Os poluentes da tecnologia têm impactos negativos na saúde humana e no meio ambiente. Eles são resultado de processos industriais, como a fabricação de aparelhos eletrônicos. O consumo em excesso desses produtos contribui para a emissão de poluentes atmosféricos e produção de lixo eletrônico.
O lixo eletrônico, bem como os combustíveis fósseis utilizados em máquinas e meios de transporte, contém metais pesados altamente tóxicos. Essas substâncias podem provocar doenças como o câncer, insônia e problemas pulmonares, além de contaminar ecossistemas.
Com a Revolução Industrial e posteriormente a globalização, a tecnologia proporcionou uma nova forma de viver, baseada no consumo. Ao mesmo tempo que a tecnologia contribuiu para melhorar a qualidade de vida e facilitar atividades do cotidiano, gerou impactos ambientais negativos.
O modo de vida atual é baseado no consumismo, o que gera uma grande quantidade de resíduos. Em geral, esses resíduos são descartados da forma incorreta, poluindo o solo, a água e até mesmo o ar e o espaço sideral. Ainda que a tecnologia e a legislação tenham avançado, e existam alternativas sustentáveis para a produção, a tecnologia continua gerando muitos poluentes.
Além disso, estudos indicam que muitos produtos são feitos com um tempo de vida pré-estabelecido, obrigando os consumidores a comprarem novos produtos com maior frequência. Essa estratégia de venda insustentável é chamada de obsolescência programada, e contribui para o aumento de lixo eletrônico no planeta e o esgotamento de recursos naturais.
A publicidade tem um papel importante no consumo, pois propagandas de novos produtos aparecem todos os dias nos meios de comunicação. Dessa forma, a população é incentivada a consumir os novos lançamentos, descartando seus antigos produtos. O resultado disso são os poluentes da tecnologia, como o lixo eletrônico e os poluentes atmosféricos.
Os aparelhos eletrônicos são produtos presentes no cotidiano de grande parte da população. Os eletrodomésticos, aparelhos celulares, relógios, pilhas e baterias são produtos bastante consumidos.
Quando eles são descartados, os aparelhos eletrônicos compõem o chamado lixo eletrônico. O lixo eletrônico, resíduo de aparelhos eletrônicos, é geralmente descartado incorretamente, poluindo o solo e os corpos hídricos. Por conta da obsolescência programada e do alto consumo de produtos, esses aparelhos são descartados com grande frequência.
No caso de queima desses produtos, substâncias tóxicas são liberadas no ar, poluindo a atmosfera. Por isso, a produção de lixo eletrônico oferece riscos à saúde humana e ambiental.
Os aparelhos eletrônicos são compostos por metais pesados, como o cádmio, chumbo, mercúrio e berílio. Esses metais são altamente poluentes, afetando ecossistemas terrestres e aquáticos. Além disso, oferecem riscos à saúde humana. Esses metais podem contaminar trabalhadores durante a fabricação de produtos eletrônicos ou populações próximas às fábricas.
Os metais pesados têm efeitos nocivos para a saúde humana e para o meio ambiente. Eles podem provocar a morte de animais e plantas, além de disfunções metabólicas. Nas pessoas, esses metais podem provocar vários danos à saúde, como dores de cabeça, perda de apetite e doenças carcinogênicas. Confira a lista desses poluentes da tecnologia e seus efeitos na saúde humana:
O arsênio está presente em aparelhos celulares, e pode contaminar o organismo a partir da inalação ou do contato pelo toque. No corpo humano, ele pode gerar doenças cancerígenas, neurais e problemas de pele.
Presente em computadores, baterias de notebooks e monitores, o cádmio contamina pessoas a partir da inalação ou do contato com a pele. Em seres humanos, o cádmio pode provocar câncer, problemas no sistema nervoso e nos pulmões, dores reumáticas e problemas no metabolismo.
O cádmio está presente em combustíveis fósseis utilizados em meios de transporte e em máquinas industriais de fábricas. Dessa forma, ele compõe os materiais particulados responsáveis pela poluição do ar.
O cloreto de amônia está presente em baterias de celulares e notebooks, e sua contaminação se dá a partir da inalação. Quando inalado, o cloreto de amônia é acumulado no corpo humano e pode levar à asfixia.
O chumbo, presente em computadores, televisões e aparelhos celulares, contamina o organismo por meio da inalação e do contato direto com a pela. A exposição a esse componente de aparelhos eletrônicos pode causar tremores musculares, insônia, hiperatividade, alucinações, irritabilidade e lentidão de raciocínio.
Esse metal pesado se encontra presente em materiais particulados, o que o torna um poluente atmosférico. Dessa forma, ele é inalado pelas pessoas e animais e é acumulado no organismo. O chumbo pode contaminar o sangue, provocando anemia e problemas nas hemácias.
Além de compor aparelhos eletrônicos, ele está presente nas emissões de combustíveis fósseis. Esses combustíveis são utilizados em meios de transporte para locomover os produtos, e em máquinas industriais.
Presente em computadores e aparelhos celulares, o manganês contamina o corpo humano a partir da sua inalação. Nas pessoas, ele pode provocar anemia, seborreia, impotência, dor abdominal, vômito, tremor nas mãos e problemas emocionais. Além disso, estudos associam o manganês com o desenvolvimento de doenças como o Alzheimer.
O mercúrio está presente em computadores, monitores e televisões. A contaminação humana se dá a partir da inalação e do contato do chumbo com a pele. A exposição ao mercúrio pode causar mudanças no metabolismo, problemas de estômago, renais e neurais. Além disso, o mercúrio pode provocar alterações genéticas.
A presença do mercúrio no ambiente provoca a contaminação de espécies aquáticas, como peixes e algas. Conforme essas espécies são consumidas por outras na cadeia alimentar, a concentração de mercúrio aumenta. Quando essas espécies são consumidas por humanos, contaminam o corpo e provocam impactos na saúde.
Por isso, materiais que contêm mercúrio em sua composição, como termômetros de mercúrio e lâmpadas fluorescentes, devem ser descartados com cuidado especial. O descarte desses materiais deve ser feito em pontos de coleta que recolhem materiais tóxicos. Assim, o local será responsável pela descontaminação dos materiais e a sua reciclagem.
No caso de lâmpadas fluorescentes, para que a sua reciclagem seja possível, é necessário encaminhá-las para pontos de coleta para que seja realizada sua descontaminação. Essa descontaminação consiste na retirada do mercúrio presente em seu interior. O mesmo acontece com os termômetros de mercúrio, que têm a sua comercialização proibida desde 2019.
O zinco está presente em baterias de aparelhos celulares e notebooks. A sua contaminação no corpo humano ocorre por meio da inalação e o contato com a pele. Essa contaminação pode gerar vômito, diarreia e problemas nos pulmões.
Além dos metais pesados, outro poluente presente em eletrônicos é o PVC. O PVC é utilizado como isolante em fios elétricos. A sua contaminação no corpo humano se dá a partir da inalação, provocando problemas respiratórios.
O PVC conta com a presença de substâncias tóxicas resistentes à degradação e biocumulativas, permanecendo no ambiente por muito tempo. Assim, essas substâncias contaminam espécies animais e vegetais.
As pilhas e baterias são produtos utilizados em aparelhos eletrônicos, como o controle remoto, o relógio e até mesmo o carro. Entretanto, a pilha e a bateria são compostas por materiais tóxicos, e podem promover a poluição ambiental.
Esses produtos possuem um material líquido em seu interior, com a presença de metais pesados como o zinco, dióxido de manganês, chumbo e cádmio. Portanto, se descartados no meio ambiente, os produtos contaminam o solo e o lençol freático.
Elas não devem ser queimadas, pois as substâncias tóxicas presentes em seu interior serão lançadas para o ar, poluindo a atmosfera. Além disso, existe o risco da pilha ou bateria estourar, liberando o líquido tóxico. Entenda como fazer o descarte correto de pilhas e baterias no vídeo:
O lixo espacial é o material originado de fábrica que foi despachado no espaço. Ele pode ser um material de uso espacial, como fragmentos de foguetes e satélites, ou um resíduo comum, como sacos de lixo.
Esses materiais se acumulam na atmosfera desde 1957, quando o Sputnik-1, primeiro satélite criado, foi lançado para o espaço e foi perdido pela ação da gravidade. Desde então, o lixo espacial se tornou um poluente que ultrapassou os limites do planeta Terra.
O impacto disso para o planeta é o risco dos materiais caírem na superfície terrestre, o que pode provocar acidentes, levando à morte de animais e pessoas. De acordo com um estudo, o lixo espacial atinge a superfície terrestre com frequência, entretanto apenas uma pessoa foi atingida. Isso porque a queda de lixos espaciais ocorre, em geral, em ambientes pouco habitados por humanos.
Apesar disso, quanto maior a quantidade de lixo espacial, maior a ocorrência de queda na superfície. Ademais, o lixo espacial prejudica o funcionamento de satélites em órbita, o que pode prejudicar algumas atividades, como o uso de celulares e boletins meteorológicos.
Devido ao potencial de risco que esses produtos oferecem ao meio ambiente e à saúde humana, é determinada pela Política Nacional de Resíduos Sólidos a responsabilidade de empresas realizarem a logística reversa.
A logística reversa é uma prática em que as empresas recebem produtos que não têm mais uso, reutilizando os materiais que os compõem ou os destinando para o descarte correto. A logística reversa contribui para a redução de lixo em aterros sanitários e viabiliza a gestão de resíduos sólidos, evitando a poluição ambiental.
Entretanto, é importante que o consumidor tenha conhecimento dos impactos negativos desse lixo e contribua com o descarte correto. Por isso, colete suas pilhas, baterias e aparelhos eletrônicos e procure os postos de coleta para descartar o lixo corretamente. Entenda mais sobre o descarte correto de lixo eletrônico no vídeo:
Outra forma de contribuir para a redução desses poluentes da tecnologia é adotando o consumo consciente. Evite trocas constantes de aparelhos eletrônicos sem a necessidade, e opte por produtos de qualidade, que tenham maior durabilidade. Além disso, você pode comprar equipamentos usados, assim você supre a sua necessidade e dá uso a um produto que já foi produzido e está em bom estado.
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