Poluição atmosférica, em resumo, é a introdução de qualquer substância que, devido a sua concentração, possa se tornar nociva à saúde e ao meio ambiente. Conhecida como poluição do ar, refere-se à contaminação por gases poluentes, líquidos e partículas sólidas em suspensão, material biológico e energia.
Esse tipo de poluição se dá com as substâncias chamadas de poluentes atmosféricos. Eles existem em forma de gases ou partículas provenientes de fontes naturais (vulcões e neblinas) ou artificiais produzidas pelas atividades humanas. De acordo a Organização Mundial de Saúde (OMS), a poluição do ar causou a morte de mais de 7 milhões de pessoas no mundo em 2012. Sendo assim, ela matou mais que AIDS e malária juntas.
Pode parecer incrível, mas a poluição atmosférica já estava presente na Roma Antiga, quando as pessoas queimavam madeira, por exemplo. Porém, a Revolução Industrial ampliou o impacto humano sobre a qualidade do ar. Afinal, a intensidade da combustão de carvão aumentou no século XIX, principalmente na Grã-Bretanha.
A queima de carvão mineral despejava toneladas de poluição atmosférica, causando danos à população. Essa sofria de doenças respiratórias, responsáveis por milhares de mortes na época.
Entre os episódios marcantes que foram consequência da poluição atmosférica, a situação da Inglaterra nos anos 1950 ganha destaque. Em 1952, devido à poluição particulada e compostos de enxofre liberados pelas indústrias na queima de carvão, além de péssimas condições climáticas que contribuíram para a não dispersão dessa poluição, cerca de quatro mil pessoas morreram em Londres por problemas respiratórios no período de uma semana.
Nos meses seguintes a esse evento, que foi conhecido como Big Smoke (Grande fumaça, em tradução livre), mais de oito mil pessoas morreram e cerca de outros 100 mil ficaram doentes.
Poluição atmosférica é um nome genérico que usamos para a poluição derivada de um vasto conjunto de substâncias. Os poluentes podem ser classificados em dois tipos: poluentes primários e poluentes secundários. Poluentes primários são aqueles lançados diretamente na atmosfera, provenientes de fontes antrópicas e naturais. Poluentes secundários são aqueles que são produtos de reações químicas e fotoquímicas, que ocorrem na atmosfera envolvendo os poluentes primários. Vamos conhecer os principais poluentes atmosféricos:
Um gás incolor, inodoro e tóxico. Produzido principalmente pela queima não completa de combustível. Ele causa interferência no transporte do oxigênio no nosso corpo, podendo causar asfixia. Saiba mais na matéria:
É uma substância fundamental para os seres vivos. Os vegetais utilizam o dióxido de carbono para realizar sua fotossíntese, processo no qual eles usam a energia solar e o CO2 para produzir energia. O gás é produzido no processo de respiração celular, mas possui outras fontes, que são causa de boa parte da poluição atmosférica, como o processo de decomposição e a queima de combustíveis fósseis.
Esse gás é muito conhecido atualmente por ser um dos causadores do efeito estufa. Isso ocorre devido ao fato do CO2 absorver parte da radiação emitida pela superfície da terra, retendo o calor, resultando em um aumento da temperatura.
Costumavam ser emitidos a partir de produtos como aparelhos de ar-condicionado, refrigeradores, sprays de aerossol, etc. Atualmente, esses compostos estão banidos em quase todo o mundo. Quando em contato com outros gases, os CFCs causam danos à camada de ozônio, sendo as grandes responsáveis pelo seu buraco, permitindo assim que os raios ultravioletas alcancem a superfície da Terra, causando problemas como câncer de pele.
O mais nocivo é o dióxido de enxofre (SO2), que é produzido em diversos processos industriais e por atividades vulcânicas. Na atmosfera, o dióxido de enxofre forma o ácido sulfuroso, causando a chuva ácida.
Em especial, o dióxido de nitrogênio (NO2) é um grande fator de poluição do ar. Esses óxidos são gases altamente reativos, formados durante a combustão pela ação microbiológica ou por raios.
Na atmosfera, o NOx reage com compostos orgânicos voláteis e monóxido de carbono, produzindo ozônio troposférico. É também oxidado em ácido nítrico, que contribui para a chuva ácida.
Esses elementos que integram a poluição atmosférica são químicos orgânicos emitidos por várias fontes, incluindo a queima de combustível fóssil, atividades industriais e emissões naturais da vegetação e de queimadas. Alguns COVs (ou VOCs, na sigla em inglês) de origem antropogênica, como o benzeno, são poluentes cancerígenos. O metano é um composto orgânico volátil que contribui para o efeito estufa e é cerca de 20 vezes mais potente que o monóxido de carbono. Saiba mais na matéria:
Emitida principalmente pela agricultura devido ao uso de fertilizantes. Na atmosfera, a amônia é um tipo de poluição atmosférica que reage formando poluentes secundários.
São partículas finas de sólidos ou líquidos suspensos. Esse material ocorre naturalmente a partir de erupções vulcânicas, tempestades de areia, formação de nevoeiros e outros processos naturais. A ação humana produz material particulado em atividades industriais, mineração e combustão de combustíveis fósseis, entre outros.
Na atmosfera, esse material causa danos à saúde. Quanto menor a partícula, maiores os efeitos provocados. Alguns efeitos causados pelo material particulado são os problemas respiratórios e do coração. Entenda mais na matéria:
Apesar de ser extremamente necessário na atmosfera para bloquear a radiação solar, o ozônio que é formado na troposfera (mais perto da superfície da Terra), a partir de reações com outros poluentes, é uma forma de poluição atmosférica que causa diversos danos para a nossa saúde, como irritação e problemas respiratórios. Entenda melhor o que é esse gás na matéria:
Existem várias atividades e fatores que são causas da poluição atmosférica. Essas fontes podem ser divididas em duas categorias:
A poluição atmosférica pode causar um enorme impacto em dois grandes âmbitos: a saúde humana e o meio ambiente. Entre as principais consequências da poluição do ar estão doenças respiratórias e problemas ambientais.
Os impactos ao meio ambiente dependem do tipo de poluição atmosférica e chegam na escala global. Entre os principais efeitos da poluição atmosférica sobre o meio ambiente se destacam:
Causa a acidificação da atmosfera. Nos corpos hídricos ela proporciona a acidificação da água, causando a morte de peixes. No solo causa a modificação das suas propriedades físico-químicas.
Nas florestas, as árvores são danificadas pela chuva ácida, assim como os prédios e estruturas na cidade que podem sofrer corrosão. Por esses motivos, diversos países começaram a adotar ações para reduzir os efeitos da precipitação ácida. Como uma redução da quantidade de enxofre presente nos combustíveis.
O ozônio estratosférico forma uma camada que protege a vida na Terra da emissão de raios ultravioletas. Porém, com sua destruição devido aos químicos lançados na atmosfera pela humanidade, esses raios conseguem atravessar a camada, o que causa um aumento da quantidade de radiação UV, aumentando, nos humanos, o risco de desenvolver câncer de pele e outros problemas. Os raios ultravioleta também prejudicam a agricultura, porque algumas plantas, como a soja, são sensíveis a esse tipo de radiação.
Com a poluição atmosférica, a claridade e a visibilidade são diminuídas. Esse efeito interfere no processo de evaporação da água, porque as nuvens formadas absorvem o calor emitido pelo sol, fato que pode mascarar o aquecimento global.
O efeito estufa em si é um processo fundamental para a vida na Terra, pois faz com que o planeta se mantenha aquecido. Mas há teóricos que defendem que o aumento significativo das emissões de gases do efeito estufa, associado a outras ações também promovidas pela atividade humana, como o desmatamento de florestas, são determinantes no desequilíbrio do processo.
Assim gerando maior retenção de energia e o aumento do efeito estufa, com o aquecimento da baixa atmosfera e aumento da temperatura média do planeta e possíveis distorções ambientais. O aquecimento global se tornou um dos maiores problemas da Terra, com efeitos que podem ser catastróficos.
Os vários tipos de poluição atmosférica acabam sendo depositados nos corpos hídricos por precipitação, causando uma mudança dos nutrientes presentes nesses sistemas. Algumas algas podem ser estimuladas na presença de poluentes como o nitrogênio, o que causa seu desenvolvimento e uma consequente diminuição da quantidade de oxigênio dissolvido na água, levando à morte de peixes.
Assim como os humanos, os animais sofrem com problemas de saúde causados pela poluição atmosférica.
O Índice de Qualidade do Ar define o limite máximo para a concentração de certo poluente na atmosfera. Esse limite de concentração é um valor padronizado, que varia de acordo com a agência ou entidade que o define. Seu objetivo é informar a população sobre a qualidade do ar em uma determinada região em uma linguagem acessível.
As medições são feitas em estações de monitoramento que medem a concentração dos poluentes, sobretudo a concentração de ozônio e partículas ao nível do solo. Esse Índice de Qualidade do Ar é disponibilizado em tempo real na estação de monitoramento pelo órgão que cuida da medição na região. No Brasil, os padrões foram instituídos pelo Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e aprovados pelo Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama), através da resolução Conama 03/90.
Tudo que consumimos ou fazemos deixa um rastro no planeta. Por isso, separamos algumas simples dicas para diminuir sua pegada ecológica quanto à poluição atmosférica:
Utilizamos cookies para oferecer uma melhor experiência de navegação. Ao navegar pelo site você concorda com o uso dos mesmos.
Saiba mais