que podem causar impactos adversos à saúde humana e ao meio ambiente. Suas principais fontes emissoras são processos industriais, queima de lixo e de combustíveis em aviões e veículos automotores. Contudo, também podem ser gerados por processos naturais como erupções vulcânicas, tempestades de areia e incêndios florestais não antrópicos.
O que é considerado um poluente atmosférico?
Os poluentes atmosféricos podem ser divididos em poluentes primários e poluentes secundários, dependendo de sua origem e dos compostos envolvidos na sua formação:
- Poluentes primários são aqueles lançados diretamente pelas fontes de emissão, como o dióxido de enxofre (SO2), o ácido sulfídrico (H2S), os óxidos de nitrogênio (NOx), a amônia (NH3), o monóxido de carbono (CO), o dióxido de carbono (CO2), o metano (CH4), a fuligem e os aldeídos.
- Poluentes secundários são aqueles formados na atmosfera por meio de reações químicas entre os poluentes primários, com destaque para o peróxido de hidrogênio (H2O2), o ácido sulfúrico (H2SO4), o ácido nítrico (HNO3), o trióxido de enxofre (SO3), os nitratos (NO3-), os sulfatos (SO42-) e o ozônio (O3).
Quais são os principais poluentes atmosféricos?
Dentre os poluentes atmosféricos, alguns servem como indicadores de qualidade do ar e são monitorados por instituições públicas, como a Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb). A escolha por esses tipos de poluentes se deu em razão da frequência que ocorrem e de seus efeitos adversos à saúde. Os poluentes monitorados são:
Material particulado
O material particulado é classificado como o conjunto de poluentes constituídos de poeiras, fumaças e todo tipo de material sólido e líquido que se mantém suspenso na atmosfera por causa de seu pequeno tamanho. Há tipos de classificação: Partículas Totais em Suspensão (PTS), Partículas Inaláveis (MP10), Partículas Inaláveis Finas (MP2,5) e Fumaça (FMC).
O material particulado pode ter origem nos mais diferentes lugares e processos. A queima de biomassa e combustível é um exemplo, tanto em aquecedores, lareiras e caldeiras, quanto em veículos movidos a combustível fóssil, como carros, motos, barcos, aviões e tratores.
Dióxido de Enxofre (SO2)
O dióxido de enxofre (SO2) é um gás incolor, cuja fórmula molecular é constituída de dois átomos de oxigênio e um de enxofre. Sua molécula apresenta geometria angular, possui caráter polar e é cerca de duas vezes mais denso que o ar atmosférico.
Ela é uma perigosa substância e um dos principais formadores da chuva ácida.
Monóxido de carbono (CO)
O monóxido de carbono é um gás incolor, sem cheiro ou sabor, inflamável e perigoso (já que é um asfixiante químico que pode provocar intoxicação). Ele é emitido principalmente por veículos automotores. As maiores concentrações são encontradas nas cidades.
Ozônio (O3) e oxidantes fotoquímicos
Esses oxidantes fotoquímicos são a mistura de poluentes secundários formados pelas reações entre os óxidos de nitrogênio e os compostos orgânicos voláteis na presença de luz solar. O ozônio é o principal produto dessa reação, sendo utilizado como parâmetro indicador da presença de oxidantes fotoquímicos na atmosfera.
Hidrocarbonetos (HC)
Hidrocarbonetos são compostos formados exclusivamente por carbono e hidrogênio, obedecendo a fórmula geral CxHy. Eles constituem uma classe de compostos orgânicos muito grande, variada e importante, pois englobam o petróleo e seus derivados, além do gás natural. Além disso, as cadeias carbônicas dos hidrocarbonetos servem como matriz ou base para a maioria dos demais compostos orgânicos.
Eles são classificados como gases e vapores resultantes da queima incompleta e da evaporação de combustíveis e de outros produtos orgânicos voláteis.
Óxido de nitrogênio (NO) e dióxido de nitrogênio (NO2)
São formados durante processos de combustão. Em grandes áreas urbanas, os veículos geralmente são os principais responsáveis pela emissão dos óxidos de nitrogênio. O NO, sob a ação de luz solar, se transforma em NO2 e tem papel importante na formação de oxidantes fotoquímicos, como o ozônio. Dependendo das concentrações, o NO2 pode causar grandes prejuízos à saúde.
Outros poluentes atmosféricos
A Cetesb também monitora o chumbo, mas apenas em áreas mais específicas porque, após a introdução da gasolina sem chumbo, é encontrado em maior quantidade em locais próximo a atividades humanas que emitem esse tipo de poluente derivado de combustíveis fósseis. Outros poluentes presentes no ar são:
- Dióxido de carbono: gás essencial para a fotossíntese e a vida, porém, em altas concentrações, agrava o efeito estufa e, consequentemente, o aquecimento global;
- Compostos Orgânicos Voláteis (VOCs): componentes químicos presentes em diversos tipos de materiais sintéticos ou naturais. Alguns podem levar a danos à saúde em curto ou longo prazo;
- Tolueno: é altamente danoso à saúde. Ao se volatizar, pode ser inalado e é rapidamente conduzido aos pulmões e difundido para a corrente sanguínea;
- Poluente Climático de Vida Curta (PCVC ou em inglês SLCP): poluentes que permanecem na atmosfera de alguns dias a algumas décadas e apresentam efeitos nocivos à saúde, ao ambiente e também agravam o efeito estufa. Os principais PCVC são o carbono negro, o metano (CH4), o ozônio (O3) e os hidrofluorcarbonetos (HFC). Para diminuir a emissão desses poluentes, o Banco Mundial faz investimentos altos na tentativa de evitar a morte prematura de milhões de pessoas e também prejuízos na saúde humana e na agricultura;
- Microplásticos: podem contaminar o ar mesmo em áreas distantes dos centros urbanos. Originados de roupas sintéticas, pneus e descarte inadequado de plásticos, essas minúsculas partículas podem percorrer longas distâncias na atmosfera devido à sua leveza. Embora praticamente invisíveis, estes microplásticos podem poluir a comida e ser inalados, introduzindo-se no organismo humano. Até o momento, as consequências desse poluente ainda são desconhecidas.
Quantas pessoas morrem no mundo por causa da poluição atmosférica?
Além dos problemas de saúde como asma e doenças cardíacas, a ONU estima que 7 milhões de pessoas são vítimas de morte prematura todos os anos por conta dos poluentes atmosféricos. Isso porque 90% da população mundial respira ar poluído. Essa poluição tem um alto custo de vida e gera prejuízos à saúde e à economia.
Nas grandes cidades, não há muito como fugir do ar poluído, mas algumas dicas podem te ajudar.
Dicas para combater os poluentes atmosféricos
- Denuncie a ocorrência de crimes ambientais na sua cidade. Você pode denunciar se uma indústria ou comércio estiver emitindo uma fumaça incômoda, seja da queima de combustíveis ou não, por exemplo;
- Use transportes públicos, vá de bicicleta, caminhe mais;
- Deixe as janelas abertas para que o ar circule;
- Aspire ou varra a casa, pois o material particulado se junta com a poeira;
- Quando o ar estiver seco, use umidificadores de ambiente ou coloque uma bacia de água embaixo da cama;
- Utilize purificadores de ar em casa, mas tenha alguns cuidados;
- Existem plantas purificadoras de ar que você pode cultivar em casa;
- Troque os aromatizantes em aerossol por óleos essenciais;
A adoção dessas medidas vai ajudar no aumento da qualidade do ar em seu ambiente familiar ou de trabalho, além de contribuir com o combate às mudanças climáticas. Então, não perca tempo e coloque-as em prática.