O agente triclosan, bem comum em sabonetes e xampus, pode “fortalecer” bactérias
Em hotéis e pousadas, é comum que haja grandes quantidades de produtos de higiene pessoal que sejam usados de forma incompleta por clientes. E, para que não ocorram possíveis contaminações, esses itens são descartados pelos responsáveis pela hospedagem. Porém, isso causa uma enorme quantia de resíduos que, se descartados incorretamente (assim como suas embalagens), poluem o meio ambiente.
Atualmente, a indústria de produtos de higiene pessoal investe bastante em componentes químicos para combater bactérias resistentes, que entram em contato conosco pelo contato com os produtos que as contêm ou até mesmo por vias aéreas, sempre em locais públicos. Mas, o que parece proteção pode ser, na verdade, um grande problema ambiental e até para a própria saúde. A maior parte dos sabonetes possui triclosan ou tricocarban em suas fórmulas, componentes químicos que são altamente prejudiciais ao meio ambiente e também aos seres humanos. Eles combatem bactérias resistentes, mas esse processo acaba fortalecendo as que resistem – e elas se reproduzem, ficando ainda mais fortes. Já há empresas que estão substituindo o triclosan por novos agentes.
A iniciativa da ONG Clean the World desenvolveu, junto com hotéis de várias regiões do Estados Unidos, uma forma de combater esse problema. A primeira solução seria a substituição dos produtos higiênicos sólidos e líquidos (sabonetes e xampus) por uma única embalagem (dispenser), onde seria possível armazenar produtos de higiene líquidos, evitando as embalagens e incentivando apenas o uso do refil. A segunda solução, também necessária, foi a de os hotéis se responsabilizarem pelo descarte correto (agrupamento, separação e destinação) para que posteriormente fosse feita a esterilização, limpeza, reaproveitamento e a distribuição dos sabonetes e xampus para ONGs em quarenta em cinco países onde a população não possui acesso a higiene pessoal.
Desde sua fundação, a Clean the World impediu que mais de 500 toneladas de produtos higiênicos fossem parar em aterros sanitários e distribuiu mais de 9 milhões de barras de sabonetes (2 milhões somente para o Haiti, no ano de 2010, após a catástrofe do terremoto que destruiu o país). Outros países que apresentam extremo nível de pobreza também são beneficiados por essa “reciclagem” de produtos higiênicos.
E então, iniciativas têm sido tomadas no mundo todo para mudar esse cenário. No Brasil, embora seja em pequena quantidade, alguns hoteleiros adotaram a ideia de substituir as embalagens por dispenser, pois além de ambientalmente correto, traz economia financeira, uma vez que não é preciso gastar dinheiro comprando embalagens.
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