Iniciativa de Banco Mundial e Eletrobrás busca melhorar a qualidade da transmissão em seis estados brasileiros; equipamento é vendido a empresas de reciclagem e gerou R$ 6 milhões para operadoras de energia
Imagem: Banco Mundial
Uma parceria entre o Banco Mundial e a Eletrobrás está impulsionando a reciclagem de antigos medidores de energia em seis estados brasileiros: Acre, Alagoas, Amazonas, Piauí, Roraima e Rondônia. A iniciativa faz parte do projeto Energia Mais, que busca melhorar a qualidade da transmissão nesses estados.
O projeto financia, entre outras atividades, a troca de medidores obsoletos, como forma de diminuir os prejuízos das operadoras de energia. Mas uma questão surgiu: o que fazer com os equipamentos antigos? A resposta está no instrumento conhecido como logística reversa, que busca a reciclagem e o descarte correto dos resíduos sólidos.
Leilões
Por meio de leilões, os antigos medidores vêm sendo vendidos a empresas de reciclagem de todo o Brasil, o que gerou empregos e arrecadou R$ 6 milhões para as operadoras de energia. O recurso será revertido a projetos sociais.
Os compradores se comprometem a destruir os lacres dos equipamentos, garantindo que eles não voltem a ser usados em comércios e residências. Em troca, as empresas de reciclagem têm acesso a um conteúdo valioso: os metais, vidros e plásticos dos medidores são totalmente reaproveitáveis.
O especialista ambiental Márcio Batitucci, do Banco Mundial, explica que falta pouco para as seis empresas de energia finalizarem o processo.
“Hoje, você tem uma situação em que quase todos os medidores que foram substituídos já entraram nesse processo de venda e de reciclagem, com resultados muito interessantes e de uma maneira que você pode rastrear o destino final desses elementos. Então, você tem certeza de que isso não terminou em um lixão, em um aterro sanitário…”
Reciclagem
Por falar em lixões, acabou em agosto de 2014 o prazo para que o Brasil desse fim a eles, seguindo a determinação do Plano Nacional de Resíduos Sólidos. Um dos pontos mais complexos do plano é justamente o que diz respeito à logística reversa, em especial à dos eletroeletrônicos. Para Márcio Batitucci, o trabalho com as empresas de energia trouxe lições que podem servir ao Brasil e a outros países, a começar pela integração exigida de todos os atores envolvidos.
“Não é simplesmente ‘bom, estamos tirando os medidores e vamos entregar para as empresas de reciclagem’. Esse material é de uma empresa pública, precisa ser alienado de forma adequada. Então, não é só a área de meio ambiente dessas empresas que tem de atuar nisso. A área de almoxarifado, as questões jurídicas que isso envolve, tudo isso tem de estar funcionando junto.”
A iniciativa ainda vai ao encontro dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) das Nações Unidas. O ODS 12, ligado ao consumo, insta os países a encontrar formas de descartar os resíduos sólidos causando cada vez menos impacto ambiental.