A predação é uma relação ecológica interespecífica e desarmônica
Predação é a relação ecológica em que uma espécie animal, predadora, mata e come indivíduos de outra espécie animal, presas. Do ponto de vista individual, as espécies predadoras beneficiam-se, enquanto as presas são prejudicadas. Já do ponto de vista ecológico, a predação é uma prática que regula a densidade populacional.
Linces que caçam lebres podem servir de exemplo.
O que são relações ecológicas?
Relações ecológicas são as interações que ocorrem entre os seres vivos dentro dos ecossistemas. Elas podem ser entre indivíduos da mesma espécie (intraespecífica) ou entre espécies diferentes (interespecíficas). Além disso, as relações ecológicas podem ser benéficas ou prejudiciais para as partes envolvidas.
Classificação
Como dito anteriormente, as relações ecológicas são interações que ocorrem entre os seres vivos. Elas podem ocorrer entre indivíduos de uma mesma espécie, sendo classificadas como relações intraespecíficas, ou de espécies diferentes, como relações interespecíficas.
Além dessa classificação, as relações ecológicas podem ser harmônicas ou desarmônicas. Relações harmônicas são aquelas que beneficiam os indivíduos envolvidos ou que não causam prejuízos para nenhum deles. Já relações desarmônicas são aquelas que causam prejuízos para pelo menos um dos indivíduos envolvidos.
Sendo assim, as relações ecológicas podem ser interespecíficas harmônicas, interespecíficas desarmônicas, intraespecíficas harmônicas e intraespecíficas desarmônicas.
Nesse caso, a predação é uma relação ecológica interespecífica e desarmônica. Isso porque ela ocorre entre indivíduos de espécies diferentes e beneficia apenas um deles.
Herbivoria
Para muitos ecólogos, a herbivoria pode ser considerada como um tipo de predação. Herbivoria é a relação ecológica em que animais herbívoros se alimentam de partes vivas de plantas. Do ponto de vista individual, há prejuízos para as plantas e benefícios para os animais que se alimentam delas. Entretanto, essa relação é uma das mais importantes na natureza: é principalmente por meio da herbivoria que a energia captada da luz solar pelos produtores passa para os demais níveis tróficos das cadeias alimentares.
Dinâmica populacional predador-presa
Populações de predadores e presas em um ecossistema nem sempre permanecem constantes ao longo do tempo. Ao contrário, elas variam em ciclos que parecem estar associados. A dinâmica populacional predador-presa mais estudada envolve os linces, predadores, e as lebres-americanas, presas.
De acordo com especialistas, os ciclos populacionais de linces e lebres se repetem a cada dez anos, com a população de linces ficando para trás um ou dois anos em relação à população de lebres. Isso acontece porque conforme o número de lebres aumenta, há mais alimento disponível para os linces, permitindo que a sua população cresça. No entanto, quando a população de linces cresce até um nível limite, ela mata tantas lebres que a sua população começa a declinar. Essa redução é seguida por um declínio na população de linces devido à escassez de alimento.
Quando a população de linces está reduzida, a população de lebres começa a aumentar – em razão da baixa pressão de predação – começando o ciclo novamente. Atualmente, os ecólogos não pensam mais que os ciclos das duas populações são totalmente controlados pela predação. Fatores como estresse, taxas de natalidade, mortalidade e reprodução e disponibilidade de alimentos também podem influenciar.