Preocupação com mudanças climáticas influencia hábitos de consumo na Europa, EUA e China, diz pesquisa

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Maioria dos entrevistados acredita que ações individuais contribuem no combate às mudanças climáticas

Imagem de Atoms em Unsplash

Uma nova pesquisa, publicada este mês pelo Banco Europeu de Investimento (BEI), revela que a maioria dos norte-americanos, europeus e chineses está disposta a alterar hábitos de consumo para contribuir no combate às mudanças climáticas. Os resultados revelam, por exemplo, que a tendência de viajar menos de avião para contribuir no combate às mudanças climáticas pode persistir mesmo após o fim das restrições impostas pela pandemia de Covid-19. As informações estão disponíveis na terceira edição da pesquisa EIB Climate Survey, realizada entre outubro e novembro de 2020.

Segundo o site da instituição, a pesquisa deste ano revela como a crise da Covid-19 influencia a percepção dos cidadãos sobre a emergência climática. Realizada em parceria com a empresa de pesquisa de mercado BVA, os dados visam promover um debate mais amplo sobre as atitudes e expectativas dos cidadãos em termos de ação climática na União Europeia, no Reino Unido, nos Estados Unidos e na China.

Entre os entrevistados, 37% dos chineses, 22% dos europeus e 22% dos americanos dizem que pretendem evitar viagens de avião por preocupações com as mudanças climáticas. Já 42% dos cidadãos europeus afirmam que tirariam férias no próprio país ou num país próximo para minimizar as emissões de carbono. Por outro lado, somente 29% deles (em comparação com 29% dos cidadãos chineses e 35% dos americanos) afirmam que retomarão as viagens de avião da mesma forma como faziam antes da pandemia.

Ações individuais no combate às mudanças climáticas

A pesquisa revela que, embora a maioria dos entrevistados esteja mais preocupada com a Covid-19 do que com as mudanças climáticas, eles ainda acreditam que suas escolhas e ações podem contribuir combater as mudanças climáticas. Entre os europeus e americanos, 72% acreditam que o próprio comportamento pode fazer a diferença diante da ameaça do aquecimento global. Entre os chineses, o índice é mais alto, atingindo 80% dos entrevistados.

No geral, apenas 10% dos chineses e 19% dos europeus afirmam que estão fazendo mudanças radicais no estilo de vida para combater as mudanças climáticas, enquanto 27% dos americanos afirmam isso. Assim que as restrições de viagens relacionadas à Covid-19 forem suspensas, 37% dos chineses, 22% dos europeus e 22% dos americanos dizem que evitarão voar por preocupações com as mudanças climáticas.

Independentemente da região em que os entrevistados vivem, os entrevistados dizem que seria mais fácil desistir de voar para combater as mudanças climáticas (40% para europeus, 38% americanos e 43% para chineses). Este número é ainda maior na Polónia (46%), República Checa (48%), Hungria (48%), Eslováquia (48%) e Croácia (51%).

Dezoito por cento dos europeus dizem que desistir de plataformas de streaming seria a opção mais fácil para contribuir no combate às mudanças climáticas, contra 16% que acreditam que desistir da carne seria a opção mais fácil e 15% que prefeririam desistir de adquirir roupas novas. Desistir do carro seria a opção mais fácil para apenas 11% dos entrevistados. Na Europa, as mulheres (20%) são mais propensas a dizer que desistir da carne seria a opção mais fácil, em comparação com os homens (10%).

Quarenta e dois por cento dos europeus dizem que tirariam férias em seu próprio país ou em um país próximo para minimizar as emissões de carbono; já 29% deles, em comparação com 29% dos chineses e 35% dos americanos, dizem que retomarão as viagens de avião como faziam antes da pandemia.

Independentemente de onde os entrevistados vivam, as pessoas dizem que seria mais fácil desistir de voar para combater as mudanças climáticas – 40% para os europeus, 38% para os americanos e 43% para os chineses.

Os entrevistados mais jovens têm uma probabilidade consideravelmente maior de acreditar que seu comportamento pode fazer diferença no combate às mudanças climáticas em comparação com os entrevistados mais velhos na Europa e nos Estados Unidos, enquanto essa lacuna não é observada na China.

A pesquisa mostra que, na União Europeia, 77% dos jovens de 15 a 29 anos acreditam que seu comportamento pode fazer diferença, em comparação com 64% dos entrevistados com 65 anos ou mais. Nos Estados Unidos, os números são de 75% dos jovens de 15 a 29 anos, em comparação com 56% dos entrevistados com 65 anos ou mais.

O vice-presidente do BEI, Ambroise Fayolle, diz que o período pós-pandemia proporcionará a oportunidade de dar um salto quântico na transição para uma economia de baixo carbono e resiliente ao clima. Para ele, as pessoas em todo o mundo estão conscientes de que o seu comportamento individual pode fazer a diferença.

Medidas ainda são urgentes

As restrições impostas pela pandemia provocaram uma queda nas emissões globais de CO2 durante o ano passado em comparação com outros anos recentes – mas ainda assim 2020 foi considerado o ano mais quente já registrado na história. Os números ressaltam a necessidade de ações mais rápidas para reduzir as emissões, a fim de evitar um futuro aquecimento catastrófico.

Por isso, a União Europeia está elaborando um novo pacote de políticas para reduzir a poluição, incluindo medidas como a renovação de edifícios visando menor uso de energia, exigência de que as montadoras cumpram padrões de emissões mais rígidos e cobranças de custos mais altos do carbono nas fábricas.

Bruxelas, capital da Bélgica, também tem como objetivo ajudar os consumidores a fazerem escolhas sustentáveis. A União Europeia pretende ter 3 milhões de pontos públicos de carregamento de carros elétricos até 2030. A proibição de canudos e talheres de plástico descartáveis ​​entrará em vigor este ano.



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