A poluição salina é o processo de salinização de um corpo d’água doce, o que acarreta em aumento da concentração iônica desse corpo hídrico. Esse fenômeno altera o pH, temperatura, alcalinidade, salinidade e dureza da água. Dessa forma, altera a dinâmica do ecossistema aquático.
A poluição salina ocorre em corpos d’água na América do Norte, América do Sul, África, Ásia, Austrália e Europa, e envolve a alteração do meio ambiente, afetando a preservação e conservação ambiental.
Entretanto, ela também afeta aspectos sociais e econômicos. Um ambiente que sofre com a poluição salina pode ser considerado impróprio para o abastecimento humano e industrial.
A poluição salina pode ocorrer por conta de fatores de ordem climática, geológica, temporal, humana e por alteração em caminhos de fluxo hídrico.
Uma das ações humanas que promove a poluição salina é a urbanização, que proporciona materiais para que a poluição ocorra. Alguns dos materiais são partículas de concreto formadas a partir do intemperismo desse material, sais rodoviários, esgoto ou dejetos animais e fertilizantes aplicados em gramados.
As águas residuais e a água resultante do tratamento de esgoto também contribuem para a poluição salina, pois contém substâncias como cloro. Fertilizantes enriquecidos com potássio, sulfato ou cloro, também promovem a poluição salina.
Na área de plantio agrícola, os agrotóxicos aplicados no solo são lixiviados por meio da irrigação ou da água da chuva, atingindo as águas subterrâneas e superficiais. Muitos agrotóxicos têm nitrogênio em sua composição. A partir do ciclo do nitrogênio, esses produtos formam substâncias como o amônio, provocando a acidificação e alterando o pH do solo.
Além disso, em alguns casos, ocorre a adição de gesso, com a finalidade de manter a umidade do solo, e de cal, para neutralizar essa acidificação. Entretanto, como resultado, a quantidade de íons no solo aumenta, elevando a salinização.
Os caminhos de fluxo são os locais em que a água passa, e que determinam a velocidade e a distância em que as partículas de sais são encaminhadas para o curso d’água. Eles têm influência direta em outros fatores, e podem atuar contra a poluição, diluindo as partículas de sais.
Entretanto, existem caminhos de fluxo que contribuem para o desenvolvimento da poluição salina, fornecendo partículas de sais em ambientes aquáticos. Um exemplo é o caminho de fluxo de irrigação, que carrega uma série de agrotóxicos utilizados em produções agrícolas.
O efeito prejudicial desses caminhos pode ser enfatizado em ambientes desmatados, onde o processo de lixiviação ocorre em maior quantidade. Além disso, a extração de recursos, como minerais, pode elevar a quantidade de partículas carregadas pela água.
Os fatores de ordem geológica que contribuem para a poluição salina têm grande relação com as atividades humanas. O principal deles é o intemperismo, que é intensificado pela mineração, chuva ácida e materiais de construção. Os materiais resultantes desse intemperismo são carregados de sais e contaminam os corpos hídricos.
Em climas mediterrâneos e semiáridos, o processo de poluição salina ocorre com maior frequência devido à baixa umidade desses ambientes. Outro fator que contribui para essa poluição é o aumento da temperatura global, que intensifica o intemperismo e eleva a quantidade de água evaporada.
As mudanças climáticas e o aquecimento global contribuem com a oxidação de sulfetos, sobretudo em períodos secos. Outra consequência desses eventos é a elevação na formação de sulfatos.
De acordo com um estudo, é possível classificar a poluição salina em cinco níveis de grandeza, de acordo com a intensidade do processo em cada local. O primeiro nível, chamado de 0, indica uma boa qualidade da água no corpo hídrico.
Em seguida, existe o nível I, em que o corpo d’água apresenta concentrações de sais em algum local de sua extensão. O nível II apresenta essas concentrações em mais de uma parte do curso. A classificação do nível III enquadra corpos d’água com a presença de substâncias químicas prejudiciais em quantidades superiores às permitidas pelos órgãos de tratamento de água.
Por fim, o nível IV classifica corpos d’água que apresentam perda de biodiversidade e desequilíbrio ecossistêmico. As águas enquadradas na última classificação não são consideradas potáveis, e representam uma ameaça para o meio ambiente e o ser humano.
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