A World Wildlife Fund (WWF) entrou para o mercado de NFTs recentemente, criando tokens com o objetivo de aumentar a conscientização e arrecadação de fundos para espécies em perigo de extinção. Contudo, a iniciativa da ONG não foi bem recebida pela comunidade sustentável, o que levou a WWF a parar a produção desses tokens.
NFTs, ou non-fungible tokens (tokens não fungíveis), são obras de arte digitais únicas, que não podem ser trocadas e nem substituídas, e são comercializadas via criptomoedas. Esses tokens são qualquer forma de arte digital, como imagens, GIFs e até música.
Os primeiros relatos dessa forma de arte são datados de 2014, porém, seu sucesso começou recentemente. Desde novembro de 2017 o mercado de NFTs faturou mais de 170 milhões de dólares.
Por conta de sua popularidade, diversas empresas, artistas e organizações apostaram na sua produção como um meio de lucrar ou promover seus negócios. A WWF foi uma delas, criando sua própria versão dos NFTs — os NFAs, ou non-fungible animals (animais não fungíveis).
A organização contratou dez artistas renomados para a criação de NFAs de dez espécies em perigo de extinção. O número de NFAs de cada espécie varia com a quantidade de animais vivos, o que o torna limitado.
Porém, logo após o seu lançamento, a ação da WWF teve diversas repercussões negativas. O mercado de NFTs, por si só, já é alvo de chacota nas redes sociais, sendo visto como perda de dinheiro.
Por sua vez, a repercussão negativa derivada do projeto da WWF foi por conta do uso de energia na confecção e comercialização dos tokens. Esse gasto se dá, principalmente, por conta do uso da plataforma Ethereum.
Ethereum é uma plataforma que facilita os contratos que envolvem bitcoins. Para garantir a segurança desses contratos, a Ethereum, por exemplo, cria “quebra-cabeças” quase impossíveis de se resolver e que consomem muita energia. Embora a WWF tenha comercializado seus NFAs em outra plataforma, o consumo de energia gerado para a garantia de proteção continua sendo o mesmo.
Antes do projeto, a WWF acreditava que as emissões de CO2 derivadas da confecção de seus NFAs seria reduzido (0.207 gramas por transação), porém, foi comprovado que o número real das emissões chegava perto de 430 gramas.
O que, inicialmente, era um projeto em prol à sustentabilidade e à causa animal, virou o oposto, contribuindo para a poluição do planeta. Por isso, a organização decidiu parar com o projeto.
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