Poluição por ozônio é um tipo de poluição causado a partir de reações químicas entre raios solares, gases presentes na atmosfera e compostos liberados por veículos, processos industriais e instalações como usinas de energia e aterros sanitários. Apesar desse gás ser extremamente necessário para bloquear parte da radiação solar que chega à superfície terrestre, o ozônio formado na troposfera a partir de reações químicas com outros poluentes causa diversos danos à saúde humana e ao meio ambiente. Entenda:
O ozônio é um gás muito instável que possui três moléculas de oxigênio. Isso significa que ele não consegue manter a sua estrutura com essas três moléculas de oxigênio por um longo período de tempo. Por isso, o ozônio se liga a outras moléculas, formando outros elementos muito facilmente.
De modo geral, o ozônio está presente em duas camadas da atmosfera, a troposfera e a estratosfera. No entanto, ele possui efeitos diferentes em cada uma delas.
Como dito anteriormente, os efeitos do ozônio dependem de sua localização na “camada de ar” que envolve a Terra. Primeiro temos o ozônio presente na estratosfera, que é uma das camadas da atmosfera localizada entre 10 km e 50 km da superfície da Terra. Esse ozônio é formado por reações fotoquímicas. Basicamente, a radiação solar em comprimentos de onda ultravioleta e infravermelho dissociam as moléculas de oxigênio já presentes na atmosfera formando o oxigênio atômico (O). Por sua vez, este reage com o O2 também ali presente, formando o ozônio (O3).
É aí que o ozônio é destruído, reagindo com outras moléculas de oxigênio atômico ou com o O2. Após a sua destruição, o ciclo de formação se inicia novamente. Como a concentração de ozônio é maior na estratosfera, essa camada também é conhecida como camada de ozônio.
O ozônio estratosférico absorve uma parte da radiação ultravioleta oriunda do Sol, protegendo os seres vivos presentes na superfície terrestre dos efeitos nocivos deste tipo de radiação. Gases como os clorofluorcarbonos (CFC), por outro lado, aceleram a destruição do ozônio, facilitando a entrada dos raios ultravioletas na superfície da Terra.
O ozônio presente na troposfera, que é a camada em que vivemos, pode ocorrer naturalmente em baixas concentrações. No entanto, o que o torna um poluente altamente tóxico é a presença de outros poluentes que provocam o desequilíbrio dos processos de consumo e formação do ozônio.
Esses poluentes são os compostos orgânicos voláteis (VOCs) — exceto o metano —, o monóxido de carbono (CO) e óxidos de nitrogênio (NO e NO2). A partir deles, forma-se o smog fotoquímico (smoke, em inglês, significa fumaça, e fog, neblina), um tipo de poluição que é desencadeada pela luz solar e que gera ozônio como produto.
Por causa desse desequilíbrio, a concentração de ozônio na troposfera aumenta em quantidades tóxicas para os seres vivos. Nos seres humanos e em outros animais, o ozônio pode provocar irritação nos olhos e vias respiratórias, diminuir a capacidade pulmonar, intensificar problemas cardiovasculares, além de aumentar a mortalidade infantil por doenças respiratórias em dias e locais com altos níveis de poluição.
No meio ambiente, o ozônio pode contribuir para o aquecimento global e prejudicar a produção agrícola, reduzindo a capacidade das plantas de transformar a luz solar em energia. De 2010 a 2012, por exemplo, o aumento da quantidade de ozônio reduziu a produção global de grãos básicos, como trigo, arroz e milho, em 227 milhões de toneladas.
Muitos países estabelecem padrões de qualidade do ar para preservar a saúde das pessoas. No entanto, essas regulamentações são mais permissivas do que as diretrizes da Organização Mundial da Saúde (OMS) para concentrações seguras de ozônio troposférico: 50 partes por bilhão (ppb) acima de uma média de oito horas.
É difícil aplicar essas normas porque, diferente de outros poluentes do ar, o ozônio não é emitido diretamente. Ao invés disso, compostos orgânicos voláteis e óxidos nitrosos liberados por veículos, processos industriais e instalações como usinas de energia e aterros sanitários reagem com a radiação solar para originar esse poluente. Dessa maneira, os níveis de ozônio são delimitados pelas emissões e pelas condições atmosféricas.
Medidas tecnológicas específicas em cada setor ajudam a controlar a poluição por ozônio, como biocombustíveis, bicos de recuperação de vapor em bombas de gasolina, programas de inspeção veicular e limites de emissões mais rígidos para refinarias, indústrias e fontes de combustão.
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