A privacidade na internet é o nível de privacidade e proteção individual que uma pessoa tem enquanto está conectada à internet. Para ter privacidade na internet, é preciso uma certa quantidade de segurança disponível para o usuário e seus dados financeiros, pessoais e de comunicação.
É comum que usuários tentem aumentar sua privacidade na internet por meio do uso de softwares de antivírus, senhas fortes, localização desligada, leitura da segurança do site e configurações de privacidade mais rígidas. Os problemas envolvidos na falta de privacidade na internet vão desde o phishing — enganar pessoas para conseguir dados pessoais — até roubo de identidade.
Na internet, os dados têm alto valor. A necessidade da privacidade na internet vai além do que um indivíduo faz on-line. Na verdade, a questão da privacidade está ligada aos dados pessoais que um indivíduo fornece on-line. Sem cuidado, ou privacidade na internet, dados podem ser roubados, vendidos, coletados e analisados por terceiros.
Para entender melhor, é preciso separar os dados em duas categorias:
Quem você é: sua informação pessoal, que consiste no seu nome, seu aniversário, seus dados de identificação, seu número ou suas informações de trabalho;
O que você faz: as pesquisas realizadas, os sites que são visitados, os artigos lidos e o que é comprando on-line.
Com o desenvolvimento da tecnologia, as pessoas passaram a exercer mais funções on-line. Isso mostra como a privacidade na internet se tornou ainda mais importante para a sociedade. Afinal, quando um indivíduo usa um aplicativo, site ou rede social em seu celular ou em seu computador, essas plataformas estarão coletando seus dados.
Quando alguém faz buscas simples na internet, desde o resultado de um exame até um objeto que está tentando comprar, ele deixa um rastro de dados digitais. Mesmo que essas ações não revelem informações pessoais de identificação, elas ainda serão usadas por empresas para uma análise de suas preferências.
É possível notar a falta de privacidade na internet quando se pesquisa uma blusa para comprar. Depois dessa busca, o indivíduo vai notar que todos os anúncios em seu celular, ou outros dispositivos, vão remeter àquela peça de roupa – mesmo que seja apenas com uma roupa parecida.
Existem empresas, chamadas de data brokers, que trabalham com a coleta de dados de milhões de pessoas ao redor do mundo. Essas informações são analisadas, armazenadas e vendidas sem o consentimento do usuário, infringindo sua privacidade na internet.
As data brokers coletam e vendem dados para outras empresas. Os motivos são os mais diversos: publicidade, avaliação do risco de crédito e marketing direto. No entanto, a venda de dados pessoais, como números bancários ou de identificação, não é comum entre esse mercado.
Um estudo da University of Canberra, na Austrália, revelou que existe uma desigualdade etária em relação à privacidade na internet. A pesquisa mostrou que o público jovem (de 15 a 32 anos) é mais preocupado com sua privacidade na internet do que o público mais velho (de 33 anos até pessoas idosas).
A população mais jovem teve maior contato com as tecnologias, e por isso, tem conhecimento sobre a importância da privacidade na internet. O contrário do que acontece com pessoas mais velhas, que comumente não têm tanto contato sobre essas informações de segurança digital.
De acordo com os dados do estudo, é possível notar que indivíduos de idade avançada são propensos a sofrerem golpes on-line. Por isso, qualquer idade é o momento certo para aprender sobre privacidade na internet.
Esconder dados pessoais não é algo ruim. Todas as pessoas têm o direito de não compartilhar informações de maneira pública, a não ser sob intimação da justiça. Além do déficit de privacidade na internet dar espaço para crimes, como golpes e roubos, ele também é responsável pela exposição desnecessária da vida dos indivíduos.
Em 2014, o Brasil sancionou o Marco Civil da Internet (Lei n° 12.965). O intuito do Marco Civil é garantir a privacidade na internet, o não fornecimento a terceiros de dados pessoais, incluindo registros de conexão e outras questões relacionadas com a violação do sigilo digital.
Para saber mais sobre o papel do Marco Civil na privacidade na internet, confira o documento na íntegra: Marco Civil da Internet no Brasil.
A Lei Geral de Proteção de Dados (13.709/2018) no Brasil tem papel importante para a privacidade na internet. O principal objetivo da lei é assegurar direitos fundamentais de liberdade e de privacidade. Além do livre desenvolvimento da personalidade da pessoa natural.
O regulamento define o que são dados pessoais e explica que alguns deles precisam de cuidados mais específicos. Dados que precisam de atenção extra são aqueles relacionados à vida de crianças e adolescentes. A regulação tem poder não apenas no meio físico, mas também com a privacidade na internet.
O direito ao esquecimento é significativo não só para a privacidade na internet brasileira, mas em todo o mundo. Cada país tem suas regulações que fornecem o direito ao esquecimento de sua população.
Esse direito, no Brasil, está assegurado pelos artigos CF/88 (art. 5º, X) e CC/02 (art. 21). Para a constituição brasileira, o direito de esquecimento está diretamente ligado à privacidade, intimidade e honra à moral e imagem do indivíduo. Alguns especialistas em direito também acreditam que esse código é assegurado pelo direito à dignidade da pessoa humana (art. 1º, III, da CF/88).
As ferramentas de pesquisa, como o Google, não buscam apenas coisas que você está procurando. Eles também rastreiam websites que você visitou depois de fazer sua pesquisa. Caso a ferramenta de busca que você usa também seja seu navegador, ele irá manter todo o seu histórico de navegação.
Ferramentas de busca conseguem e coletam:
Quando esses dados formam um conjunto, eles são usados para “traçar um perfil” do usuário para possíveis empresas de vendas. Esses perfis são usados também com o intuito de personalizar os anúncios que o usuário verá em sua rede.
A coleta de dados das redes sociais tem ganhado espaço de discussão quando se trata de privacidade na internet. Um exemplo recente do que pode resultar é a brecha de dados do Facebook que aconteceu em 2019. Nessa ocasião, a rede social liberou dados pessoais de 533 milhões de usuários, incluindo seus nomes completos, número de telefone, localização, data de nascimento e endereço de e-mail.
Cookies servem para coletar informações de busca e permitir que sites relembrem o seu login, suas preferências e suas configurações de linguagem. Quando os cookies coletam uma quantidade exagerada de informação, sem o consentimento do usuário, isso é um ataque à privacidade na internet.
Ao instalar um aplicativo, ele pode solicitar sua localização, seu e-mail, número de telefone ou nome de usuário. No entanto, alguns aplicativos vão um pouco mais longe e pedem acesso ao microfone do seu celular, à câmera, aos contatos ou às mensagens. O que pode ser um risco para a privacidade na internet.
É possível negar acesso do aplicativo a essas configurações e informações se você não se sentir confortável em compartilhar. Desta forma, garantindo que se tenha um pouco de privacidade na internet.
O roubo de identidade, quando se trata de privacidade na internet, é quando alguém aplica um golpe para ter acesso aos dados pessoais de outro indivíduo. Ele pode ocorrer de quatro formas:
Phishing: criminosos fingem que são contatos confiáveis, como instituições financeiras, e enganam o usuário para que ele forneça suas informações identificáveis;
Malware: um software malicioso pode invadir o sistema operacional de seu aparelho e permitir que hackers roubem suas informações pessoais;
Pharming: sequestro de informação feito com o uso de vírus, sem o conhecimento do usuário. Essa situação acontece comumente através de um site falso;
Computadores e telefones descartados: certifique-se de checar e limpar seus eletrônicos antes de descartá-los, para evitar o roubo de dados pessoais.
Uma pesquisa, realizada com internautas estadunidenses, mostrou que 81% dos entrevistados acreditam não ter poder nenhum sobre os dados coletados por empresas privadas na internet. O número de pessoas que acreditavam não poder controlar sua privacidade na internet aumentou para 84% quando a pesquisa mencionou a coleta de dados feita pelo governo.
Porém, existem formas de evitar que sua privacidade na internet seja violada. Para isso, existem algumas técnicas simples a seguir:
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