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Plano utiliza áreas livres para desenvolvimento de floresta urbana e modelo sustentável em grandes cidades

Vista aérea do bairro Cidade São Francisco, em SP

Plano de infraestrutura verde redesenha região na Zona Oeste de São Paulo em busca de uma melhor relação com o meio ambiente. Um grupo da USP projetou um novo bairro localizado na subprefeitura do Butantã. Na prática, mais espécies de animais devem circular na região e temperaturas devem cair. Jornal da USP no Ar conversou sobre a iniciativa com o professor Paulo Renato Mesquita Pellegrino, da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo (FAU) da USP e responsável pelo projeto.

A ideia surgiu a partir da demanda dos próprios moradores do bairro Cidade São Francisco, que procuraram o Laboratório da FAU como indicação do Ministério Público Federal. “Eles queriam que nós analisássemos a viabilidade ou não de algumas áreas de preservação permanente que existem no bairro. E como elas podiam ser ou não trabalhadas”, conta Pellegrino.

“Nós vimos que o lugar é uma área muito privilegiada em termos de área livre e que, portanto, poderia ser explorada.” Nesse sentido, o laboratório organizou o trabalho para explorar três vetores para o bairro: desenvolvimento da floresta urbana; execução do tratamento e drenagem de água numa visão mais sustentável; e a redução de impacto da circulação de veículos, analisando formas de mobilidade urbana.

Ao trabalhar como arquiteto de paisagem, o primeiro ponto de vista é verificar qual o espaço que receberá o projeto. Nesse levantamento, o bairro Cidade São Francisco obteve 74% de área livre, ou seja, não ocupada por edificação. De acordo com o professor, “há muito espaço ocioso coberto por pavimentação e que gera grandes entraves com as chuvas, como um aumento de temperatura por encadeação da insolação e todos os problemas relacionados à insegurança e de tráfico, por exemplo”.
Projeto FAU
Ilustração: Montagem sobre projetos/Divulgação/FAU-USP
O desafio é redesenhar para que a área amplie o espaço de absorção e infiltração das águas. O resultado foi de ampliação de 21% da cobertura arbórea, o que transformaria São Paulo em um exemplo. “Mostra como a cidade poderia se adaptar a uma série de desafios que estão vindo, como clima e temperatura, e escoamento de água de chuva. Tudo isso a um custo que também é um investimento.” Não seria um novo gasto, pois, “em vez de fazer no modelo tradicional, você começaria a repercutir esses modelos com novas ações. Então, quando houver nova reformulação na rua, na calçada ou intervenção numa praça, que são projetos cotidianos da Prefeitura, seriam gastos já previstos”.


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