A globalização é um processo de expansão de ideias, conhecimento, informação, cultura, mercadoria, matéria prima e serviços ao redor do mundo. Ela é responsável pelo aumento de interações e interconexões entre diferentes regiões no globo. Sendo um termo muito utilizado na economia, mas que abrange uma série de áreas de estudo como a geografia e a sociologia.
De acordo com a definição da OMS (Organização Mundial da Saúde), a globalização pode ser caracterizada como: “a crescente interligação e interdependência de povos e países. Geralmente, entende-se que inclui dois elementos inter-relacionados: a abertura das fronteiras internacionais a fluxos cada vez mais rápidos de bens, serviços, finanças, pessoas e ideias; e as mudanças nas instituições e políticas a nível nacional e internacional que facilitam ou promovem tais fluxos”.
Ou seja, quando um indivíduo entra em um aplicativo e consegue comprar uma roupa que vem direto da China ele está participando de um processo derivado da globalização. Para que ocorra a globalização, os países precisam estar em convergência cultural e econômica, valorizando a interação, integração e interdependência entre uma nação e outra.
Na teoria, uma economia globalizada funciona a partir do momento que os países se especializam na produção de um produto ou serviço para o mercado exterior. O país que conseguir produzir mais, com mais eficácia e menor custo — comparado às outras nações — se beneficia mais da globalização e das relações internacionais.
Além disso, para garantir o funcionamento deste processo os países precisam manter um certo tipo de cooperação internacional e promover políticas de comércio livre que facilitem suas relações.
Outras características encontradas na globalização são:
Os blocos econômicos são uma característica recorrente do processo de globalização, eles tem a função de facilitar o livre comércio entre determinados países com interesses comuns. O estabelecimento dos blocos econômicos como parte da globalização começou um pouco depois da Guerra Fria e da queda do muro de Berlim, com a busca de paz e diálogo entre as nações afetadas pelos conflitos do último século.
Os integrantes dos blocos estabelecem zonas de livre comércio (ZEEs), que são regiões onde as tarifas alfandegárias não são cobradas. Ademais, também é estabelecida uma união aduaneira, que consiste em ter uma única tarifa comum para o comércio externo, quando se trata de importação de um país de dentro do bloco para um que está fora. Um exemplo disso é o Mercosul.
Outro grande exemplo de bloco econômico é a União Europeia, conhecida por sua política monetária unificada, aplicada em 1998. Desde os anos 90, os países que formam a União Europeia adotaram uma moeda comum, o euro. Além disso, eles também estabelecem um mercado comum e a padronização da legislação econômica, trabalhista, fiscal e ambiental.
Para que o processo de globalização funcione ele depende também das tecnologias. Quando o mundo ainda estava começando a se globalizar, na época das navegações, tecnologias como bússolas e navios foram essenciais para que houvesse a interação entre uma sociedade e outra.
Atualmente, graças a Terceira Revolução Industrial, existem diversas características do avanço tecnológico que facilitaram o mundo globalizado. Elas são:
A cultura é um conceito amplo com diversas definições, mas a principal a define como um conjunto de hábitos, crenças e conhecimentos de uma sociedade ou determinado grupo artístico. Anteriormente, a cultura de um povo só podia ser passada para outro através das grandes viagens e visitas a essas novas terras, porém o avanço da globalização mudou isso.
As novas tecnologias permitem que as pessoas consigam compartilhar sua cultura através da internet pelas redes sociais, ou por produtos culturais como filmes e séries. Ou seja, é possível entender como funciona a rotina de uma pessoa na Índia, estando no Brasil, apenas ligando seu computador e assistindo a um documentário em uma plataforma de streaming.
No entanto, esse avanço cultural da globalização não agrada muitas pessoas, afinal, é um processo desigual, normalmente liderado pelas maiores potências mundiais. Desta forma, os países com mais poder aquisitivo para produzir conteúdo cultural acabam saindo por cima e tendo maior influência sobre as outras nações, como o que acontece com os norte-americanos e o resto do mundo.
O G20 é um fórum internacional formado por 19 países mais a União Europeia. Esse grupo de economias, que contém mais de 60% da população mundial, discute o avanço da globalização e quais as melhores formas para lidar com as consequências negativas desse processo.
A primeira vez que o grupo se reuniu foi depois da crise financeira de 1997, que deixou o mundo todo abalado. Desde então, o presidente do fórum é decidido anualmente de maneira rotativa, sendo o país dessa pessoa o local utilizado para as reuniões.
Os membros atuais do G20 são: Argentina, Austrália, Brasil, Canadá, China, França, Alemanha, Japão, Índia, Indonésia, Itália, México, Rússia, África do Sul, Arábia Saudita, Coreia do Sul, Turquia, Reino Unido, Estados Unidos e União Europeia. A Espanha é um hóspede frequente da organização.
O momento em que a globalização começou ainda é motivo de debate entre especialistas. Alguns deles acreditam que a globalização é um processo inerente ao ser humano que começou há mais de seis mil anos atrás, enquanto outros defendem que ela só começou com as navegações do século XVI.
Acredita-se que a globalização teve início ainda em 600 antes de Cristo, no Império Romano, com a expansão de seu sistema econômico e de governo através de grandes porções do mundo. Logo depois veio o comércio da rota de seda, entre os anos 130 a.C e 1435 d.C. Nesse caso, viajantes da China, Ásia Central e do Oriente Médio faziam a venda de mercadorias de seda para a Europa.
Mais perto do século XVI começam as grandes navegações, os países europeus enfrentam os mares em busca de novas terras e produtos para o seu comércio e acabam encontrando outras civilizações. Assim, foi possível desenvolver melhor a cartografia mundial, mudar o eixo do comércio europeu para o Oceano Atlântico e avançar com o mercado em nível internacional.
O clima caminhou assim por um tempo, com as Revoluções Industriais levando a globalização para a frente devido ao avanço da tecnologia. Até o período de guerras no século XX, que abalou seriamente o sistema econômico mundial e as relações entre os outros países.
Para garantir a paz e a volta do mercado internacional, os países se juntaram depois da Segunda Guerra Mundial para criar pactos globais e sistemas econômicos que facilitem o crescimento da globalização novamente. Foi nessa época que se estabeleceram instituições multinacionais, como a Nações Unidas, Fundo Monetário Internacional, Banco Mundial e Organização Mundial do Comércio.
Assim como outros processos humanos, existem vantagens e desvantagens da globalização. Os seus principais efeitos no mundo são:
Desestabiliza o mercado: quando as pessoas se mudam de seu país de origem para outro, em busca de emprego, isso afeta o mercado de trabalho;
Promove comércio livre: coloca pressão nas nações para redução de taxas, subsídios e barreiras de comércio;
Reduz os níveis de vida: quando empresas transnacionais se mudam para outros países, com intuito de reduzir o custo de produção, ela pode acabar com certos cargos e aumentar o número de desemprego em sua cidade natal;
Estimula desenvolvimento econômico: a globalização oferece a países pobres o acesso a capital estrangeiro, que eles comumente não teriam. Assim, nações ricas podem investir para melhorar a vida em regiões pobres;
Facilita crises globais: como os países estão interligados e precisam dos produtos um dos outros para funcionar bem, quando um entra em crise, os outros podem seguir o mesmo caminho;
Promove conhecimento cultural: quando as pessoas têm um maior conhecimento sobre a cultura do outro, a sensação de estranhamento é menor. Isso contribui para a paz e cooperação entre Estados;
Aumenta a probabilidade de pandemias: quando acontece a troca constante entre produtos, serviços e pessoas de diferentes regiões do mundo, também ocorre a troca de doenças e vírus nunca antes enfrentados por certa população. Essa situação pode gerar pandemias e epidemias, como a do Covid-19 e do H1N1.
Todo o processo de globalização gera algum tipo de impacto negativo para o meio ambiente. O uso de aviões para transportar carga e pessoas libera gases poluentes que contribuem para o efeito estufa. O comércio livre pode acabar introduzindo espécies invasivas em regiões desconhecidas, atacando a fauna e a flora local.
As indústrias podem se basear em sistemas de produção contínua e de alta demanda, o que gera alto consumo e produção de lixo exagerada. Sem contar que as indústrias de produção, não demonstram interesse em energias limpas, baixa emissão de gases e resoluções para outros impactos no meio ambiente.
Tudo isso contribui para a degradação do meio ambiente e o aumento da mudança climática, que pode dificultar mais ainda a vida do ser humano na Terra. Por fim, quando empresas multinacionais se mudam para países com leis trabalhistas menos criteriosas, com intuito de lucrar, elas também atacam os direitos humanos forçando seus trabalhadores a situações de emprego desfavoráveis.
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