A poluição radioativa é considerada por muitos estudiosos do ramo como o tipo de poluição mais perigoso. Ela é proveniente da radiação, que é um efeito químico derivado de ondas de energia (sejam elas de calor, de luz ou de outras formas). A radiação existe naturalmente no meio ambiente, porém, devido a ações humanas, ela vem sendo liberada em excesso, causando mutações em diversas espécies de seres vivos (em humanos, por exemplo, pode originar câncer).
Ainda não há formas efetivas para descontaminar uma área afetada por poluição radioativa – quando o local é contaminado, costuma ser isolado. Além disso, os átomos radioativos têm uma durabilidade bem longa – o plutônio, por exemplo, apresenta como tempo de meia vida cerca de 24,3 mil anos.
Desde a descoberta da fissão nuclear (quebra do núcleo de um átomo instável, liberando calor), em 1938, diversos estudos foram feitos na ciência da radioatividade, gerando tecnologias para seu uso. Algumas delas, presentes na nossa sociedade, são:
Realização de exames, como radiografia (com raios x), radioterapia e esterilização de materiais médicos.
Conservação de alimentos e eliminação de insetos e de bactérias.
Geração de energia elétrica a partir de reações nucleares de núcleos atômicos, em usinas nucleares.
Produção de bombas nucleares.
A contaminação humana ou animal por poluição radioativa pode se dar de forma interna ou de forma externa. A interna ocorre quando o material radioativo entra no organismo, de modo que átomos radioativos se incorporam a ele – isso ocorre a partir da ingestão de alimentos contendo substâncias radioativas, por inalação ou via cortes. A contaminação externa ocorre a partir da exposição a uma fonte de radiação que está no ambiente. Vamos a elas:
Radiação proveniente do espaço. A radiação ultravioleta (UV), emitida pelo sol, passa pela nossa atmosfera e, com a degradação da camada de ozônio, pode causar câncer de pele em muitos indivíduos, por exemplo.
São produzidos artificialmente a partir de um feixe de elétrons em um metal (geralmente o tungstênio), que libera energia em forma de raios X. Esse tipo de radiação possui um grande potencial de penetração. O uso do raio X tem sido de grande importância para a medicina na realização de diagnósticos. Eles são absorvidos pelos ossos enquanto passam facilmente pelos tecidos. Em intensidade não controlada, pode causar danos sérios, como câncer.
É uma onda eletromagnética (assim como a luz) emitida a partir de um núcleo instável e que costuma liberar partículas beta ao mesmo tempo. É altamente penetrante e pode causar sérios danos aos órgãos internos (sem inalação ou ingestão).
É uma partícula formada por um átomo de hélio com carga positiva. Seu alcance no ar é pequeno (1-2 cm), porém, sua inalação ou digestão podem causar danos aos tecidos e órgãos internos.
É um elétron (carga negativa) emitido por um núcleo instável. Essas partículas são menores que as alpha e podem penetrar mais profundamente em materiais ou tecidos. Podem ser perigosas se ingeridas ou inaladas e causam queimaduras na pele em exposição elevada.
Ocorre quando um nêutron é emitido por um núcleo instável – esse tipo de radiação é gerado principalmente em reações no reator nuclear. A radiação de nêutrons é bastante penetrante e libera, ao mesmo tempo, partículas beta e gama.
Mesmo tendo aplicações positivas, a periculosidade dessa tecnologia é preocupante, já que não existem soluções para a poluição radioativa. Todos os seus usos devem ser extremamente controlados para os elementos químicos não causarem danos. Em casos de acidente, como o ocorrido na usina de Chernobyl, na Ucrânia, em 1986, os danos são imensuráveis. Nesse acidente, após um reator sofrer uma explosão de vapor, ocorreu um derretimento nuclear, causando a contaminação da área a partir da liberação de uma quantidade letal de material radioativo.
Foi estimado que a liberação dessa poluição radioativa era cerca de 400 vezes maior em relação ao que havia nas bombas de Hiroshima e Nagasaki durante a Segunda Guerra Mundial. Esse acidente causou um enorme prejuízo, calculado em US$ 18 bilhões, além de gerar a contaminação da população e do solo, com consequente abandono da região. Mais recentemente, o acidente de Fukushima, no Japão, contaminou a região e causou diversos danos, que certamente serão sentidos no futuro.
A exposição a qualquer tipo de radiação ionizante (partículas alpha e beta, raios X e raios gama) de forma não controlada pode causar sérios danos e até mesmo ser letal. Há danos genéticos, que causam alterações em genes e cromossomos, levando a deformações e mutações; ou não genéticos (danos ao corpo), que causam queimaduras, tumores, câncer de órgãos, leucemia e problemas de fertilidade.
O dano causado pela poluição radioativa irá depender do tempo de exposição, da intensidade da radiação, do tipo da radiação (poder de penetração) e se a radiação é emitida externa ou internamente com relação ao corpo afetado.
Diversas medidas de segurança e prevenção são adotadas a fim de diminuir os efeitos negativos da poluição radioativa e prevenir acidentes como o de Chernobyl. Existem diversas normas internacionais e órgãos reguladores com a responsabilidade de garantir a segurança na operação de reatores nucleares para geração de energia. O treinamento correto dos profissionais que atuam na usina, a segurança do local, a contenção do material radioativo e os procedimentos de emergência são fundamentais em cada instalação.
A Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) promove o uso pacífico para a energia nuclear e desencoraja o seu uso militar, atuando juntamente com a ONU.
A destinação do lixo atômico é outra questão fundamental para a utilização dessa fonte de energia. Sua disposição final deve se dar em instalações para armazenamento de longo prazo ou definitivo, devido ao grande tempo necessário para que o material radioativo se torne inofensivo.
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