Por Instituto Sociedade População e Natureza (ISPN) | Foi assim com o “Projeto Menire – a força das mulheres Mebengokre vem da Floresta”, do Instituto Raoni (IR), sobre o qual falaremos nesta publicação.
As mulheres Mebengokre Kayapó encontram na semente negra Cumaru uma forma de tirar sustento e organizar a luta de seu povo na região. A atividade acontece na aldeia Piaraçu, localizada na Terra Indígena Capoto Jarina, às margens do rio Xingu, e fica a cerca de 5km de uma estrada de terra, por onde elas chegam na floresta.
O trajeto para a colheita do Cumaru envolve um deslocamento de carro e caminhada mata à dentro. Essa é uma forma de as mulheres gerarem renda a toda comunidade e ainda conservarem a floresta, que sofre com todo tipo de pressão por parte do agronegócio. A estrada que as leva para a floresta é a mesma que escoa soja e outros produtos de monocultivos da região.
As lideranças Kayapó buscam qualificar a produção do Cumaru, que além de ser fonte de renda, é também uma semente sagrada para os povos da região, com propriedades medicinais. Elas também começam a produzir mudas de semente para que o Cumaru possa ser cultivado ali mesmo nos roçados da comunidade.
O Projeto Menire trabalhou neste sentido: no apoio da produção do Cumaru e de seu beneficiamento.
Quando os casos de covid começaram a baixar, as mulheres kayapó puderam finalmente se reencontrar. Nesse momento, foram feitas expedições de campo para coleta de 1300 kg da semente, além de mapeamento de matrizes, reuniões e conversas entre aldeias sobre a execução do projeto e discussões para o aprimoramento da organização produtiva, com oficina de formação de coletoras.
As atividades envolveram duas terras indígenas e três povos, com 53 famílias coletoras do Cumaru e outras 30 envolvidas no enriquecimento das roças e pomares.
Nós, do ISPN, pudemos visitar o território Kayapó em junho, ocasião em que realizamos uma Oficina de Capacitação em Elaboração de Projetos.
E com isso, celebramos o sucesso do Projeto Menire, que fortalece o trabalho do povo kayapó e o caminho para a construção da Soberania Alimentar que almejamos.
#AquiTemPPPECOS conta histórias na perspectiva de quem conserva os biomas brasileiros. Siga acompanhando.
Este texto foi originalmente publicado por Instituto Sociedade População e Natureza (ISPN) de acordo com a licença Creative Commons CC-BY-NC-ND. Leia o original. Este artigo não necessariamente representa a opinião do Portal eCycle.
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