Por que a Groenlândia está desaparecendo? Especialistas descobrem novos motivos

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Uma pesquisa publicada recentemente na Nature Geoscience evidenciou que o aumento da temperatura do ar e as águas quentes do oceano aceleraram o derretimento das geleiras da Groenlândia, contribuindo para o desaparecimento da região. A cobertura de gelo do país está perdendo cerca de 250 bilhões de toneladas métricas de gelo por ano. 

Até então, a perda era atribuída à movimentação das águas aquecidas do oceano que entravam em contato com as geleiras, as derretendo. No entanto, as novas descobertas evidenciam a ação do aquecimento do ar no fenômeno.

Dados de 2021 do Polar Portal já mostravam a frequência e impacto do derretimento das geleiras da Groenlândia. De acordo com um relatório publicado pelo serviço de monitoramento, 2021 foi o 25º ano consecutivo em que a camada de gelo do país era derretida durante a estação de derretimento, ganhando massa durante o inverno. 

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Uma matéria publicada no The Guardian sobre o relatório apontou que a quantidade de gelo desaparecendo em um único dia em uma semana de 2021 seria suficiente para cobrir toda a Flórida em cerca de cinco centímetros de água.

Só no ano passado, a camada de gelo perdeu cerca de 166 bilhões de toneladas — o que evidencia o progresso do seu derretimento em relação aos valores atuais. 

Especialistas explicam o fenômeno que acelera o derretimento das geleiras como um cubo de gelo que derrete na água — podendo ser influenciado tanto pela temperatura da água, como pela sua movimentação. 

A pesquisa comprovou que o ar quente faz com que a superfície das geleiras derretam, caindo no mar. O impacto da queda e a sua turbulência liberam o calor preso nas profundezas do oceano, que por sua vez, aquecem a água e aceleram o processo. 

Portanto, o aumento da temperatura da Groenlândia potencializa a agitação do oceano perto da camada de gelo, resultando no derretimento mais rápido.

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Outros dados também comprovam quais áreas do país são mais suscetíveis ao derretimento. De acordo com as descobertas da pesquisa, as geleiras do sul do país derretem mais rápido — decorrente do seu contato com o Oceano Atlântico. 

Por outro lado, as geleiras localizadas no norte são expostas a águas mais geladas e tendem a derreter em taxas mais lentas. E, embora a temperatura da água seja a maior influência nessas áreas, especialistas ainda reforçam o papel do ar como substancial no processo. 

A conclusão do estudo evidencia a sensibilidade da área às mudanças decorrentes do aquecimento global. Donald Slater, autor da pesquisa, também reforça a necessidade de ações na redução de emissões de gases do efeito estufa, que agravam a situação geral do planeta.

Júlia Assef

Jornalista formada pela PUC-SP, vegetariana e fã do Elton John. Curiosa do mundo da moda e do meio ambiente.

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