Na terça-feira (15), a Organização das Nações Unidas reconheceu que a população mundial atingiu 8 bilhões de pessoas. De acordo com a instituição, o aumento de um bilhão que levou aproximadamente 12 anos é um resultado do aumento gradual da expectativa de vida humana devido a melhorias na saúde pública, nutrição, higiene pessoal e medicina, além de níveis persistentes de fertilidade em alguns países.
O dia foi nomeado como “Dia dos 8 bilhões”, embora seja apenas uma estimativa baseada em dados da organização.
O último relatório da ONU sobre a população, lançado em julho deste ano, também criou uma projeção de que ela cairá de 11 bilhões de pessoas para 10,4 bilhões em 2100. Portanto, especialistas não estão preocupados com a superpopulação do planeta.
A questão da superpopulação possui raízes históricas. Em 1798, mais especificamente, o Reverendo Malthus Thomas alertou à população sobre a possível escassez de comida resultante do aumento de pessoas para alimentar, criando a teoria Malthusiana.
No entanto, especialistas acreditam que as preocupações Malthusianas derivadas da sobrepopulação não devem ser traduzidas ao cenário atual. Isso se dá a várias questões, incluindo a produção de comida atual.
Na época de Malthus, mais de 90% da população dos EUA vivia em fazendas onde produziam sua própria comida para comer. Porém, atualmente, apenas 2% da população produz toda a comida que comemos. Após a evolução da agricultura e dos meios de plantio, agora, é estimado que apenas um fazendeiro seja capaz de alimentar cerca de 155 pessoas, comparado com 1944.
Por outro lado, essa mesma evolução possui uma responsabilidade parcial dentro da insegurança alimentar e da destruição do meio ambiente, diferentemente da população.
Preocupações ambientais também afloram dentro da discussão, com diversos planos para enfrentar a degradação ambiental concentrando-se nas partes do mundo onde as populações ainda estão crescendo fortemente.
No entanto, isso também não se mostrou uma ameaça ao meio ambiente, diferentemente do 1% mais rico do mundo, que é responsável por 15% das emissões de carbono do mundo.
Charles Kenny, membro do Center for Global Development em Washington, já evidenciou como a superpopulação não é uma ameaça ao meio ambiente especificamente:
“A população não é o problema, a forma como consumimos é o problema – vamos mudar nossos padrões de consumo”, disse.
A taxa de crescimento da população, em contrapartida com o aumento anunciado pela ONU, também está decaindo.
Em 1950, quando a população atingiu o marco de 2,5 bilhões de pessoas, ela estava crescendo em até 2%. Agora, a taxa de crescimento está em menos de 1% e com a previsão de continuar caindo.
Em geral, o aumento da população mundial se mostra um desafio para comunidades que já sofriam antecedentes ao marco oficializado pela ONU. Países da África, por exemplo, ainda batalham contra a falta de eletricidade, escolas e outras questões relacionadas à desigualdade.
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