Imagem de Narciso Arellano no Unsplash
Sabemos como as múmias egípcias se parecem e até como soam, mas você já se perguntou como elas cheiram? Graças a um estudo inovador liderado por cientistas da University College London (UCL) e da University of Ljubljana, agora temos a resposta – e ela é surpreendentemente agradável. Ao contrário do que se poderia imaginar, o aroma das múmias não é de mofo ou decomposição, mas sim uma combinação de notas amadeiradas, picantes e até doces, graças ao uso de óleos essenciais durante o processo de mumificação.
Para descobrir isso, os pesquisadores não se limitaram a abrir sarcófagos e cheirar. Eles utilizaram técnicas avançadas, como cromatografia gasosa e espectrometria de massa, para analisar amostras de ar ao redor de nove múmias. Além disso, um painel de especialistas descreveu os aromas, como verdadeiros “sommeliers de múmias”. Em 78% dos casos, o cheiro foi descrito como amadeirado, enquanto 67% tinham notas picantes e 56% apresentavam um toque doce. Aromas semelhantes a incenso, floral, herbal e até cítrico também foram detectados, embora com menor frequência.
Mas por que esse cheiro é tão especial? A resposta está nos óleos essenciais e bálsamos usados pelos antigos egípcios durante o processo de mumificação. Esses óleos, extraídos de plantas e flores, não apenas perfumavam, mas também tinham propriedades antibacterianas e conservantes, ajudando a preservar os corpos por milênios. Além disso, ao contrário dos perfumes sintéticos modernos, que podem causar alergias e irritações, os óleos essenciais são naturais, suaves e benéficos para a pele e o bem-estar.
O estudo também revelou que os odores das múmias podem fornecer informações valiosas sobre sua história. Os aromas identificados são provenientes de quatro fontes principais: os materiais usados durante a mumificação, óleos vegetais aplicados posteriormente para conservação, pesticidas sintéticos usados para proteger os artefatos e subprodutos de micróbios que decompõem os tecidos. Analisar esses cheiros pode ajudar os pesquisadores a entender melhor as técnicas de mumificação, o status socioeconômico do indivíduo e até detectar a presença de micróbios nocivos.
Para os antigos egípcios, a mumificação era mais do que um processo de preservação física; era um ritual espiritual que preparava o falecido para a vida após a morte. “A prática evoluiu ao longo do tempo, e identificar os materiais usados oferece insights sobre a era, localização e status do indivíduo”, explica Ali Abdelhalim, diretor do Museu Egípcio no Cairo.
Além de desvendar segredos históricos, essa pesquisa pode revolucionar a forma como interagimos com o passado. Imagine visitar um museu e ser envolvido por uma “paisagem olfativa” que recria os aromas da mumificação, transportando você diretamente para o Antigo Egito.
Então, da próxima vez que pensar em perfumes, lembre-se: os óleos essenciais usados pelos egípcios há milhares de anos não apenas cheiram melhor, mas também são mais saudáveis, naturais e possuem propriedades diversas. Que tal trocar o artificial pelo natural e experimentar um pouco da magia egípcia em sua rotina?
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